Nada agita el incendio de la música salvo tus dedos
espera médula azul
espera tierra indócil
espera fósil de luna
espera, espera
estambre de reloj excesivo pozo.
Yo en mí soy pulpo con lágrimas tentáculo de puentes
glóbulo cruento, espada invertebrada, candado en la sombra
ábreme
Después están las manos amputando bosques
calle de mirarte desterrado insomne
párpados en el aire
mar en monosílabos
luz de tigres implacables
Yo en tí
no sobrevivo.
Anoche ví el tesoro confuso crecerse
el poderío de quien recién despierta de un suplicio desnudo
con toda la cara empapada de sangre
y busca entre los jirones de sueño
algun vegetal volador, un animal zigzagueante
la belleza en los volcanes oscuros
en los cuellos arropados por ritos universales
Todo el año he sentido frío
severa e implacable
agasajada por bailarinas descalzas de nieve
apenas lloviendo en hojarascas
Todo el año he visitado catedrales abandonadas
para ponerme de rodillas ante un cráneo informe, desconocido
temblando
la sinrazón aparente de toda cicatriz
lavando copas rebosantes de miel
lobos callando.
Todo el año me supe desplegado relámpago
habité mediodias
me consumí frutal
redactando el viaje indiferente de las cosas
Eso soy.
Un monologo de espantos.
de Laura Inés Martínez Coronel
Os tigres volteiam como borboletas estranhas, sarapintadas de traços negros e caramelo
as borboletas avançam, ferozes e famintas de sangue e, como pássaros de Hitchcock investem
lobos sonsos e fingindo serem mansos oferecem mel em caçamba...s de caminhões
eu, guloso, como os tigres alados
trepo com as borboletas em atos sado-masoquistas
mato os lobos de indisgestão de tanto mel enfiado por suas guelas abaixo!
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Aqui encontrarão contos, poesias e reflexões de vários amigos e/ou poetas amorosos, amigos e queridos, de várias partes do mundo, em um trabalho muitas vezes inconcluso. Esperamos que gostem. Luciana Gaffrée; Luiz Fernando Gaffrée Thompson materportugues@gmail.com
A minha vida imita a minha arte
Espero que gostem
das nossas imitações
colocadas em palavras
virgulando, reticenciando
Nossos mergulhos
Nessa loucura chamada
Pensamento
Luciana Gaffrée
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Lugar
A la vera del Sí
hay un desierto
de adjetivos
donde el tiempo es ritmo
savia de los ojos
modo de escuchar
el aliento
con la punta de los dedos.
Alejandra Alma
de adjetivos de modo y tiempos sentidos
de eso se trata.....
tomados "con la punta de los dedos" porque son frágiles y distantes ..
con las manos generosamente abiertas porque son resistentes y cercanos ..
Vivian Rabinovich
Os adjetivos são melhores que os substantivos!
Moldam-se ao sujeito, são plurais...ou singulares! femininos ou...masculinos! Ah e podem vir antes...ou depois, pois dependem do gosto ou da necessidade do enunciador! Dão qualidades ou protegem da maldade!!!
Mas os substantivos, são tão estanques!!!
de Luiz Fernando Gaffrée Thomspon.
Aliento sin adjetivo /
con tiempo rítmico /
solo para presenciar... /
caricias del suave roce, /
y un látido en el medio del alma.
Cris Gimenez
en la memoria
del horizontel liquido
alli, donde la cronica y la sabia
se amarran en el pecho
... alli,donde el modo equivoco
suda desiertos
hallo en tus ojos el abrigo
tiritando entre cristales...
Marcelo Belingieri
hay un desierto
de adjetivos
donde el tiempo es ritmo
savia de los ojos
modo de escuchar
el aliento
con la punta de los dedos.
Alejandra Alma
de adjetivos de modo y tiempos sentidos
de eso se trata.....
tomados "con la punta de los dedos" porque son frágiles y distantes ..
con las manos generosamente abiertas porque son resistentes y cercanos ..
Vivian Rabinovich
Os adjetivos são melhores que os substantivos!
Moldam-se ao sujeito, são plurais...ou singulares! femininos ou...masculinos! Ah e podem vir antes...ou depois, pois dependem do gosto ou da necessidade do enunciador! Dão qualidades ou protegem da maldade!!!
Mas os substantivos, são tão estanques!!!
de Luiz Fernando Gaffrée Thomspon.
Aliento sin adjetivo /
con tiempo rítmico /
solo para presenciar... /
caricias del suave roce, /
y un látido en el medio del alma.
Cris Gimenez
en la memoria
del horizontel liquido
alli, donde la cronica y la sabia
se amarran en el pecho
... alli,donde el modo equivoco
suda desiertos
hallo en tus ojos el abrigo
tiritando entre cristales...
Marcelo Belingieri
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Poema Sinleté/ ("Poème Sinleté"), do poeta português/ du poète portugais Manoel de Freitas
Não vale a pena empurrar o discurso
até aos nulos e fulgurantes
limites da linguagem. Não vale a pena
nomear o vazio com palavras mais estéreis ainda.
Que pereça sozinho este mundo onde
por descuido regressámos a um corpo
e lhe ensinámos a ruína, os vários
rostos da morte.
[...]
Tudo existe mas nada é real,
nem sequer o vazio. Digamos adeus
à alma que se nos nega
como uma salsicha sem lata,
deixando o poema esquecido
a um canto de si, liquefeito e atroz.
De nosso só temos a morte,
o que não vale a pena sabermos
Ça ne vaut pas la peine de pousser le discours
jusqu´aux nulles et flamboyantes
limites du langage. Ça ne vaut pas la peine de
nommer le vide avec des mots plus stériles encore.
Qu´il périsse tout seul ce monde où
par mégarde on revient à un corps
et où on lui enseigne la ruine, tous
les visages de la mort.
[...]
tout existe mais rien n´est réel,
même pas vide. Disons adieu
à l´âme qui nous évite
comme à une saucisse sans boîte,
laissons le poème oublié
dans son coin à lui, liquéfié et atroce.
A nous, il ne reste que la mort,
ce qu´il vaut de pas savoir
Tradução para o francês/ Traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
até aos nulos e fulgurantes
limites da linguagem. Não vale a pena
nomear o vazio com palavras mais estéreis ainda.
Que pereça sozinho este mundo onde
por descuido regressámos a um corpo
e lhe ensinámos a ruína, os vários
rostos da morte.
[...]
Tudo existe mas nada é real,
nem sequer o vazio. Digamos adeus
à alma que se nos nega
como uma salsicha sem lata,
deixando o poema esquecido
a um canto de si, liquefeito e atroz.
De nosso só temos a morte,
o que não vale a pena sabermos
Ça ne vaut pas la peine de pousser le discours
jusqu´aux nulles et flamboyantes
limites du langage. Ça ne vaut pas la peine de
nommer le vide avec des mots plus stériles encore.
Qu´il périsse tout seul ce monde où
par mégarde on revient à un corps
et où on lui enseigne la ruine, tous
les visages de la mort.
[...]
tout existe mais rien n´est réel,
même pas vide. Disons adieu
à l´âme qui nous évite
comme à une saucisse sans boîte,
laissons le poème oublié
dans son coin à lui, liquéfié et atroce.
A nous, il ne reste que la mort,
ce qu´il vaut de pas savoir
Tradução para o francês/ Traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Centro Comercial ("Centre Comercial"), do poeta português/ du poète portugais de Manoel de Freitas
Agora a morte é diferente,
facilitaram-nos o desespero, a angústia
tem já ar condicionado. Em vez
dos bancos de jardim, por certo demasiado
rudes, temos enfim lugares amplos
onde apodrecer a miséria simples do corpo.
Que incalculável felicidade a de percorrer
galerias de nada tresandando a limpeza
e segurança. Aí se abandonam jovens
rebanhos sentados sorrindo ao
vazio palpável, ou ferozmente no meio
dele. Revezam-se – mas quase diríamos
que os mesmos ainda, exaustos
de contentamento. Demos pois as boas – vindas a
esses
heróis do betão consagrado. Só eles nos fazem
acreditar no advento do romantismo cibernético.
É doce a merda que nos sepulta
e o cancro que um dia destes nos matará
há-se de ser muito limpo, quase ecológico.
Maintenant, la mort est différente,
on nous a facilité le désespoir, l´angoisse
il y a déjà la clime. Au lieu
des bancs de jardin, évidemment trop
rudes, on a enfin de vastes endroits
où faire pourir la msère simple du corps
Quel bonheur que de parcourir,
des galleries de rien puant la propreté
et la sécurité. On y abandonne de jeunes
toupeaux assis souriant dans le
vide touchable, ou férocement dans
son milieu. Ils se relaient - mais nous dirions presque
que c´est les mêmes, épuisés
de satisfaction. Nous avons souhaité, donc la bien - venue à
ces
héros du béton consacré. Rien qu´eux nous font
croire à l´avènement du romantique cybernétique.
Elle est douce la merde qui nous ensevelit
et le cancre qu´un jour nous tuera
il faut être très propre, presque écologique.
Tradução para o francês/ Traduction en trançais de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
facilitaram-nos o desespero, a angústia
tem já ar condicionado. Em vez
dos bancos de jardim, por certo demasiado
rudes, temos enfim lugares amplos
onde apodrecer a miséria simples do corpo.
Que incalculável felicidade a de percorrer
galerias de nada tresandando a limpeza
e segurança. Aí se abandonam jovens
rebanhos sentados sorrindo ao
vazio palpável, ou ferozmente no meio
dele. Revezam-se – mas quase diríamos
que os mesmos ainda, exaustos
de contentamento. Demos pois as boas – vindas a
esses
heróis do betão consagrado. Só eles nos fazem
acreditar no advento do romantismo cibernético.
É doce a merda que nos sepulta
e o cancro que um dia destes nos matará
há-se de ser muito limpo, quase ecológico.
Maintenant, la mort est différente,
on nous a facilité le désespoir, l´angoisse
il y a déjà la clime. Au lieu
des bancs de jardin, évidemment trop
rudes, on a enfin de vastes endroits
où faire pourir la msère simple du corps
Quel bonheur que de parcourir,
des galleries de rien puant la propreté
et la sécurité. On y abandonne de jeunes
toupeaux assis souriant dans le
vide touchable, ou férocement dans
son milieu. Ils se relaient - mais nous dirions presque
que c´est les mêmes, épuisés
de satisfaction. Nous avons souhaité, donc la bien - venue à
ces
héros du béton consacré. Rien qu´eux nous font
croire à l´avènement du romantique cybernétique.
Elle est douce la merde qui nous ensevelit
et le cancre qu´un jour nous tuera
il faut être très propre, presque écologique.
Tradução para o francês/ Traduction en trançais de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Montras/ Vitrines, do poeta português/ du poète portugais Carlos Bessa.
Folheiam o jornal e nada acontece,
o cabelo dele continua preto, o dela,
louro alvo, pintado, com nuances.
A cerveja, de horas, está morta, azeda.
Juntos reparam nas saídas e entradas,
com um olhar que se torna insistente
se entra alguém que é, pela aparência,
urbano. […]
[…] Há gestos que são tudo, tréguas,
desejos, perguntas. Por isso fala do
novo apartamento. Ela sublinha,
vagarosa, o número da porta e
o nome da rua. Momentos depois, o
do andar. Um telemóvel começa a
tocar e impressiona o excesso
de solidão com que todos se sentem
o centro das atenções. A loura abre
ostensivamente o jornal na página
dos anúncios. Sabe que quando o jogo
chegar ao fim regressarão as montras,
a procura desenfreada, o mesmo
vazio de sempre
On jette un coup d´oeil sur le journal et rien n´arrive,
ses cheveux sont toujours noirs, les siens,
blonds platinés, teints, avec des mèches.
La bière, ça fait des heures, est morte, amère.
Ensemble ils font attention aux entrées et aux sorties,
avec un regard qui devient insistant
si quelqu´un entre qui est, par l´apparence
urbain. [...]
[...] Il y a des gestes qui sont tout, des trèves,
des envies, des questions. Pour ça elle parle du
nouvel appartement. Elle souligne,
lente, le numéro de la porte et
le nom de la rue. Quelques instants après,
celui de l´étage. Un portable se met à
sonner et impressionne le trop
de solitude avec laquelle tous se sentent
le centre des attentions. La blonde ouvre
ostensiblement le journal à la page
des petites annonces. Elle sait que quand le jeu
sera fini, ils reviendront aux vitrines
à la recherche effenée, le même vide de toujours
Versão para o francês/ Version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
o cabelo dele continua preto, o dela,
louro alvo, pintado, com nuances.
A cerveja, de horas, está morta, azeda.
Juntos reparam nas saídas e entradas,
com um olhar que se torna insistente
se entra alguém que é, pela aparência,
urbano. […]
[…] Há gestos que são tudo, tréguas,
desejos, perguntas. Por isso fala do
novo apartamento. Ela sublinha,
vagarosa, o número da porta e
o nome da rua. Momentos depois, o
do andar. Um telemóvel começa a
tocar e impressiona o excesso
de solidão com que todos se sentem
o centro das atenções. A loura abre
ostensivamente o jornal na página
dos anúncios. Sabe que quando o jogo
chegar ao fim regressarão as montras,
a procura desenfreada, o mesmo
vazio de sempre
On jette un coup d´oeil sur le journal et rien n´arrive,
ses cheveux sont toujours noirs, les siens,
blonds platinés, teints, avec des mèches.
La bière, ça fait des heures, est morte, amère.
Ensemble ils font attention aux entrées et aux sorties,
avec un regard qui devient insistant
si quelqu´un entre qui est, par l´apparence
urbain. [...]
[...] Il y a des gestes qui sont tout, des trèves,
des envies, des questions. Pour ça elle parle du
nouvel appartement. Elle souligne,
lente, le numéro de la porte et
le nom de la rue. Quelques instants après,
celui de l´étage. Un portable se met à
sonner et impressionne le trop
de solitude avec laquelle tous se sentent
le centre des attentions. La blonde ouvre
ostensiblement le journal à la page
des petites annonces. Elle sait que quand le jeu
sera fini, ils reviendront aux vitrines
à la recherche effenée, le même vide de toujours
Versão para o francês/ Version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
China Doll, de Rui Pires Cabral
Eu ia na passadeira com um propósito mas
a gravata de um homem atirou-me para o coração
do abismo. Uma insuspeitada gravata de seda
com pintas discretas, o catalizador
da vertigem. Aquilo que o vento levantava
na avenida era uma espécie
de música, um barulho de sinos remoto
e descompassado, viam-se algumas flores
a entrar na boca do esgoto como se fosse ali
a casa delas. E sem deixar eco qualquer coisa ruía
nas fachadas, o próprio oxigénio era nesse instante
como uma língua estrangeira. Eu sentia na garganta os tambores
do sangue e os prédios enfadonhos pulsavam
na taquicardia, caíam em desamparo
para a cova do meu peito. Do outro lado da rua
um sinal de trânsito foi a minha âncora.
J´allais sur le tapis avec un but mais
la cravate d´un homme m´a jeté vers le coeur
de l´abîme. Une insoupçonnée cravate de soie
aux pois discrets, le catalisateur
du vertige. Ce que le vent poussait
dans l´avenue était une espèce
de musique, un bruit de cloche lointain
et déréglé, on voyait queques fleurs
qui entraient dans la bouche des égouts comme si c´était là
leur maison. Et sans laisser d´écho quelque chose s´écroulait
sur les façades, même l´oxigène était en ce moment
comme une langue étrangére. Je sentais à la gorge des tambours
du sang et les immeubles ennuyeux battaient
leur tachycardie, ils tombaient en abandon
vers le caveau de ma poitrine. De l´autre côté de la rue
un feu rouge a été mon ancre.
Tradução para o francês/ traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson
a gravata de um homem atirou-me para o coração
do abismo. Uma insuspeitada gravata de seda
com pintas discretas, o catalizador
da vertigem. Aquilo que o vento levantava
na avenida era uma espécie
de música, um barulho de sinos remoto
e descompassado, viam-se algumas flores
a entrar na boca do esgoto como se fosse ali
a casa delas. E sem deixar eco qualquer coisa ruía
nas fachadas, o próprio oxigénio era nesse instante
como uma língua estrangeira. Eu sentia na garganta os tambores
do sangue e os prédios enfadonhos pulsavam
na taquicardia, caíam em desamparo
para a cova do meu peito. Do outro lado da rua
um sinal de trânsito foi a minha âncora.
J´allais sur le tapis avec un but mais
la cravate d´un homme m´a jeté vers le coeur
de l´abîme. Une insoupçonnée cravate de soie
aux pois discrets, le catalisateur
du vertige. Ce que le vent poussait
dans l´avenue était une espèce
de musique, un bruit de cloche lointain
et déréglé, on voyait queques fleurs
qui entraient dans la bouche des égouts comme si c´était là
leur maison. Et sans laisser d´écho quelque chose s´écroulait
sur les façades, même l´oxigène était en ce moment
comme une langue étrangére. Je sentais à la gorge des tambours
du sang et les immeubles ennuyeux battaient
leur tachycardie, ils tombaient en abandon
vers le caveau de ma poitrine. De l´autre côté de la rue
un feu rouge a été mon ancre.
Tradução para o francês/ traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson
p.24. de Rui Pires Cabral
Uma casa foi inventada para sustentar o espaço
sobre aquela praça, obrigava aos caminhos que tomavas,
trazia a claridade em todas as hastes. Por quem esperavas
se a paisagem estava vazia?
[…]
[…] Tu contavas quantos obstáculos os dias traziam
à terra, eram pequenas armadilhas para os teus movimentos.
E desde o primeiro, todos os corpos ganharam a sua distância
como barcos a que não podias dar sentido.
Une maison a été inventée pour soutenir l´espace
sur cette place-là, elle obligeait aux chemins que tu prenais,
elle apportait la clarté sur toutes les tiges. Qui attendais-tu
si le paysage était vide?
[...]
[...] Tu comptais combien d´obstacles les journées apportaient
à la terre, c´étaient de petits pièges pour tes mouvements.
Et depuis le premier, tous les corps ont gagné ta distance
comme des bateaux auxquels tu ne pouvais pas donner de sens.
Tradução para o francês/ traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
sobre aquela praça, obrigava aos caminhos que tomavas,
trazia a claridade em todas as hastes. Por quem esperavas
se a paisagem estava vazia?
[…]
[…] Tu contavas quantos obstáculos os dias traziam
à terra, eram pequenas armadilhas para os teus movimentos.
E desde o primeiro, todos os corpos ganharam a sua distância
como barcos a que não podias dar sentido.
Une maison a été inventée pour soutenir l´espace
sur cette place-là, elle obligeait aux chemins que tu prenais,
elle apportait la clarté sur toutes les tiges. Qui attendais-tu
si le paysage était vide?
[...]
[...] Tu comptais combien d´obstacles les journées apportaient
à la terre, c´étaient de petits pièges pour tes mouvements.
Et depuis le premier, tous les corps ont gagné ta distance
comme des bateaux auxquels tu ne pouvais pas donner de sens.
Tradução para o francês/ traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Fora do Lugar/Déplacé, do/du poeta/poète português/portugais Rui Pires Cabral.
A dor é uma desordem inimiga
das palavras com o silêncio todo fora
do lugar. Saberemos tomar um caminho
por essa floresta escura? Poderemos
sequer recuperar a pequena bússola partida,
a caneta e o papel, as nossas certezas
de trazer no bolso?
Não nos avisaram contra o medo,
não nos disseram que pode chegar
a qualquer hora, deslealmente,
enquanto o sol dorme na paisagem e as ervas
se levantam para receber o Verão. E agora
que nos perdemos quase, sem mapa ou sentido
que nos sirva, o nosso único guia é o amor
dos que nos esperam numa sala branca
onde o chão nos falta e não há estações
La douleur est un désordre ennemi
des mots avec le silence tout en
dehors. On saura prendre un chemin
par cette forêt sombre? On ne pourra
même pas récupérer la petite boussole brisée,
le stylo et le papier, nos certitudes
d´en apporter dans la poche?
On ne nous a pas averti contre la peur,
on ne nous a pas dit qu´elle peut arriver
à n´importe quelle heure, déloyalement,
pendant que le soleil dort dans le paysage et les herbes
se lèvent pour recevoir l´Eté. Et maintenant
qu´on s´est égaré presque, sans carte ou sens
qui nous serve, notre dernier guide est l´amour
de ceux qui nous attendent dans une salle blanche
où le sol ne nous échappe pas et où il n´y a pas de gare
Tradução para o francês/ traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
das palavras com o silêncio todo fora
do lugar. Saberemos tomar um caminho
por essa floresta escura? Poderemos
sequer recuperar a pequena bússola partida,
a caneta e o papel, as nossas certezas
de trazer no bolso?
Não nos avisaram contra o medo,
não nos disseram que pode chegar
a qualquer hora, deslealmente,
enquanto o sol dorme na paisagem e as ervas
se levantam para receber o Verão. E agora
que nos perdemos quase, sem mapa ou sentido
que nos sirva, o nosso único guia é o amor
dos que nos esperam numa sala branca
onde o chão nos falta e não há estações
La douleur est un désordre ennemi
des mots avec le silence tout en
dehors. On saura prendre un chemin
par cette forêt sombre? On ne pourra
même pas récupérer la petite boussole brisée,
le stylo et le papier, nos certitudes
d´en apporter dans la poche?
On ne nous a pas averti contre la peur,
on ne nous a pas dit qu´elle peut arriver
à n´importe quelle heure, déloyalement,
pendant que le soleil dort dans le paysage et les herbes
se lèvent pour recevoir l´Eté. Et maintenant
qu´on s´est égaré presque, sans carte ou sens
qui nous serve, notre dernier guide est l´amour
de ceux qui nous attendent dans une salle blanche
où le sol ne nous échappe pas et où il n´y a pas de gare
Tradução para o francês/ traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Street lights (Trem da hora) (de Luciana Gaffrée)
Vivendo qualquermente
A garota solitária
Pega um qualquer trem
meianoitemente
Meianoitemente atrasado
O garoto ocupado
Perdeu um qualquermente
Trem da hora
Calças justas
Janelas embaçadas
Olhos abertíssimos
Sonhavamente
Estranhos
Estranhamente
Extrañan
Nossas
Mentes
Ela a garota procura
Na noite escura
Ele o garoto descuida
Nas Luzes da rua
(She) se esconde na noite
(He) acha emoções
(Ele) street lights
(Ela) shadows
Não pegaram o mesmo trem
Duramente trabalhando
Caminhos rolam
Dadaísticamente
"Some will win, some will lose
Some were born to sing the blues"
Filmes de amor clássicos
Necessariamente
Nunca acabam
Bem.. Bem.. Bem...
Oh... Oh... Oh...
de Luciana Gaffrée
Train... Train... Train...
Journey - Dont Stop believing
http://www.youtube.com/watch?v=eq5eF0DIZfU&feature=context&context=G22df44cRVAAAAAAAAAA
sábado, 17 de dezembro de 2011
Um Coração Marinho (Un Coeur Marin) do poeta português/du poète portugais João Fernandes Macedo Jorge
Vivemos sobre a terra. Apresento-te
a nossa casa, os nomes que damos às coisas,
as honras que nos são destinadas,
este corpo de sangue e nervos.
Sobre ele que julgamos vivo
dizes minha razão. A da vida
e a de outras coisas que se percebem.
Os barcos retomam lentos seu lugar
em volta de um coração marinho.
Como se morre aqui
On vit sur la terre. Je me présente
notre maison, le nom qu´on donne aux choses,
les honneurs qui nous sont destinés,
ce sang de corps et de nerfs.
Sur lui qu´on juge vivant
tu dis ma raison. Celle de la vie
et celle des autres choses qu´on apperçoit.
Les bâteaux reviennent lents à leur place
autour d´un coeur marin.
Comment meurt-on ici?
Tradução para o francês/traduction en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
a nossa casa, os nomes que damos às coisas,
as honras que nos são destinadas,
este corpo de sangue e nervos.
Sobre ele que julgamos vivo
dizes minha razão. A da vida
e a de outras coisas que se percebem.
Os barcos retomam lentos seu lugar
em volta de um coração marinho.
Como se morre aqui
On vit sur la terre. Je me présente
notre maison, le nom qu´on donne aux choses,
les honneurs qui nous sont destinés,
ce sang de corps et de nerfs.
Sur lui qu´on juge vivant
tu dis ma raison. Celle de la vie
et celle des autres choses qu´on apperçoit.
Les bâteaux reviennent lents à leur place
autour d´un coeur marin.
Comment meurt-on ici?
Tradução para o francês/traduction en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Caracol Emergente.
El dolor inacabable gutural frío de máscaras
he salido con los ojos manantial sangriento de la gata
ella padece ajena el dolor matinal de la hojarasca
salvajemente desnuda, muro de barro perdido
al descuido del volcán y las palabras.
He quedado donde la llama enceguecida
desterrada de la sustancia inanimada de la lámina
tenía lamentos detenidos entre orugas
el vientre desatado y las entrañas amargas
mientras llovía sobre la mañana
Imploré de la catástrofe su navío descalzo
navegante de espuma, trigo arrecife en estrecha enramada
bronce de bruces y calor incesante
Imploré por la herida tropical del veneno
mientras caian manos desprendidas del aire.
El mundo dispararon contra mí
la confusa carretera enmarañada
la orfandad peligrosa con sus copas delgadas
el escombro metálico de los hombres rasgados.
Me detuve y ardían los cerezos abiertos
una mujer temblaba.
Multiplicaban sombras entre cántaros de piel
araban desafiantes esqueletos y espinas
nadie daba la frente resbalosa y sembrada
para ser los recuerdos mas vivos de la trama.
Cedí el paso al caracol emergente, estupefacto
el sótano desaparecía con los niños apurados
estaba la habitación con tigres iluminados
precipitando luna sobre cartones manzana.
Llueve
pero nadie ha dicho nada.
de Laura Inés Martínez Coronel
Do caracol emergem jatos de sangue luminosos como fogos de artifício
seguindo à risca os lampejos das cavidades arredondadas
do casulo de pedra da lesma
semre igual a ela mesma
tranquila!
de Luiz Feranando Gaffrée Thompson
he salido con los ojos manantial sangriento de la gata
ella padece ajena el dolor matinal de la hojarasca
salvajemente desnuda, muro de barro perdido
al descuido del volcán y las palabras.
He quedado donde la llama enceguecida
desterrada de la sustancia inanimada de la lámina
tenía lamentos detenidos entre orugas
el vientre desatado y las entrañas amargas
mientras llovía sobre la mañana
Imploré de la catástrofe su navío descalzo
navegante de espuma, trigo arrecife en estrecha enramada
bronce de bruces y calor incesante
Imploré por la herida tropical del veneno
mientras caian manos desprendidas del aire.
El mundo dispararon contra mí
la confusa carretera enmarañada
la orfandad peligrosa con sus copas delgadas
el escombro metálico de los hombres rasgados.
Me detuve y ardían los cerezos abiertos
una mujer temblaba.
Multiplicaban sombras entre cántaros de piel
araban desafiantes esqueletos y espinas
nadie daba la frente resbalosa y sembrada
para ser los recuerdos mas vivos de la trama.
Cedí el paso al caracol emergente, estupefacto
el sótano desaparecía con los niños apurados
estaba la habitación con tigres iluminados
precipitando luna sobre cartones manzana.
Llueve
pero nadie ha dicho nada.
de Laura Inés Martínez Coronel
Do caracol emergem jatos de sangue luminosos como fogos de artifício
seguindo à risca os lampejos das cavidades arredondadas
do casulo de pedra da lesma
semre igual a ela mesma
tranquila!
de Luiz Feranando Gaffrée Thompson
sábado, 10 de dezembro de 2011
Napoléon lll et l´Amérique Latine
Napoleão III aproveitou-se deste termo criado por um chileno para fundar a ideia de uma panlatinidade, onde a França, país latino e católico por excelência, pudesse ter maior proximidade et consequente influência sobre os países latinos/católicos das Amérias.
Le concept d’une Amérique catholique et latine s’opposant à une Amérique anglo-saxonne et protestante a été repris par l’entourage de Napoléon III[3]. En 1861, c’est au nom de la défense de ces pays « latins », considérés comme culturellement proche de la France, que l’empereur envoie une expédition au Mexique[5] dans un contexte de panlatinisme[6].
Le développement de l'expression « Amérique latine » est donc lié aux visées coloniales de Napoléon III dans cette région, aux alentours de 1860, lors de l'aventure mexicaine. C'est le Français Michel Chevalier qui mit alors en avant un concept de « panlatinité » destiné à promouvoir les ambitions françaises en opposant les régions de langue latine (espagnol, portugais, et français) dans les Amériques, aux régions de langue anglaise.
Le concept d’une Amérique catholique et latine s’opposant à une Amérique anglo-saxonne et protestante a été repris par l’entourage de Napoléon III[3]. En 1861, c’est au nom de la défense de ces pays « latins », considérés comme culturellement proche de la France, que l’empereur envoie une expédition au Mexique[5] dans un contexte de panlatinisme[6].
Le développement de l'expression « Amérique latine » est donc lié aux visées coloniales de Napoléon III dans cette région, aux alentours de 1860, lors de l'aventure mexicaine. C'est le Français Michel Chevalier qui mit alors en avant un concept de « panlatinité » destiné à promouvoir les ambitions françaises en opposant les régions de langue latine (espagnol, portugais, et français) dans les Amériques, aux régions de langue anglaise.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Les femmes dans les pays latins.
Affaire DSK : « Dans les pays latins, le pouvoir politique va de pair avec la domination des femmes »
famillechretienne.fr
20/05/2011
Par Benjamin Coste
11 commentaires
Alors que Dominique Strauss-Kahn, mis en examen le 19 mai par la justice américaine, a été remis en liberté sous haute surveillance dans l’attente de son procès, Dominique Folscheid, professeur de philosophie à l’université Paris-Est, livre son analyse sur cette affaire. Auteur de Sexe mécanique, la crise de la sexualité contemporaine, il revient sur l’émoi planétaire qu’a suscité l’emprisonnement du patron du FMI.
© LUDOVIC - REA
Sommaire
DSK, embryon : toutes les transgressions…
Le dessin d’Ixène : le festival de Strauss-Kahn
Des cantonales à la présidentielle, remettre la laïcité à l’endroit
Collectif féministe contre le viol
Sexe mécanique – La crise contemporaine de la sexualité
L’impact de l’affaire DSK : retour au réel ?
« L’affaire DSK a réveillé notre inconscient collectif malade »
Sur le même sujet
Le dessin d’Ixène : le festival de Strauss-Kahn
Le dessin d’Ixène : Obama lance l’après Ben Laden
DSK, embryon : toutes les transgressions…
Violences conjugales : accepter d'être accompagné
Mots clés
justicepersonnages politiquesviolenceÉtats-UnispolitiquefemmeadultèreEn tant que philosophe, comment avez-vous réagi à l’annonce des accusations qui pèsent sur Dominique Strauss-Kahn ?
Je me suis dit que nous assistions à une tragédie de l’époque moderne. Une affaire de destin, accompagnée d’une série de hasards qui frappent en plein vol – et juste avant son envol – un homme porté au pinacle, en route pour, au vu des sondages, un couronnement en France.
D’un instant à l’autre, Dominique Strauss-Kahn s’est retrouvé extirpé de son avion, envoyé dans un cul de basse-fosse, troquant la Porsche pour une voiture de police et son costume de patron du FMI pour la tenue bleue réglementaire de prisonnier américain. Le contexte mêlant pouvoir et sexe m’a fait penser au poème de Shakespeare Le Viol de Lucrèce.
C'est aussi une tragédie pour la présumée victime qui, d’après ce que l’on sait, se trouvait là par hasard.
Si les faits s’étaient produits en France, cette histoire aurait certainement pris un tour encore plus dramatique. J’imagine les réactions si un homme politique français avait commis les mêmes actes dans un hôtel parisien… Imaginez, un homme de gauche, candidat du Parti socialiste, s’en prenant à une immigrée, noire, veuve, mère célibataire, musulmane…
Est-ce que le philosophe que vous êtes comprend cette sidération du grand public devant ce qui est reproché à Dominique Strauss-Kahn ?
Le terme de sidération, que l’on a beaucoup entendu et qui exprime une surprise que l’on ne peut mettre en mots, évoque une nouvelle fois la tragédie, puisque l’étymologie latine renvoie aux astres qui décident des destinées.
Nous voilà face à un personnage emporté comme un fétu de paille dans une machine à broyer au sein de laquelle il n’y a pas d’issue possible. Alors que nous évoluons dans une société où tout est habituellement sous contrôle, nous sommes confrontés à des forces telluriques, à une sorte de tsunami où la liberté n’a plus cours.
Dans le cas de Dominique Strauss-Kahn, si sa culpabilité est avérée, nous nous trouvons face à un comportement pulsionnel, irrésistible. Je pense à ce vers tiré d’Andromaque : « Je me livre en aveugle au destin qui m’entraîne ».
Dans quelle mesure les citoyens français sont en droit d’attendre une certaine exemplarité d’un homme politique et, encore plus, d’un chef d’État ?
Il existe des traditions politiques extrêmement différentes. Dans les pays anglo-saxons ou scandinaves, il n’est pas envisageable de séparer vie publique et vie privée. Qui agit de telle sorte dans sa vie privée en fera autant dans sa vie publique. L’adultère est mal vu dans ces pays.
Les pays latins, eux, s’appuient sur une tradition différente, voire opposée. En Italie, les affaires autour de Silvio Berlusconi sont abordées à la rigolade. En France, Henri IV, Louis XIV ou Louis XV ont beaucoup œuvré en matière de séduction. Et cela apparaissait dans l’imaginaire politique de nos pays latins comme quelque chose allant de soi. Le pouvoir politique va avec le pouvoir sur les femmes. C’est même souvent une sorte de garantie. Un homme qui n’aurait pas de pouvoir sur les femmes serait suspect. P’tit Gibus, dans La Guerre des boutons, ne dit-il pas : « Le chef, c’est celui qui a le plus long zizi » ? La longueur du sexe est l’emblème du pouvoir sous toutes ses formes. Chez les hommes politiques, le jeu vaut dans les deux sens : on a le pouvoir, donc on a les femmes ; et les femmes – certaines tout du moins – sont attirées par les hommes qui ont le pouvoir.
Les deux façons, anglo-saxonne d’un côté et latine de l’autre, d’envisager le rapport entre vie privée et vie publique constituent selon moi des excès. Il y a un minimum à respecter, une ligne rouge à ne pas dépasser. Il semble que Dominique Strauss-Kahn ait longtemps oscillé entre ligne jaune et ligne rouge, et on peut craindre qu’il ait cette fois franchi la limite. Dans ce cas, notre position latine n’est plus tenable. Un roi « chaud lapin » comme Henri IV pouvait être aimé de ses sujets ; mais un président violeur, ce n’est pas tolérable.
Le fait qu’un candidat à la présidence française soit supposé fréquenter un célèbre club échangiste de la capitale pose également problème. Cela implique que les personnes humaines sont substituables, indifférentes, et que l’on peut passer de l’une à l’autre et en faire des objets de jouissance que l’on délaisse ensuite.
Mais la politique fait avec la nature humaine, telle qu’elle est, et non pas telle qu’elle devrait être. Si la morale devait diriger la politique comme le prônait en leur temps Saint-Just ou Robespierre, nous nous dirigerions vers une nouvelle Terreur !
L’anthropologie chrétienne n’a-t-elle pas quelque chose à dire sur ces questions ?
Le christianisme a plusieurs choses à dire. La première est qu’en matière de politique il distingue Dieu et César. César n’est pas Dieu et inversement, excluant ainsi la notion de théocratie. Le moralisme, qui voudrait que la vie politique soit soumise à une transparence totale, à un régime de vertu obligatoire, est également écarté par le christianisme. En effet, la logique du christianisme est de considérer que les hommes sont pécheurs et qu’il faut la miséricorde de Dieu pour qu’ils puissent se relever.
Bien que l’on veuille nous présenter le christianisme comme dépassé et défendu par des papes « pères la vertu », il est en réalité beaucoup plus proche de l’humanité telle qu’elle est. La sainteté est proposée aux hommes, mais l’Église a tout à fait conscience que les hommes ne sont pas des saints.
Ceci dit, dans le christianisme, il n’est pas question que des humains servent d’objet de consommation et de jouissance pour d’autres. Le corps étant le temple de l’Esprit, il ne peut être instrumentalisé par autrui.
Le chrétien doit ainsi être beaucoup moins tenté par l’idolâtrie dont sont l’objet aujourd’hui les personnalités médiatiques. Dieu est un chasseur d’idoles. Si Dieu n’est plus perçu comme Dieu, un futur président de la République peut apparaître comme un sauveur. L’engouement suscité par la candidature de Dominique Strauss-Kahn était en cela déjà inquiétante.
Dans un de mes livres, je parle d’un « nouvel Olympe » peuplé de divinités de la chanson, de « tops » de toute nature auxquels est désormais voué un culte. Pour effacer le visage du Sauveur, nous avons multiplié des petits sauveurs, dont font partie les hommes politiques
famillechretienne.fr
20/05/2011
Par Benjamin Coste
11 commentaires
Alors que Dominique Strauss-Kahn, mis en examen le 19 mai par la justice américaine, a été remis en liberté sous haute surveillance dans l’attente de son procès, Dominique Folscheid, professeur de philosophie à l’université Paris-Est, livre son analyse sur cette affaire. Auteur de Sexe mécanique, la crise de la sexualité contemporaine, il revient sur l’émoi planétaire qu’a suscité l’emprisonnement du patron du FMI.
© LUDOVIC - REA
Sommaire
DSK, embryon : toutes les transgressions…
Le dessin d’Ixène : le festival de Strauss-Kahn
Des cantonales à la présidentielle, remettre la laïcité à l’endroit
Collectif féministe contre le viol
Sexe mécanique – La crise contemporaine de la sexualité
L’impact de l’affaire DSK : retour au réel ?
« L’affaire DSK a réveillé notre inconscient collectif malade »
Sur le même sujet
Le dessin d’Ixène : le festival de Strauss-Kahn
Le dessin d’Ixène : Obama lance l’après Ben Laden
DSK, embryon : toutes les transgressions…
Violences conjugales : accepter d'être accompagné
Mots clés
justicepersonnages politiquesviolenceÉtats-UnispolitiquefemmeadultèreEn tant que philosophe, comment avez-vous réagi à l’annonce des accusations qui pèsent sur Dominique Strauss-Kahn ?
Je me suis dit que nous assistions à une tragédie de l’époque moderne. Une affaire de destin, accompagnée d’une série de hasards qui frappent en plein vol – et juste avant son envol – un homme porté au pinacle, en route pour, au vu des sondages, un couronnement en France.
D’un instant à l’autre, Dominique Strauss-Kahn s’est retrouvé extirpé de son avion, envoyé dans un cul de basse-fosse, troquant la Porsche pour une voiture de police et son costume de patron du FMI pour la tenue bleue réglementaire de prisonnier américain. Le contexte mêlant pouvoir et sexe m’a fait penser au poème de Shakespeare Le Viol de Lucrèce.
C'est aussi une tragédie pour la présumée victime qui, d’après ce que l’on sait, se trouvait là par hasard.
Si les faits s’étaient produits en France, cette histoire aurait certainement pris un tour encore plus dramatique. J’imagine les réactions si un homme politique français avait commis les mêmes actes dans un hôtel parisien… Imaginez, un homme de gauche, candidat du Parti socialiste, s’en prenant à une immigrée, noire, veuve, mère célibataire, musulmane…
Est-ce que le philosophe que vous êtes comprend cette sidération du grand public devant ce qui est reproché à Dominique Strauss-Kahn ?
Le terme de sidération, que l’on a beaucoup entendu et qui exprime une surprise que l’on ne peut mettre en mots, évoque une nouvelle fois la tragédie, puisque l’étymologie latine renvoie aux astres qui décident des destinées.
Nous voilà face à un personnage emporté comme un fétu de paille dans une machine à broyer au sein de laquelle il n’y a pas d’issue possible. Alors que nous évoluons dans une société où tout est habituellement sous contrôle, nous sommes confrontés à des forces telluriques, à une sorte de tsunami où la liberté n’a plus cours.
Dans le cas de Dominique Strauss-Kahn, si sa culpabilité est avérée, nous nous trouvons face à un comportement pulsionnel, irrésistible. Je pense à ce vers tiré d’Andromaque : « Je me livre en aveugle au destin qui m’entraîne ».
Dans quelle mesure les citoyens français sont en droit d’attendre une certaine exemplarité d’un homme politique et, encore plus, d’un chef d’État ?
Il existe des traditions politiques extrêmement différentes. Dans les pays anglo-saxons ou scandinaves, il n’est pas envisageable de séparer vie publique et vie privée. Qui agit de telle sorte dans sa vie privée en fera autant dans sa vie publique. L’adultère est mal vu dans ces pays.
Les pays latins, eux, s’appuient sur une tradition différente, voire opposée. En Italie, les affaires autour de Silvio Berlusconi sont abordées à la rigolade. En France, Henri IV, Louis XIV ou Louis XV ont beaucoup œuvré en matière de séduction. Et cela apparaissait dans l’imaginaire politique de nos pays latins comme quelque chose allant de soi. Le pouvoir politique va avec le pouvoir sur les femmes. C’est même souvent une sorte de garantie. Un homme qui n’aurait pas de pouvoir sur les femmes serait suspect. P’tit Gibus, dans La Guerre des boutons, ne dit-il pas : « Le chef, c’est celui qui a le plus long zizi » ? La longueur du sexe est l’emblème du pouvoir sous toutes ses formes. Chez les hommes politiques, le jeu vaut dans les deux sens : on a le pouvoir, donc on a les femmes ; et les femmes – certaines tout du moins – sont attirées par les hommes qui ont le pouvoir.
Les deux façons, anglo-saxonne d’un côté et latine de l’autre, d’envisager le rapport entre vie privée et vie publique constituent selon moi des excès. Il y a un minimum à respecter, une ligne rouge à ne pas dépasser. Il semble que Dominique Strauss-Kahn ait longtemps oscillé entre ligne jaune et ligne rouge, et on peut craindre qu’il ait cette fois franchi la limite. Dans ce cas, notre position latine n’est plus tenable. Un roi « chaud lapin » comme Henri IV pouvait être aimé de ses sujets ; mais un président violeur, ce n’est pas tolérable.
Le fait qu’un candidat à la présidence française soit supposé fréquenter un célèbre club échangiste de la capitale pose également problème. Cela implique que les personnes humaines sont substituables, indifférentes, et que l’on peut passer de l’une à l’autre et en faire des objets de jouissance que l’on délaisse ensuite.
Mais la politique fait avec la nature humaine, telle qu’elle est, et non pas telle qu’elle devrait être. Si la morale devait diriger la politique comme le prônait en leur temps Saint-Just ou Robespierre, nous nous dirigerions vers une nouvelle Terreur !
L’anthropologie chrétienne n’a-t-elle pas quelque chose à dire sur ces questions ?
Le christianisme a plusieurs choses à dire. La première est qu’en matière de politique il distingue Dieu et César. César n’est pas Dieu et inversement, excluant ainsi la notion de théocratie. Le moralisme, qui voudrait que la vie politique soit soumise à une transparence totale, à un régime de vertu obligatoire, est également écarté par le christianisme. En effet, la logique du christianisme est de considérer que les hommes sont pécheurs et qu’il faut la miséricorde de Dieu pour qu’ils puissent se relever.
Bien que l’on veuille nous présenter le christianisme comme dépassé et défendu par des papes « pères la vertu », il est en réalité beaucoup plus proche de l’humanité telle qu’elle est. La sainteté est proposée aux hommes, mais l’Église a tout à fait conscience que les hommes ne sont pas des saints.
Ceci dit, dans le christianisme, il n’est pas question que des humains servent d’objet de consommation et de jouissance pour d’autres. Le corps étant le temple de l’Esprit, il ne peut être instrumentalisé par autrui.
Le chrétien doit ainsi être beaucoup moins tenté par l’idolâtrie dont sont l’objet aujourd’hui les personnalités médiatiques. Dieu est un chasseur d’idoles. Si Dieu n’est plus perçu comme Dieu, un futur président de la République peut apparaître comme un sauveur. L’engouement suscité par la candidature de Dominique Strauss-Kahn était en cela déjà inquiétante.
Dans un de mes livres, je parle d’un « nouvel Olympe » peuplé de divinités de la chanson, de « tops » de toute nature auxquels est désormais voué un culte. Pour effacer le visage du Sauveur, nous avons multiplié des petits sauveurs, dont font partie les hommes politiques
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
6.12
tropos que liberan
notas de jazmín
construyen las formas
curvan las guitarras
tejiendo su sexo
saben a futuro
pétalos de un son
con aroma múltiple.
Alejandra alma
...aroma de jasmins
som de violões
tecido de pétalas:
curvas, formas do sexo!
Luiz Fernando Gaffrée Thompson
notas de jazmín
construyen las formas
curvan las guitarras
tejiendo su sexo
saben a futuro
pétalos de un son
con aroma múltiple.
Alejandra alma
...aroma de jasmins
som de violões
tecido de pétalas:
curvas, formas do sexo!
Luiz Fernando Gaffrée Thompson
domingo, 4 de dezembro de 2011
"Nos finais do verão"/" Les fins de l´été" de Ruy Belo
“Nos finais do verão”:
[…] dou por isso exactamente no fim do mês/ ao levantar os olhos da máquina de escrever e procurar em vão o sol prestes a pôr-se / no estreito intervalo de duas casas à beira-mar onde antes o via / e além disso a passagem do tempo será também visível por exemplo / na altura da pilha dos jornais acumulados a um canto do quarto / no progressivo desgaste do enorme sabonete que dia a dia utilizei / para lavar distraidamente as mãos as diversas vezes que as lavei / Alguma coisa passou para sempre passou irremediavelmente para sempre / alguma coisa que não será principalmente isso mas será também isso / alguns rostos pousados no verão de linhas suaves como certos sulcos na areia / […] Que é feito daqueles rostos de verão / daquelas silhuetas ao pôr-do-sol interpostas por vezes entre a luz e o livro que lia / a que profundidade se encontram agora determinados passos / ainda não há muito indubitavelmente impressos na areia do verão / perguntarei na falta de outras pessoas talvez ao mar esse mar que mora / sempre aqui e não vai para longe com o verão. Ficarei à escuta procurarei distinguir no marulho do mar qualquer esboço de resposta / olharei os contrastes da luz incidindo na superfície do mar / Sei que é em vão que tudo será decerto em vão e que mais uma vez / assisti sem remédio de braços caídos à implacável destruição do verão / […] (“Nos finais do verão” in 2000, p. 34-35)
"Les fins de l´été"
[...] je m´en apperçois exactement à la fin du mois/ quand je lève les yeux de la machie à écrire et je cherche en vain le solei presque au coucher/ dans l´espace étroint d´entre deux maisons au bord de la mer, où avant je le voyais/ et en plus à la hauteur de la pile de journaux entassés à un coin de la chambre/ au progrès de l´usure provoquée par l´utilisation cotidienne de l´énorme savon/ pour me laver le mains toutes le fois que je me les suis lavées/ Quelque chose a fini, sans pitié a fini pour toujours/ quelque chose qui ne sera surtou pas ça mais qui sera aussi ça/ quelques visages posés sur l´été de lignes suaves comme les sillons sur le sable/ [...] Que sont-ils devenus les visages de l´été/ ces silhouettes au coucher de soleil interposées des fois entre la lumière et le livre que je lisais/ quelle est la profondeur actuelle de certais pas/ il n´y en a plus beaucoup empreints sur le sable/ je demanderai faute d´autres personnes peut-être à la mer cette mer qui habite/ toujours là et ne s´en va pas au loin avec l´été. Je resterai à l´écoute je chercherai à distinguer au clapotis de la mer n´importe quel signe de réponse/ je regarderai les contrastes de la lumière tappant sur la surface de la mer/ Je sais que c´est en vain que tout sera sûrement en vain et qu´encore une fois/ j´assisterai impuissant à l´inexorable destruction de l´été/ [...] "Les fins d´été" in 2000.
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
[…] dou por isso exactamente no fim do mês/ ao levantar os olhos da máquina de escrever e procurar em vão o sol prestes a pôr-se / no estreito intervalo de duas casas à beira-mar onde antes o via / e além disso a passagem do tempo será também visível por exemplo / na altura da pilha dos jornais acumulados a um canto do quarto / no progressivo desgaste do enorme sabonete que dia a dia utilizei / para lavar distraidamente as mãos as diversas vezes que as lavei / Alguma coisa passou para sempre passou irremediavelmente para sempre / alguma coisa que não será principalmente isso mas será também isso / alguns rostos pousados no verão de linhas suaves como certos sulcos na areia / […] Que é feito daqueles rostos de verão / daquelas silhuetas ao pôr-do-sol interpostas por vezes entre a luz e o livro que lia / a que profundidade se encontram agora determinados passos / ainda não há muito indubitavelmente impressos na areia do verão / perguntarei na falta de outras pessoas talvez ao mar esse mar que mora / sempre aqui e não vai para longe com o verão. Ficarei à escuta procurarei distinguir no marulho do mar qualquer esboço de resposta / olharei os contrastes da luz incidindo na superfície do mar / Sei que é em vão que tudo será decerto em vão e que mais uma vez / assisti sem remédio de braços caídos à implacável destruição do verão / […] (“Nos finais do verão” in 2000, p. 34-35)
"Les fins de l´été"
[...] je m´en apperçois exactement à la fin du mois/ quand je lève les yeux de la machie à écrire et je cherche en vain le solei presque au coucher/ dans l´espace étroint d´entre deux maisons au bord de la mer, où avant je le voyais/ et en plus à la hauteur de la pile de journaux entassés à un coin de la chambre/ au progrès de l´usure provoquée par l´utilisation cotidienne de l´énorme savon/ pour me laver le mains toutes le fois que je me les suis lavées/ Quelque chose a fini, sans pitié a fini pour toujours/ quelque chose qui ne sera surtou pas ça mais qui sera aussi ça/ quelques visages posés sur l´été de lignes suaves comme les sillons sur le sable/ [...] Que sont-ils devenus les visages de l´été/ ces silhouettes au coucher de soleil interposées des fois entre la lumière et le livre que je lisais/ quelle est la profondeur actuelle de certais pas/ il n´y en a plus beaucoup empreints sur le sable/ je demanderai faute d´autres personnes peut-être à la mer cette mer qui habite/ toujours là et ne s´en va pas au loin avec l´été. Je resterai à l´écoute je chercherai à distinguer au clapotis de la mer n´importe quel signe de réponse/ je regarderai les contrastes de la lumière tappant sur la surface de la mer/ Je sais que c´est en vain que tout sera sûrement en vain et qu´encore une fois/ j´assisterai impuissant à l´inexorable destruction de l´été/ [...] "Les fins d´été" in 2000.
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Apperçu (pas scientifique!) des différences de prononciation et d´ortographe entre le portugais du Brésil et celui du Portugal.
Non, Lisa Betinha, là, pour "Alexandra", c´est "ch" aussi, comme au Portugal. Notre "tch", c´est quand il y a "ti" et "di" et à la fin des mots où il y un "e" muet que les Portugais prononcent comme comme en français: un "a" sourd et nous un "i" sourd. Exemples: "diferente" au Portugal c´est "diferent"a petit a", comme en français, pour nous (ça depend aussi de la région, mais en gros c´est ça), c´est djiferentch"i petit i". Titia ("tata", en français, la tante) pour nous c´est tchitchia, dia (jour), pour nous, c´est djia, Catete, un quartier do Rio c´est Catetch "i" "petit i" . Nos rr aussi sont différents, mais aussi selon la région, "rr", "r" en début de mot ou avant consonne sont guturaux (de gorge) comme en français, ex Rio, carro, Carlos, mais les autres sont roulés, tandis qu´au Portugal ceux qu´on fait guturaux sont doublement roulés (pas partout non plus, il y a des Portugais qui font aussi les "rr" de gorge et les autre sont pareils, L´ortographe est la même, mais il y a de petites différences permises selon la prononciation, comme Antônio au Brésil et António au Portugal, ou "louro" (blond) dans la partie Nord du Brésil et "loiro", dans la partie Sud du Brésil. Les accords d´ortographe sont toujours singnés par l Academia Brasileira de Letras et l´Academia de Ciências de Lisboa. Après les indéndances des ex-colonies portugaises, évidemment les 8 pays de la communauté lusophne doivent signer tout accord de changement de la langue. Il est intéressant de remarquer que le dictionnaire de langue portugaise le plus reconnu dans l´espace lusophone, y cpmpris le Portugal, est brésiliien, c´est celui de Aurélio Buarque de Holanda.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Pour Marie-France...
Marie, de France et d´ailleurs, des pays slaves
Du Sénégal, de la Russie et des vents alisés des Antilles
C´est n´être égal à personne que d´appartenir aux familles
Des Corses qui sentent le vent à l´Ile-Rousse
D´ètre parmi ceux qui glissent sur Bavella et ses aiguilles
Marie, de la mer, de Madagascar et de l`Ile de Ré
De l´air, bleu, comme celui qui couvre les Sanguinaires
Du cri des mouettes qui survolent la Goudeloupe, Jersey
Marie, c´est du crépuscule quand il atteint la Mer du Nord
Elle sent les cocotiers de chez moi et ses noix
Ella a la saveur des fruits de certains fruits déguisés:
les marrons glacés
Marie, sucrée, brune, fine
enveloppée par le verglas, saupoudrée de bruine
Marie France,
fruit exquis, hardi, enfantée par les climats de ses pays.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Du Sénégal, de la Russie et des vents alisés des Antilles
C´est n´être égal à personne que d´appartenir aux familles
Des Corses qui sentent le vent à l´Ile-Rousse
D´ètre parmi ceux qui glissent sur Bavella et ses aiguilles
Marie, de la mer, de Madagascar et de l`Ile de Ré
De l´air, bleu, comme celui qui couvre les Sanguinaires
Du cri des mouettes qui survolent la Goudeloupe, Jersey
Marie, c´est du crépuscule quand il atteint la Mer du Nord
Elle sent les cocotiers de chez moi et ses noix
Ella a la saveur des fruits de certains fruits déguisés:
les marrons glacés
Marie, sucrée, brune, fine
enveloppée par le verglas, saupoudrée de bruine
Marie France,
fruit exquis, hardi, enfantée par les climats de ses pays.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
38 graus - Poema inspirado en Janelas de Minha Alma, de Luciana Gaffrée.
Afundar no sofá, com o termômetro debaixo do braço
Chamar mamãe para auscultar
Ser servido de sopa de batata e de canja quente
Não ter que ir para o batente
Pegar As Cidades e As Serras de Eça de Queiroz já lido mil vezes, todas as vezes de gripe
manusear o exemplar de meu avô
e sentir o cheiro de mofo
ler e sonhar
Dormir, sem culpa, estou doente!
embalado pelo som do relógio meio-carrilhão e o bater das agulhas de tricô de minha mãe
Café com leite, chá, caldo, tudo na cama!
Friozinho aquecido pelo amor de casa...p´ra que curar?
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Chamar mamãe para auscultar
Ser servido de sopa de batata e de canja quente
Não ter que ir para o batente
Pegar As Cidades e As Serras de Eça de Queiroz já lido mil vezes, todas as vezes de gripe
manusear o exemplar de meu avô
e sentir o cheiro de mofo
ler e sonhar
Dormir, sem culpa, estou doente!
embalado pelo som do relógio meio-carrilhão e o bater das agulhas de tricô de minha mãe
Café com leite, chá, caldo, tudo na cama!
Friozinho aquecido pelo amor de casa...p´ra que curar?
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
domingo, 27 de novembro de 2011
As Janelas da Minha Alma (de Luciana Gaffrée)
Quando o coração abre de uma vez só
Que nem janela em dia de ventania
Faz barulho e a vizinhança toda vê
Apago logo a luz pra ninguém fotografar
Mesmo assim já entrou o vento forte
Frio, cheiroso e anterior à tempestade
As cortinas se movem histéricas
Prendo logo o cabelo pra não me enredar
Quando o coração abre de uma vez só
Dá vontade de espirrar e tomar muito chá
Usar termômetro e se afundar no sofá
Esperando a invasão de luz passar
de Luciana Gaffrée
Quando eu era muito novo (do poeta português/du poète portugais João Miguel Fernandes Jorge)/Quand j´étais très jeune.
Quando eu era muito novo sentia que me faltava um
lago, superfície que reflectisse o mundo
por inteiro. O meu pai levou-me à lagoa de
Óbidos e tentou mesmo as salinas de Rio Maior “vê
um grande lago salgado” mas só via as quadrículas de terra que
impediam a extensão da água
(era pedir de mais à minha imaginação a troco de meia
dúzia de acções que depressa vendi)
eu queria um lago que pudesse comparar aos versos que trazia
na cabeça (e também no coração)
um lago que espelhasse floresta e montanha (e a lagoa
de Óbidos, se não forem todos os anos ligá-la ao mar
é um charco de onde nunca vi erguer-se um
bando de patos selvagens; mas gosto, e muito, das dunas e dos
pinhais por lá perto; têm musgos de mil verdes
que chamam por ti, com a paixão de um bramido do mar)
um lago que me trouxesse nas nuvens todas do céu
e quando a luz rebatesse a ondeante vaga
saberia que nenhuma imagem pode ser igual a nenhum outro
verso
o lago, eu queria; não era uma chapa de sal nem bacia de
peixes mortos, era descer e descer na região mais sombria
lago que procurava
em sofrimento e medo
por detrás do vidro, o lago
haveria de surgir sem geografia, sem tempo
quando a barca que pousa na margem
me deu o azar e o erro
de nela embarcar um verso e
de partir a remar.
Quand j´étais très jeune je sentais qu´il me manquait un
lac, une surface pour refléchir le monde
entier. Mon père m´a amené à la lagune d´
Óbidos et il a même essayé les marais salants de Rio Maior "vois-tu
un laca salé", mais je n´ai vu que les carrés de terre qui
empêchaient l´extension de l´eau
(c´était trop demander à mon imagination en échange de quelques
actions que vite j´ai vendues)
Je voulais un lac que je pourrais comparer aux vers que je portais
dans la tête (et aussi dans le coeur)
un lac pour refléchir la forêt et la nature (et la lagune
d´Óbidos, si ce n´était pas toutes ces années la reliant à la mer
c´est une marre d´où je n´ai jamais vu s´envoler une
bande de canards sauvages, mais j´aime, et beaucoup, les dunes et les
pinèdes dans les alentours: elles ont de la mousse de mille tonalités de vert
qui t´appellent, avec la passion d´un mugissement de la mer)
un lac qui m´apporterait dans tous les nuages du ciel
et quand la lumière rabattue sur la vague houleuse
je saurais qu´aucune image peut être égale à aucun autre vers
le lac, je ne voulais pas: ce n´était pas une plaque de sel ni un bassin de
poissons morts, c´était descendre et descendre dans la région la plus sombre.
le lac que je cherchais
en souffrance et en peur
derrière la vitre, le lac
surgirait sans géographie, sans temps
m´a apporté la malchance et l´erreur
d´y embarquer un vers et
de partir en ramant.
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
lago, superfície que reflectisse o mundo
por inteiro. O meu pai levou-me à lagoa de
Óbidos e tentou mesmo as salinas de Rio Maior “vê
um grande lago salgado” mas só via as quadrículas de terra que
impediam a extensão da água
(era pedir de mais à minha imaginação a troco de meia
dúzia de acções que depressa vendi)
eu queria um lago que pudesse comparar aos versos que trazia
na cabeça (e também no coração)
um lago que espelhasse floresta e montanha (e a lagoa
de Óbidos, se não forem todos os anos ligá-la ao mar
é um charco de onde nunca vi erguer-se um
bando de patos selvagens; mas gosto, e muito, das dunas e dos
pinhais por lá perto; têm musgos de mil verdes
que chamam por ti, com a paixão de um bramido do mar)
um lago que me trouxesse nas nuvens todas do céu
e quando a luz rebatesse a ondeante vaga
saberia que nenhuma imagem pode ser igual a nenhum outro
verso
o lago, eu queria; não era uma chapa de sal nem bacia de
peixes mortos, era descer e descer na região mais sombria
lago que procurava
em sofrimento e medo
por detrás do vidro, o lago
haveria de surgir sem geografia, sem tempo
quando a barca que pousa na margem
me deu o azar e o erro
de nela embarcar um verso e
de partir a remar.
Quand j´étais très jeune je sentais qu´il me manquait un
lac, une surface pour refléchir le monde
entier. Mon père m´a amené à la lagune d´
Óbidos et il a même essayé les marais salants de Rio Maior "vois-tu
un laca salé", mais je n´ai vu que les carrés de terre qui
empêchaient l´extension de l´eau
(c´était trop demander à mon imagination en échange de quelques
actions que vite j´ai vendues)
Je voulais un lac que je pourrais comparer aux vers que je portais
dans la tête (et aussi dans le coeur)
un lac pour refléchir la forêt et la nature (et la lagune
d´Óbidos, si ce n´était pas toutes ces années la reliant à la mer
c´est une marre d´où je n´ai jamais vu s´envoler une
bande de canards sauvages, mais j´aime, et beaucoup, les dunes et les
pinèdes dans les alentours: elles ont de la mousse de mille tonalités de vert
qui t´appellent, avec la passion d´un mugissement de la mer)
un lac qui m´apporterait dans tous les nuages du ciel
et quand la lumière rabattue sur la vague houleuse
je saurais qu´aucune image peut être égale à aucun autre vers
le lac, je ne voulais pas: ce n´était pas une plaque de sel ni un bassin de
poissons morts, c´était descendre et descendre dans la région la plus sombre.
le lac que je cherchais
en souffrance et en peur
derrière la vitre, le lac
surgirait sans géographie, sans temps
m´a apporté la malchance et l´erreur
d´y embarquer un vers et
de partir en ramant.
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
III Turvos Dizeres e Alguns Círculos(do poeta português/du poète portugais João Miguel Fernandes Jorge)/Les troubles paroles.et Quelques Cercles.
Procuremos nestas águas um exemplo
onde esteja toda a significação
quatro espécies de mar se distinguem
mar
correctivo da paixão
mar correctivo do conhecimento.
O mar é somente a nossa imaginação
é o poder mais ímpio
como corrigi-lo?
Propus-me fundar uma ciência do mar.
Qual o seu projecto?
Escolhendo defino excluo
Projecto de água.
Cherchons dans ces eaux un exemple
où il y ait toute la signification
quatre espèces de mer se distinguent
mer
correctif de la passion
mer correctif de la connaissance.
La mer n´est que notre imagination
c´est le pouvoir le plus impie
comment le corriger?
Je me suis proposer à fonder une sciende de la mer.
Quel est le projet?
En définissant je définis j´exclue
Projet d´eau.
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
onde esteja toda a significação
quatro espécies de mar se distinguem
mar
correctivo da paixão
mar correctivo do conhecimento.
O mar é somente a nossa imaginação
é o poder mais ímpio
como corrigi-lo?
Propus-me fundar uma ciência do mar.
Qual o seu projecto?
Escolhendo defino excluo
Projecto de água.
Cherchons dans ces eaux un exemple
où il y ait toute la signification
quatre espèces de mer se distinguent
mer
correctif de la passion
mer correctif de la connaissance.
La mer n´est que notre imagination
c´est le pouvoir le plus impie
comment le corriger?
Je me suis proposer à fonder une sciende de la mer.
Quel est le projet?
En définissant je définis j´exclue
Projet d´eau.
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
II Turvos Dizeres e Alguns Círculos(do poeta português/du poète portugais João Miguel Fernandes Jorge)/Les troubles paroles.et Quelques Cercles.
Dispõe as aves, todas as aves no lugar,
à beira-mar, do lado sombrio das dunas. Os sentimentos
são decididos, duram, duram longas horas, o vento da tarde,
sob os olhos da água, sob a dureza de novembro.
Dispões o percurso das aves,
as estradas
que se repetem pela noite, as grandes migrações.
As gares, as cidades que significam para ti,
as aves sobre as ilhas, outras ilhas, a paisagem
que temos à nossa volta, que significa para ti,
repentinamente por que não cantamos a força de tudo isto?
Dispose les oiseaux, tous les oiseaux sur place,
au bord de mer, du côté sombre des dunes. Les sentiments
sont décidés, durent, durent de longues heures, le vent de l´après-midi,
sous les yeux de l´eau, sous la dureté de novembre.
Dispose le parcours des oiseaux,
les routes
qui se répètent par la nuit, les grandes migrations.
Les gares, les villes quel est leur sens pour toi,
les oiseaux sur les îles, d´autres îles, le paysage
que nous avons autour de nous, quel sens pour toi,
soudain pourquoi on ne chante pas la force de tout ça?
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
à beira-mar, do lado sombrio das dunas. Os sentimentos
são decididos, duram, duram longas horas, o vento da tarde,
sob os olhos da água, sob a dureza de novembro.
Dispões o percurso das aves,
as estradas
que se repetem pela noite, as grandes migrações.
As gares, as cidades que significam para ti,
as aves sobre as ilhas, outras ilhas, a paisagem
que temos à nossa volta, que significa para ti,
repentinamente por que não cantamos a força de tudo isto?
Dispose les oiseaux, tous les oiseaux sur place,
au bord de mer, du côté sombre des dunes. Les sentiments
sont décidés, durent, durent de longues heures, le vent de l´après-midi,
sous les yeux de l´eau, sous la dureté de novembre.
Dispose le parcours des oiseaux,
les routes
qui se répètent par la nuit, les grandes migrations.
Les gares, les villes quel est leur sens pour toi,
les oiseaux sur les îles, d´autres îles, le paysage
que nous avons autour de nous, quel sens pour toi,
soudain pourquoi on ne chante pas la force de tout ça?
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
I Turvos Dizeres (do poeta português João Miguel Fernandes Jorge/du poète portugais João Miguel Fernandes Jorge)/Les troubles paroles.
Vimos a areia: a praia é isto o visível.
Quando queremos exprimir a consciência
de uma verdade
este mar
tomamos areia por praia um nome pela solução.
O olhar sobre a praia é sempre uma segunda
praia de dentro tem um poder incomparável
“en vaguidades y desconciertos”.
Façamos uma experiência o oferecer
a um olhar estranho
(esta praia nasce do meu lado. Que fazer?)
prolongando
dunas pouco a pouco desvendadas
On n´a vu le sable: la plage c´est ça le visible.
Quand on veut exprimer la conscience
d´une vérité
cette mer
on prend le sable pour de la mer un nom pour la solution.
Le regard sur la plage est toujours une deuxième
plage du dedans a un pouvoir incomparable
"en vaguidades y desconciertos".
Faisons une expérience l´offrir
à un regard étranger
(cette plage naît à mes côtes. Que faire?)
prolongeant
des dunes peu à peu dévoilées
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Quando queremos exprimir a consciência
de uma verdade
este mar
tomamos areia por praia um nome pela solução.
O olhar sobre a praia é sempre uma segunda
praia de dentro tem um poder incomparável
“en vaguidades y desconciertos”.
Façamos uma experiência o oferecer
a um olhar estranho
(esta praia nasce do meu lado. Que fazer?)
prolongando
dunas pouco a pouco desvendadas
On n´a vu le sable: la plage c´est ça le visible.
Quand on veut exprimer la conscience
d´une vérité
cette mer
on prend le sable pour de la mer un nom pour la solution.
Le regard sur la plage est toujours une deuxième
plage du dedans a un pouvoir incomparable
"en vaguidades y desconciertos".
Faisons une expérience l´offrir
à un regard étranger
(cette plage naît à mes côtes. Que faire?)
prolongeant
des dunes peu à peu dévoilées
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Poème III - Sob sobre voz (do poeta português João Miguel Fernandes Jorge/du poète portugais João Miguel Fernandes Jorge)/Poème III - Sous sur voix.
Estamos em março, o nome
é riso. O riso, ar. Qualquer corpo
está cantando, habita
nossa casa, sua gente.
Água é o lugar. Estamos limpos, digo.
Salvos, acrescentas.
Mas as águas não esperam
os olhos devagar.
Pousamos as mãos.
Posso dizer a mim próprio
o mar que se confunde
com estas palavras, com o teu rosto?
Como uma morada
é a casa que vejo?
Entretanto morremos.
Os barcos vão.
Mágicos é que nós somos
Nous sommes en mars, le nom
est le rire. Le rire, l´air. Un corps quelconque
chante, habite
notre foyer, ses gens.
L´eau est la place. Nous sommes propres, je dis.
Sauvés, tu ajoutes
Mais les eaux n´attendent pas
les yeux lentement.
Nous posons les mains.
Je peux me le dire
la mer se confond
avec ces mots, avec ton visage?
Comme une demeure
c´est la maison que je vois?
Cependant on meurt.
Les bâteaux s´en vont.
Des magiciens, voilà ce que nous sommes.
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
é riso. O riso, ar. Qualquer corpo
está cantando, habita
nossa casa, sua gente.
Água é o lugar. Estamos limpos, digo.
Salvos, acrescentas.
Mas as águas não esperam
os olhos devagar.
Pousamos as mãos.
Posso dizer a mim próprio
o mar que se confunde
com estas palavras, com o teu rosto?
Como uma morada
é a casa que vejo?
Entretanto morremos.
Os barcos vão.
Mágicos é que nós somos
Nous sommes en mars, le nom
est le rire. Le rire, l´air. Un corps quelconque
chante, habite
notre foyer, ses gens.
L´eau est la place. Nous sommes propres, je dis.
Sauvés, tu ajoutes
Mais les eaux n´attendent pas
les yeux lentement.
Nous posons les mains.
Je peux me le dire
la mer se confond
avec ces mots, avec ton visage?
Comme une demeure
c´est la maison que je vois?
Cependant on meurt.
Les bâteaux s´en vont.
Des magiciens, voilà ce que nous sommes.
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Poema I - Sob sobre voz (do poeta português João Miguel Fernandes Jorge/du poète portugais João Miguel Fernandes Jorge)/Poème I - Sous sur voix.
Vivemos sobre a terra. Apresento-te
a nossa casa, os nomes que damos às coisas,
as honras que nos são destinadas,
este corpo de sangue e nervos.
Sobre ele que julgamos vivo
dizes minha razão. A da vida
e a de outras coisas que se percebem.
Os barcos retomam lentos seu lugar
em volta de um coração marinho.
Como se morre aqui?
Nous vivons sur la Terre. Je te présente
notre maison, le nom que nous donnons aux choses,
les honneurs qui nous sont destinés,
ce corps de sang et de nerfs.
Sur lui que nous jugeons vivant
dis ma raison. Celle de la vie
et celle d´autres choses qu´on apperçoit.
Les bâteaux reviennent lents à leur place
autour d´un coeur marin.
Comment meurt-on ici?
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
a nossa casa, os nomes que damos às coisas,
as honras que nos são destinadas,
este corpo de sangue e nervos.
Sobre ele que julgamos vivo
dizes minha razão. A da vida
e a de outras coisas que se percebem.
Os barcos retomam lentos seu lugar
em volta de um coração marinho.
Como se morre aqui?
Nous vivons sur la Terre. Je te présente
notre maison, le nom que nous donnons aux choses,
les honneurs qui nous sont destinés,
ce corps de sang et de nerfs.
Sur lui que nous jugeons vivant
dis ma raison. Celle de la vie
et celle d´autres choses qu´on apperçoit.
Les bâteaux reviennent lents à leur place
autour d´un coeur marin.
Comment meurt-on ici?
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
sábado, 26 de novembro de 2011
Há domingos assim (do poeta português Ruy Belo/du poète portugais Ruy Belo)/ Il y a des dimanches comme ça.
mas o mar visível /de súbito/ de um lado e doutro do cabo carvoeiro/ no nevoeiro/ mas um nevoeiro
então muito leve/ nevoeiro apenas bastante para esfumar alguns contornos/
e deixar o sol rasante da tarde ferir-nos /atingir-nos cá muito fundo/
como as últimas flechas do dia/ condenado/ disparadas talvez pelo mar/
Olho alguns domingos o mar/ e mesmo que o olhe/ talvez através de vidros decapitados por uma janela/
reparo num ligeiro sobressalto da sua superfície supremamente sensível/
e penso que valeu afinal a pena eu ter nascido/ ser mexido e trazido até aqui/
porque pressinto que o mar é um pouco diferente só pelo facto de eu o olhar
[…]
(poema “Há domingos assim”, Toda a terra, p.72)
mais la mer visible/ soudain/ d´un côté et de l´autre du cap charbonnier/ dans les fumées/ mais dans les fumées
alors très léger/ assez de fumée pour tamiser quelques contours/
et laisser le soleil rasant de l´après-midi nous blesser/ nous atteindre là dans l´âme
comme les dernières flèches de la journée/ condamnée/ lancées peut-être par la mer/
Je regarde quelques dimanches la mer/et quoique je la regarde/ peut-être à travers des verres décapités par une fenêtre/
je remarque le sursaut léger de sa surface extrèmement sensible/
et je pense que finalement ça m´a vallu la peine d´être né/ d´avoir été bousculé et amené jusqu´ici/
parce que je prévois que la mer ne change que par le fait que je la regarde
[...]
Versão para o francês/version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson
então muito leve/ nevoeiro apenas bastante para esfumar alguns contornos/
e deixar o sol rasante da tarde ferir-nos /atingir-nos cá muito fundo/
como as últimas flechas do dia/ condenado/ disparadas talvez pelo mar/
Olho alguns domingos o mar/ e mesmo que o olhe/ talvez através de vidros decapitados por uma janela/
reparo num ligeiro sobressalto da sua superfície supremamente sensível/
e penso que valeu afinal a pena eu ter nascido/ ser mexido e trazido até aqui/
porque pressinto que o mar é um pouco diferente só pelo facto de eu o olhar
[…]
(poema “Há domingos assim”, Toda a terra, p.72)
mais la mer visible/ soudain/ d´un côté et de l´autre du cap charbonnier/ dans les fumées/ mais dans les fumées
alors très léger/ assez de fumée pour tamiser quelques contours/
et laisser le soleil rasant de l´après-midi nous blesser/ nous atteindre là dans l´âme
comme les dernières flèches de la journée/ condamnée/ lancées peut-être par la mer/
Je regarde quelques dimanches la mer/et quoique je la regarde/ peut-être à travers des verres décapités par une fenêtre/
je remarque le sursaut léger de sa surface extrèmement sensible/
et je pense que finalement ça m´a vallu la peine d´être né/ d´avoir été bousculé et amené jusqu´ici/
parce que je prévois que la mer ne change que par le fait que je la regarde
[...]
Versão para o francês/version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Versos que vou escrevendo (do poeta português Ruy Belo/du poète portugais Ruy Belo)/ Les vers que j´écris.
Mas como pode ser inverno aqui na praia
perplexa perguntaste-me ó criança ainda vinda
não sei ao certo donde mas decerto não da vida
A praia que no verão tu conheceste
é calma é cor branca é céu azul é asa de ave
é tudo o que me falta agora por que então o tive
e ao ter alguma coisa só a tenho por correr o risco de a perder
(poema “Versos que vou escrevendo”, p. 126, em Toda Terra)
Mais comment ça se peut l´hiver ici à la plage
abasourdie tu m´a demandé oh enfant encore venue
je ne sais pas au juste d´où mais pas juste de la vie
La plage qu´en été tu as connue
est calme est en blanc c´est du ciel bleu c´est l´aile d´oiseau
c´est tout ce qui me manque maintenant parce que je l´ai déjà eu
et que quand j´ai quelque chose je ne l´ai que pour courir le risque de la perdre
Versão para o francês/version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson
perplexa perguntaste-me ó criança ainda vinda
não sei ao certo donde mas decerto não da vida
A praia que no verão tu conheceste
é calma é cor branca é céu azul é asa de ave
é tudo o que me falta agora por que então o tive
e ao ter alguma coisa só a tenho por correr o risco de a perder
(poema “Versos que vou escrevendo”, p. 126, em Toda Terra)
Mais comment ça se peut l´hiver ici à la plage
abasourdie tu m´a demandé oh enfant encore venue
je ne sais pas au juste d´où mais pas juste de la vie
La plage qu´en été tu as connue
est calme est en blanc c´est du ciel bleu c´est l´aile d´oiseau
c´est tout ce qui me manque maintenant parce que je l´ai déjà eu
et que quand j´ai quelque chose je ne l´ai que pour courir le risque de la perdre
Versão para o francês/version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Ode Marítima (do poeta português Ruy Belo/ du poète portugais Ruy Belo)
Ah, as praias longínquas, os cais vistos de longe,
E depois as praias próximas, os cais vistos de perto.
O mistério de cada ida e de cada chegada,
A dolorosa instabilidade e incompreensibilidade
Deste impossível universo
A cada hora marítima mais na própria pele sentido!
(poema “Ode Marítima”, p.251)
Ah, les plages lointainse, les quais vus de loin,
Et après les plages prochaines, les quais vus de près.
Le mystère de chaque allée et de chaque arrivée,
La douloureuse instabilité et incompréhensiblité
Dans l´impossible univers
A chaque heure maritime plus senti sur sa propre peau!
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
E depois as praias próximas, os cais vistos de perto.
O mistério de cada ida e de cada chegada,
A dolorosa instabilidade e incompreensibilidade
Deste impossível universo
A cada hora marítima mais na própria pele sentido!
(poema “Ode Marítima”, p.251)
Ah, les plages lointainse, les quais vus de loin,
Et après les plages prochaines, les quais vus de près.
Le mystère de chaque allée et de chaque arrivée,
La douloureuse instabilité et incompréhensiblité
Dans l´impossible univers
A chaque heure maritime plus senti sur sa propre peau!
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Boca Bilingue (do poeta português Ruy Belo/du poète portugais Ruy Belo)/Bouche bilingue
[…]
No meu país não acontece nada
o corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
[…]
Ruy Belo, Boca Bilingue (1966)
(...)
Dans mon pays rien n´arrive
le corps courbe l´échine sous le poids d´une âme qui ne sent pas
On a tous une fenêtre sur la mer
(...)
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
No meu país não acontece nada
o corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
[…]
Ruy Belo, Boca Bilingue (1966)
(...)
Dans mon pays rien n´arrive
le corps courbe l´échine sous le poids d´une âme qui ne sent pas
On a tous une fenêtre sur la mer
(...)
Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
domingo, 20 de novembro de 2011
O viajante.
Borboletas atravessam meu cérebro insensato
Tremo dos pés à cabeça no vácuo do trem.
sou conduzido para o além
envolto nas espumas produzidas pelos pássaros no mato.
A música tabalha meus ouvidos e martela minha aura.
Sou conduzido para fora de mim mesmo.
e vago pelo caminho lamacento a esmo
Perfumes fecais de vacas parindas envolvem a aurora.
Arrepio de prazer ao humectar a natureza
O vento acaricia meus pelos e penetra
Sou o viajante da lua, realeza
Nas palmas da mão sinto a sua doce aspereza
país longínquo, furto na minha vida de asceta.
Fruto de imagens senis e boas alargadas pela correnteza.
de Luiz Fernando Gaffrée Thomspon
Tremo dos pés à cabeça no vácuo do trem.
sou conduzido para o além
envolto nas espumas produzidas pelos pássaros no mato.
A música tabalha meus ouvidos e martela minha aura.
Sou conduzido para fora de mim mesmo.
e vago pelo caminho lamacento a esmo
Perfumes fecais de vacas parindas envolvem a aurora.
Arrepio de prazer ao humectar a natureza
O vento acaricia meus pelos e penetra
Sou o viajante da lua, realeza
Nas palmas da mão sinto a sua doce aspereza
país longínquo, furto na minha vida de asceta.
Fruto de imagens senis e boas alargadas pela correnteza.
de Luiz Fernando Gaffrée Thomspon
Un viajero tremblando.
Estabas hecho de trenes súbitos
de pétalos malhechores
acaso aquel delgado camino del áspero susurro
la espalda de los ojos, la espuma de la estrella
Siempre voy de regreso a sitios olvidados
con la vida atroz traicionando la belleza del relámpago.
Todo se reduce al oscuro laberinto de la idea
a la trampa de las cuencas ojerosas nunca llama de corazones amplios
todo desformado, narrado hasta cansarme
en esas súplicas oscuras de música vencida.
Ya tarde, pavorosa, de confundidos pájaros
en las dieciseís horas del reloj que inventamos
un tiempo que recorre la cara de mis brazos
yo nunca dije nada
solo quedó una mano.
El secreto que busca los encuentros feroces
con cabezas hundidas impuras de miel salobre
ya no tiene aquel ojo que rugía en pulmones de quien cava sin tregua
con los puños cerrados
Sí, he vuelto, con el hilo que recubre los harapos
y ahora llueven sepulcros en varias latitudes
mientras miro los árboles que se quiebran muriendo
en el horizonte de la sombra que expira
mientras gritas que amas inútil, desparramado
y yo toda impresa en los troncos azules
de los fondos con jaulas al unísono cantando
mi nombre silencioso , testimonio profundo
de un viajero temblando.
de Laura Inés Martínez Coronel
Borboletas atravessam meu cérebro insensato
Tremo dos pés à cabeça no vácuo do trem.
sou conduzido para o além
envolto nas espumas produzidas pelos pássaros no mato.
A música tabalha meus ouvidos e martela minha aura.
Sou conduzido para fora de mim mesmo.
e vago pelo caminho lamacento a esmo
Perfumes fecais de vacas parindas envolvem a aurora.
Arrepio de prazer ao humectar a natureza
O vento acaricia meus pelos e penetra
Sou o viajante da lua, realeza
Nas palmas da mão sinto a sua doce aspereza
país longínquo, furto na minha vida de asceta.
Fruto de imagens senis e boas alargadas pela correnteza.
de Luiz Fernando Gaffrée Thomspon
de pétalos malhechores
acaso aquel delgado camino del áspero susurro
la espalda de los ojos, la espuma de la estrella
Siempre voy de regreso a sitios olvidados
con la vida atroz traicionando la belleza del relámpago.
Todo se reduce al oscuro laberinto de la idea
a la trampa de las cuencas ojerosas nunca llama de corazones amplios
todo desformado, narrado hasta cansarme
en esas súplicas oscuras de música vencida.
Ya tarde, pavorosa, de confundidos pájaros
en las dieciseís horas del reloj que inventamos
un tiempo que recorre la cara de mis brazos
yo nunca dije nada
solo quedó una mano.
El secreto que busca los encuentros feroces
con cabezas hundidas impuras de miel salobre
ya no tiene aquel ojo que rugía en pulmones de quien cava sin tregua
con los puños cerrados
Sí, he vuelto, con el hilo que recubre los harapos
y ahora llueven sepulcros en varias latitudes
mientras miro los árboles que se quiebran muriendo
en el horizonte de la sombra que expira
mientras gritas que amas inútil, desparramado
y yo toda impresa en los troncos azules
de los fondos con jaulas al unísono cantando
mi nombre silencioso , testimonio profundo
de un viajero temblando.
de Laura Inés Martínez Coronel
Borboletas atravessam meu cérebro insensato
Tremo dos pés à cabeça no vácuo do trem.
sou conduzido para o além
envolto nas espumas produzidas pelos pássaros no mato.
A música tabalha meus ouvidos e martela minha aura.
Sou conduzido para fora de mim mesmo.
e vago pelo caminho lamacento a esmo
Perfumes fecais de vacas parindas envolvem a aurora.
Arrepio de prazer ao humectar a natureza
O vento acaricia meus pelos e penetra
Sou o viajante da lua, realeza
Nas palmas da mão sinto a sua doce aspereza
país longínquo, furto na minha vida de asceta.
Fruto de imagens senis e boas alargadas pela correnteza.
de Luiz Fernando Gaffrée Thomspon
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Le chat della Signora Simonetti.
Marie-Paule veut une auto-route
Mica, Paolina voi una autustrada
I Pinzutti non hannu encora fattu
La liaison rapide entre Aïatche
Portitche, Corti et Bastiie-Porette
Marie-Paule veut la Corse pastorale
L´economia delle castagne con brutche
Capitu, iu, u pensieru di Paolina
Per avere piu di paesini e di capre
Bisogna avoir un tunnel doppu Bastiie
Mais Paris est le coupable de tout
Du fait que Paolina mica parla corsu
Du mal de dents de mon chien
Et du mal à estomac de son chat
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Mica, Paolina voi una autustrada
I Pinzutti non hannu encora fattu
La liaison rapide entre Aïatche
Portitche, Corti et Bastiie-Porette
Marie-Paule veut la Corse pastorale
L´economia delle castagne con brutche
Capitu, iu, u pensieru di Paolina
Per avere piu di paesini e di capre
Bisogna avoir un tunnel doppu Bastiie
Mais Paris est le coupable de tout
Du fait que Paolina mica parla corsu
Du mal de dents de mon chien
Et du mal à estomac de son chat
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
domingo, 13 de novembro de 2011
Les éthnies au Brésil.
Oui, mais ça dépend beaucoup de comment le metissage, la colonisation et les préjugés se présentent. Chaque cas est un cas et, c´est pour ça, à cause de la réalité brésilienne, que je conteste votre attachement aux traditions. C´est parce que chez nous ce qui a été fait a donné des fruits parfois très différents de ce qui a été fait ailleurs. Des fois ça se ressemble. La formation du Brésil ressemble beaucoup à celle des Etats-Unis. Les Européens, des Portugais, sont arrivés ici et il y avait les indiens. Ces indiens étaient clairsemés et vivaient dans l´ état de civilisation de la pierre polie (je ne sais pas comment on dit en français ça, mais je crois que vous le comprenez). Leur organisme était faible par rapport aux maladies apportées par les Européens. D´autre part, ils n´avaient pas la culture de l´esclavage et du travail, qui vont ensemble, et qui faisait déjà partie des cultures des peuples tels les Mayas, Aztèques, Inca ou Africains. Ici, c´étaient comme aux EUA. Bon, les indiens, ils mourraient, ils s´enfuyaient ou ils s´acculturaient. Alors les Portugais ont décidé de faire venir les Africains noirs, qu´ils achetaient en Afrique à d´autres Africains. Ils prenaient le soin de ne pas rapporté vers les mêmes endroits des noirs de même éthnie, pour qu´ils ne puissent pas communiquer entre eux et donc ne pas s´organiser pour se révolter. Ce qui faisait qu´ils étaient obligés à apprendre le portugais, pas seulement pour communiquer avec leurs maîtres, mais encore entre eux aussi, puisque c´était la seule langue commune. Les autres populations européennes et les asiatiques venues après n´ont jamais formé de ghetto. Elles se sont toujours acculturées et métissées, je ne saurais pas dire pourquoi. Et ce jusqu´à présent. Personnellement, je crois que c´est parce qu´à partir de 1808, le Brésil a perdu son statut de colonie pour devenir la métropole: la cour portugaise a déménagé ici à cause des invasions napoléoniennes et Rio est devenu la copitale de l´Empire Portugais, puis, quand la cour a dû partir, elle n´est pas partie intégralement, le prince héritier du trône portugais est resté ici et c´est lui qui a fait l´indépendance du Brésil, qui est devenu un empire indépendant, mais évidemment très lié à celui du Portugal, puisque le père régnait là-bas et le fils ici. Symboliquement c´était et est encore très important, je pense. Bon, toutes ces populations se sont mélangées et se mélangent encore. il est difficile de trouver un Brésilien qui n´ait pas plusieurs origines et qui n´ait pas d´origine portugaise, ils ont toujous immigré ici et immigrent encore. il est difficle de trouver un Portugais qui n´ait de famille au Brésil ou un Brésilien qui n´ait pas des orignes portugaises. Moi, par exemple, je suis petit-fils d´Anglais, mais j´ai des origines, anglaises, portugaises, espagnoles, françaises et indienne (de indiens du Bréisl, pas de l´Inde, ici il n´y a pas de gens venus de l´Inde ni de musulmans, ceux qui sont venus des pays du Moyen-Orient sont catholiques). Donc, on est tous agglutinés dans cette culture de base portugaise, aux fortes influences des cultures noires, et peu des autres, mais, parmi ces influences moins importantes, il y a celles des Italiens et des indiens. Actuellementm nous avons à peu près 50% de la population au fénotype blanc (le génotype ne compte pas pour nous), 40% de gens aux fénotype métis et 10% au fénotype noir. Les préjugés existent et plus on est blanc, mieux on est coté socialement et plus on est basané, moins on est considéré socialement. Par exemple, il y a des quotas pour entrer dans les universités. Si deux frères, l´un de fénotype métis et l´autre de fénotype blanc se présentent, le premier aura droit à entrer dans le quota, parce qu´il est passible de souffrir de racisme, tandis que l´autre non. Je réponds á ta question: nous sommes issus des étnnies les plus diverses, nous avons des gens blonds comme des Suédois, noirs commme de Sénégalais ou aux yeux bridés comme des Japonais (normalement tous, au point de vue génétique, métissés) et nous avons, pourtant, la même culture.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
L´Armistice et le calvaire corse..
Mais quand même, mesdames! Je parle une langue romane comme langue maternelle et je crois que vous vous êtes déjà rendues compte que suis une personne assez cultivée. M´expliquer ce que ça veut dire "armistisce" c´est m´offenser, ou s´offenser soi-même, en faisant preuve de votre ignorance. "Armistice", en portugais, c´est "armistício", voyons, mesdames, il suffit de penser un peu à comment cela se dit en italien ou en votre cher corse!!! Ce dont je ne me rappelais pas c´est ce que cette date représentait pour vous, je ne suis pas Européen! Mais après, en lisant la presse française j´ai vu que c´est bien ceci: la fin de la Deuxiéme Guerre Mondiale. Et, d´ailleurs, selon Marie-Paule, il s´agit aussi de la fin d´un des maints chapitres du calvaire vécu par le peuple corse pendant toute son existence de martyr. D´ailleurs, je n´ai plus envie d´aller en Corse...pour pleurer sur le sort d´un peuple, je n´ai pas besoin de sortir de chez moi, puisque j´ai les indiens à côté! Si c´est pour interagir avec un peuple de malheureux, naîfs et bêtes qui, les seuls, pendant toute l´histoire de l´humanité se sont battus sans savoir pourquoi, en servant de balles de canons, je préfère aller ailleurs!
Non, c´est la fin de la Première, me dit mon amie Marie-Paule, heureusement que j´ai des amis savants qui m´éclaircissent l´Histoire. Bon, apparemment aussi ce n´est pas que les Corses qui se font faits tuer inocemment pendant cette guerre, même si ce n´est pas qu´eux qui aient été cités, mais toute une floppée de martyrs venus des quatre coins de l´Europe (ce que je croyais bien). Ceci dit, il n´y a pas eu de mouvement interne de victimisation du peuple corse de la part de mon amie...alors je commence à avoir envie de revenir en Corse, qui, d´ailleurs je connais bien et ne m´a jamais semblé habitée par un peuple martyrisé, bien au contraire
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Non, c´est la fin de la Première, me dit mon amie Marie-Paule, heureusement que j´ai des amis savants qui m´éclaircissent l´Histoire. Bon, apparemment aussi ce n´est pas que les Corses qui se font faits tuer inocemment pendant cette guerre, même si ce n´est pas qu´eux qui aient été cités, mais toute une floppée de martyrs venus des quatre coins de l´Europe (ce que je croyais bien). Ceci dit, il n´y a pas eu de mouvement interne de victimisation du peuple corse de la part de mon amie...alors je commence à avoir envie de revenir en Corse, qui, d´ailleurs je connais bien et ne m´a jamais semblé habitée par un peuple martyrisé, bien au contraire
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Solísima hendidura.
los pocos peces escasos en el cemento del sueño
es como si estuvieramos contemplando la invenciòn del destierro
llevo manos al galope verticales y hùmedas para negar el armònico desarticulado incendio
Despuès de algunas copas invertidas con cabellos de metal empañado
he dicho que no desde el abrazo y un latido en una caja se destruye sobornado
por la sùplica de guitarras nunca angèlicas.
Me desvanezco.
Desaparezco de mì con el parto de las venas ausentes
no existo en los pàjaros sùbitos, tampoco en el rìo
ni en las diestras caricias de la sombra feliz del adiòs permanente.
Soy la solìsima hendidura
de los lìmites ardientes
la sangre que invade el parto doloroso del destino con su fina sombra de espejos
cabezas que estallan sobre el mar que se contempla a sì mismo.
El cansancio parte de la sal.
La puerta entornada escupe labios y mejillas apagadas.
No regreso
El aire estremecido de la mùsica apaga el nombre de tus ojos
de Laura Inés Martínez Coronel.
Renasço e volto
é um parto às avessas
todo o sangue que derramastes
todas as vísceras que vomitastes
todos os teus sonhos em vão
reconstituem-me, parte de ti
retomo a vida em teu lugar
para enaltecer-te e reviver
o nosso amor.
de Luiz Fernando Gaffrée Thomspon
es como si estuvieramos contemplando la invenciòn del destierro
llevo manos al galope verticales y hùmedas para negar el armònico desarticulado incendio
Despuès de algunas copas invertidas con cabellos de metal empañado
he dicho que no desde el abrazo y un latido en una caja se destruye sobornado
por la sùplica de guitarras nunca angèlicas.
Me desvanezco.
Desaparezco de mì con el parto de las venas ausentes
no existo en los pàjaros sùbitos, tampoco en el rìo
ni en las diestras caricias de la sombra feliz del adiòs permanente.
Soy la solìsima hendidura
de los lìmites ardientes
la sangre que invade el parto doloroso del destino con su fina sombra de espejos
cabezas que estallan sobre el mar que se contempla a sì mismo.
El cansancio parte de la sal.
La puerta entornada escupe labios y mejillas apagadas.
No regreso
El aire estremecido de la mùsica apaga el nombre de tus ojos
de Laura Inés Martínez Coronel.
Renasço e volto
é um parto às avessas
todo o sangue que derramastes
todas as vísceras que vomitastes
todos os teus sonhos em vão
reconstituem-me, parte de ti
retomo a vida em teu lugar
para enaltecer-te e reviver
o nosso amor.
de Luiz Fernando Gaffrée Thomspon
domingo, 6 de novembro de 2011
Volver jamás/Voltar? Nunca!.
"La mente que se abre a una nueva idea,
jamás volverá a su tamaño original"
A.Einstein
Ojos que duelen de abiertos
de falta
de lentes
de no poder volver
Mente zumbido
incesante
del orden
del mundo.
Qué idea es solidaria del caos de los cuerpos?
Qué idea irá a ensanchar el tiempo de la Vida?
Qué idea estallará
el espacio que es de otras
y otros?
Qué idea
porvenir.
de Alejandra Alma
Pensar conduz à aceitação da vida
sentir conduz ao prazer e ao sofrimento,
à verdadeira vida
Eisntein simboliza a compreensão do que está fora de nós
Feud conduz à incompreensão benfazeja do que está dentro de nós
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
jamás volverá a su tamaño original"
A.Einstein
Ojos que duelen de abiertos
de falta
de lentes
de no poder volver
Mente zumbido
incesante
del orden
del mundo.
Qué idea es solidaria del caos de los cuerpos?
Qué idea irá a ensanchar el tiempo de la Vida?
Qué idea estallará
el espacio que es de otras
y otros?
Qué idea
porvenir.
de Alejandra Alma
Pensar conduz à aceitação da vida
sentir conduz ao prazer e ao sofrimento,
à verdadeira vida
Eisntein simboliza a compreensão do que está fora de nós
Feud conduz à incompreensão benfazeja do que está dentro de nós
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
sábado, 5 de novembro de 2011
cuerpos inadvertidos.
Quiero saber como es el rojo mundo agobiado de nuncas
el inmóvil amargo herrumbre, también la dorada impaciencia
la ebriedad de la locura y el legajo
de un hartazgo de lepra suburbana
Quiero tarde que advierte cuerpos y manos llenas de dedos amputados
desaparecidas esperanzas hastío de nombres
el margen bastardo que interrogas los agónicos estambres.
Quiero saber el quejido nubarrón de la glotis azulada
el áspero misterio con sus nódulos plurales
la tierra fatigada transoceánica
con la inmortalidad maravillosa de las inquietudes con sus máscaras.
Recuerdo que nunca recordabas.
Eso trascendía el hambre de la soledad para apagar el cansancio de la madera
Las hienas crecen desde la raíz,se instalan y se matan a diario sobre el agua cálida
médulas sin vocación de llama.
Senos huracanados aman las piedras
las que nunca han de gritar los gemidos de la noche
ortiga sideral comprende poco.
Esta tarde descalza sobre fuego visto largas estrellas en el cuerpo
ya no quedas en los bolsillos mariposa turbia
ya no eres con los muslos despedazados mi próximo beso
yo sola en el mínimo descortés gesto que abre las lámparas
no merma el esfuerzo de haber quedado detenida
en un minutero de cardos en la tierra.
El hueso de la mañana crece y alimenta los sonidos
nunca esperé otra cosa que una lágrima
en el arco de nacerse mercader de la palabra
hay tantos cuadernos rebosantes de agujeros
siempre distraída digo tiempo
y apareces exactamente en la habitación de la cual ya me he fugado
para retornar convertido en recorridos de ciego.
Pero ya no tengo lámparas campana y
suben manzanas altaneras en la sombra áspera del viento.
de Laura Inés Martínez Coronel
Em mim, salientam-se elementos básicos da alquimia: terra, mar. ar e fogo
Esses elementos transparecem pútridos, fétidos, mornos e avassaladores
A quintessência se faz pela mistura nauseabunda do que resultará em
Renascença...Renascença
em mim, que represento todos nós, seres vadios.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
el inmóvil amargo herrumbre, también la dorada impaciencia
la ebriedad de la locura y el legajo
de un hartazgo de lepra suburbana
Quiero tarde que advierte cuerpos y manos llenas de dedos amputados
desaparecidas esperanzas hastío de nombres
el margen bastardo que interrogas los agónicos estambres.
Quiero saber el quejido nubarrón de la glotis azulada
el áspero misterio con sus nódulos plurales
la tierra fatigada transoceánica
con la inmortalidad maravillosa de las inquietudes con sus máscaras.
Recuerdo que nunca recordabas.
Eso trascendía el hambre de la soledad para apagar el cansancio de la madera
Las hienas crecen desde la raíz,se instalan y se matan a diario sobre el agua cálida
médulas sin vocación de llama.
Senos huracanados aman las piedras
las que nunca han de gritar los gemidos de la noche
ortiga sideral comprende poco.
Esta tarde descalza sobre fuego visto largas estrellas en el cuerpo
ya no quedas en los bolsillos mariposa turbia
ya no eres con los muslos despedazados mi próximo beso
yo sola en el mínimo descortés gesto que abre las lámparas
no merma el esfuerzo de haber quedado detenida
en un minutero de cardos en la tierra.
El hueso de la mañana crece y alimenta los sonidos
nunca esperé otra cosa que una lágrima
en el arco de nacerse mercader de la palabra
hay tantos cuadernos rebosantes de agujeros
siempre distraída digo tiempo
y apareces exactamente en la habitación de la cual ya me he fugado
para retornar convertido en recorridos de ciego.
Pero ya no tengo lámparas campana y
suben manzanas altaneras en la sombra áspera del viento.
de Laura Inés Martínez Coronel
Em mim, salientam-se elementos básicos da alquimia: terra, mar. ar e fogo
Esses elementos transparecem pútridos, fétidos, mornos e avassaladores
A quintessência se faz pela mistura nauseabunda do que resultará em
Renascença...Renascença
em mim, que represento todos nós, seres vadios.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Poesia portuguesa contemporânea V. Poemas de Fernando Assis Pacheco.
AS BALAS
São de ferro. Ou de aço?
Diz-se que fazem à entrada
um pequeno orifício,
seguido de uma grande
devastação de carnes
sangrentas. Por isso matam.
Li tudo sobre a morte.
Escrevi sobre a minha
e depois embebedei-me.
A bala vem pelo ar
(ruído onomatopaico) e
crava-se, cava, ceva-se
nessas carnes. Era a minha.
Tive uma bala marcada:
à última hora telefonei
a desistir. 'da-se!
Pior pra o Soares que entra
nestes versos já morto.
São de ferro. A tua era,
ó Soares, ou de aço,
e “agora choro contigo”
ausente uma vila
branca do Alentejo: tu.
Diz-se que fazem assim
um pequeníssimo estúpido
orifício (não quis ver)
como um botão mas
destroem tudo, devastam
tecidos, vísceras nobres,
e então trazem até nós
a morte sanguinolenta.
Se ainda as fabricam
como no meu tempo, creio
que matam num, ah pois,
infinitésimo de segundo.
É brutal. Eu ouvi-as:
perde-se a tesão por um século.
de Fernando Assis Pacheco
Les balles
Elles sont en fer. Ou en acier.
On dit que quand elles entrent
elles font un petit orifice
suivi d´une grande
dévastation de chairs
sanglantes. Voilà pourquoi elles tuent.
J´ai tout lu sur la mort.
J´ai écrit sur la mienne
et après je me suis soûlé.
La balle vient par l´air
(bruit d´onomatopée) et
creuse, crache, crève
dans ces chairs. C´était la mienne.
J´ai fixé un rendez-vous avec une balle
au dernier moment j´ai téléphoné
pour l´annuler. Tant pis!
C´est pire pour Soares qui entre
dans ces vers mort déjà.
Elles sont en fer. La tienne l´était
oh Soares, ou en acier,
et "maintenant je pleure avec toi"
qui n´est pas là un village
blanc de l´Alentejo: toi.
On dit qu´elles font ainsi
un tout petit et bête
orifice (je n´ai pas voulu regarder)
comme un bouton mais
elles détruisent tout, dévastent
les tissus, les entrailles nobles,
et alors amènent jusqu´à nous
la mort sanguinolente.
Je ne sais pas si on les fabrique encore
comme de mon temps, je crois
qu´elles tuent en une, et v´là,
infime fraction de seconde.
C´est brutal. Je les ai entendues
ne plus aller dressées au but pendant un siècle.
Versão francesa/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
São de ferro. Ou de aço?
Diz-se que fazem à entrada
um pequeno orifício,
seguido de uma grande
devastação de carnes
sangrentas. Por isso matam.
Li tudo sobre a morte.
Escrevi sobre a minha
e depois embebedei-me.
A bala vem pelo ar
(ruído onomatopaico) e
crava-se, cava, ceva-se
nessas carnes. Era a minha.
Tive uma bala marcada:
à última hora telefonei
a desistir. 'da-se!
Pior pra o Soares que entra
nestes versos já morto.
São de ferro. A tua era,
ó Soares, ou de aço,
e “agora choro contigo”
ausente uma vila
branca do Alentejo: tu.
Diz-se que fazem assim
um pequeníssimo estúpido
orifício (não quis ver)
como um botão mas
destroem tudo, devastam
tecidos, vísceras nobres,
e então trazem até nós
a morte sanguinolenta.
Se ainda as fabricam
como no meu tempo, creio
que matam num, ah pois,
infinitésimo de segundo.
É brutal. Eu ouvi-as:
perde-se a tesão por um século.
de Fernando Assis Pacheco
Les balles
Elles sont en fer. Ou en acier.
On dit que quand elles entrent
elles font un petit orifice
suivi d´une grande
dévastation de chairs
sanglantes. Voilà pourquoi elles tuent.
J´ai tout lu sur la mort.
J´ai écrit sur la mienne
et après je me suis soûlé.
La balle vient par l´air
(bruit d´onomatopée) et
creuse, crache, crève
dans ces chairs. C´était la mienne.
J´ai fixé un rendez-vous avec une balle
au dernier moment j´ai téléphoné
pour l´annuler. Tant pis!
C´est pire pour Soares qui entre
dans ces vers mort déjà.
Elles sont en fer. La tienne l´était
oh Soares, ou en acier,
et "maintenant je pleure avec toi"
qui n´est pas là un village
blanc de l´Alentejo: toi.
On dit qu´elles font ainsi
un tout petit et bête
orifice (je n´ai pas voulu regarder)
comme un bouton mais
elles détruisent tout, dévastent
les tissus, les entrailles nobles,
et alors amènent jusqu´à nous
la mort sanguinolente.
Je ne sais pas si on les fabrique encore
comme de mon temps, je crois
qu´elles tuent en une, et v´là,
infime fraction de seconde.
C´est brutal. Je les ai entendues
ne plus aller dressées au but pendant un siècle.
Versão francesa/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Poesia portuguesa contemporânea IV. Poemas de Fernando Assis Pacheco.
MONÓLOGO E EXPLICAÇÃO
Mas não puxei atrás a culatra,
não limpei o óleo do cano,
dizem que a guerra mata: a minha
desfez-me logo à chegada.
Não houve pois cercos, balas
que demovessem este forçado.
Viram-no à mesa com grandes livros,
com grandes copos, grandes mãos aterradas.
Viram-no mijar à noite nas tábuas
ou nas poucas ervas meio rapadas.
Olhar os morros, como se entendesse
o seu torpor de terra plácida.
Folheando uns papéis que sobraram
lembra-se agora de haver muito frio.
Dizem que a guerra passa: esta minha
passou-me para os ossos e não sai.
de Fernando Assis Pacheco.
Monologue et explication
Mais, sur la gâchette, je n´ai pas tiré
l´huile du canon, je ne l´ai pas nettoyée
on dit que la guerre tue: la mienne
m´a défoncé tout de suite à l´arrivée
Il n´y a pas eu de siège ni de balles
capables de dissuader ce forçat.
On l´a vu à table avec de grands livres,
avec de grands verres, de grandes mains atterrées.
On l´a vu pisser la nuit sur des planches de bois
ou sur des herbes un peu râpées.
Regarder les collines, comme si on avait compris
sa torpeur de de terre placide.
En feuilletant des papiers qui sont restés
il se rapelle maintenant d´avoir eu très froid.
On dit que la guerre s´en va: la mienne
s´en est allée dans mes os et n´en sort pas.
Versão francesa/version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Mas não puxei atrás a culatra,
não limpei o óleo do cano,
dizem que a guerra mata: a minha
desfez-me logo à chegada.
Não houve pois cercos, balas
que demovessem este forçado.
Viram-no à mesa com grandes livros,
com grandes copos, grandes mãos aterradas.
Viram-no mijar à noite nas tábuas
ou nas poucas ervas meio rapadas.
Olhar os morros, como se entendesse
o seu torpor de terra plácida.
Folheando uns papéis que sobraram
lembra-se agora de haver muito frio.
Dizem que a guerra passa: esta minha
passou-me para os ossos e não sai.
de Fernando Assis Pacheco.
Monologue et explication
Mais, sur la gâchette, je n´ai pas tiré
l´huile du canon, je ne l´ai pas nettoyée
on dit que la guerre tue: la mienne
m´a défoncé tout de suite à l´arrivée
Il n´y a pas eu de siège ni de balles
capables de dissuader ce forçat.
On l´a vu à table avec de grands livres,
avec de grands verres, de grandes mains atterrées.
On l´a vu pisser la nuit sur des planches de bois
ou sur des herbes un peu râpées.
Regarder les collines, comme si on avait compris
sa torpeur de de terre placide.
En feuilletant des papiers qui sont restés
il se rapelle maintenant d´avoir eu très froid.
On dit que la guerre s´en va: la mienne
s´en est allée dans mes os et n´en sort pas.
Versão francesa/version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Poesia portuguesa contemporânea III. Poemas de Fernando Assis Pacheco.
A epopeia
Mas. Sobrevinha o sono.
E porém. Último
entre todos adormecia
porque. Aqui entra
uma explicação. Ao
fundo do quarto
comum estava posta
poisada. Isto é. Dentro
da bota uma granada
espoletada. Ou seja.
Pronta a mandar hein?
tudo para as malvas
(glg, a boca seca).
De onde eu ficar
sempre um pouco mais.
Pensando em coisas.
Como seja. Sem
o f. da p. saber
esconder-lhe um dia
a bota. A granada.
Sob o travesseiro!
de Fernando Assis Pacheco
L´épopée
Mais. Le sommeil venait.
Et pourtant. Le dernier
parmi tous je m´endormais
parce que. Ici on donne
une explication. Au
fond de la chambre
commune il y avait
posée. C´est-à-dire. Dans
la botte une grenade
déclenchée. Soit.
Prête à renvoyer hein?
tout sur les roses
(glg. la bouche sèche)
D´où découle que je reste
toujours un peu plus
A penser à des choses.
Telles. Sans
que le salaud sache
un jour cacher
la botte. La granade.
Sous l´oreiller!
Versão francesa/version em francês/en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Mas. Sobrevinha o sono.
E porém. Último
entre todos adormecia
porque. Aqui entra
uma explicação. Ao
fundo do quarto
comum estava posta
poisada. Isto é. Dentro
da bota uma granada
espoletada. Ou seja.
Pronta a mandar hein?
tudo para as malvas
(glg, a boca seca).
De onde eu ficar
sempre um pouco mais.
Pensando em coisas.
Como seja. Sem
o f. da p. saber
esconder-lhe um dia
a bota. A granada.
Sob o travesseiro!
de Fernando Assis Pacheco
L´épopée
Mais. Le sommeil venait.
Et pourtant. Le dernier
parmi tous je m´endormais
parce que. Ici on donne
une explication. Au
fond de la chambre
commune il y avait
posée. C´est-à-dire. Dans
la botte une grenade
déclenchée. Soit.
Prête à renvoyer hein?
tout sur les roses
(glg. la bouche sèche)
D´où découle que je reste
toujours un peu plus
A penser à des choses.
Telles. Sans
que le salaud sache
un jour cacher
la botte. La granade.
Sous l´oreiller!
Versão francesa/version em francês/en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Poesia portuguesa contemporânea II. Poemas de Fernando Assis Pacheco.
Poeta no supermercado
Indignar-me é o meu signo diário.
Abrir janelas. Caminhar sobre espadas.
Parar a meio de uma página,
erguer-me da cadeira, indignar-me
é o meu signo diário.
Há países em que se espera
que o homem deixe crescer as patas
da frente, e coma erva, e leve
uma canga minhota como os bois.
Há paises destruidores de seus homens,
países nocturnos, tempestade.
E há os poetas que perdoam. Desliza
o mundo, sempre estão bem com ele.
Ou não se apercebem: tanta coisa
para olhar em tão pouco tempo,
a vida tão fugaz, e tanta morte...
Mas a comida esbarra contra os dentes,
digo-vos que um dia acabareis tremendo,
teimar, correr, suar, quebrar os vidros
(indignar-me) é o meu signo diário.
de Fernando Assis Pacheco
Le poète au supermarché
M´indigner est mon signe de tous les jour
Ouvrir les fenêtres. Marcher sur des épées.
M´arrêter au milieu d´une page,
me redresser dans une chaise, m´indigner
est mon signe de tous les jours.
Il y a des pays où l´on s´attend
que l´homme laisse pousser ses pattes
du devant, et mange de l´herbe, et porte
un carcan comme le joug des boeufs
Il y a des pays destructeurs de leurs hommes,
des pays nocturnes, tempête
Et il y a des poètes qui pardonnent. Glisse
le monde, ils sont toujours en paix avec lui.
ou ils ne s´apperçoivent pas: tant de choses
à regarder en si peu de temps,
la vie si fugace, et tellement de morts.
Mais la nourriture se heurte contre les dents,
je vous dit qu´un jour vous finirez par trembler,
bouder, courir, suer, casser les verres
(m´indigner)est mon signe de tous les jours.
Versão francesa/version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Indignar-me é o meu signo diário.
Abrir janelas. Caminhar sobre espadas.
Parar a meio de uma página,
erguer-me da cadeira, indignar-me
é o meu signo diário.
Há países em que se espera
que o homem deixe crescer as patas
da frente, e coma erva, e leve
uma canga minhota como os bois.
Há paises destruidores de seus homens,
países nocturnos, tempestade.
E há os poetas que perdoam. Desliza
o mundo, sempre estão bem com ele.
Ou não se apercebem: tanta coisa
para olhar em tão pouco tempo,
a vida tão fugaz, e tanta morte...
Mas a comida esbarra contra os dentes,
digo-vos que um dia acabareis tremendo,
teimar, correr, suar, quebrar os vidros
(indignar-me) é o meu signo diário.
de Fernando Assis Pacheco
Le poète au supermarché
M´indigner est mon signe de tous les jour
Ouvrir les fenêtres. Marcher sur des épées.
M´arrêter au milieu d´une page,
me redresser dans une chaise, m´indigner
est mon signe de tous les jours.
Il y a des pays où l´on s´attend
que l´homme laisse pousser ses pattes
du devant, et mange de l´herbe, et porte
un carcan comme le joug des boeufs
Il y a des pays destructeurs de leurs hommes,
des pays nocturnes, tempête
Et il y a des poètes qui pardonnent. Glisse
le monde, ils sont toujours en paix avec lui.
ou ils ne s´apperçoivent pas: tant de choses
à regarder en si peu de temps,
la vie si fugace, et tellement de morts.
Mais la nourriture se heurte contre les dents,
je vous dit qu´un jour vous finirez par trembler,
bouder, courir, suer, casser les verres
(m´indigner)est mon signe de tous les jours.
Versão francesa/version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Poesia portuguesa contemporânea I. Poemas de Fernando Assis Pacheco.
O POETA CERCADO
O poeta está cercado. Espera-o
um avô muito velho.
As cartas chegam com pequenas manchas
de lágrimas – alguém ao longe invoca
o poeta cercado. E ele grita:
afaste-se a noite. Mas vem a noite
cercá-lo ainda mais.
Uma casa com um avô muito velho
manda revistas, soluços, cartas,
apaga-se na distância. (Mas vem o medo
cercá-lo ainda mais.)
O poeta escreve os seus papéis
furtivamente.
Come com gestos lentos e imprecisos.
Bebe em silêncio. Olha as matas em volta.
Dorme enrolado no seu cobertor
como o romeiro do Senhor da Serra,
mas pior, e menos, porque não há deus.
O poeta cintila penosamente
entre o nevoeiro.
de Fernando Assis Pacheco
Le poète encerclé
Le poète est encerclé. On l´attend
c´est un pépé très vieux.
Les lettres arrivent tachées de petites taches
de larmes - quelqu-un au loin invoque
le poète encerclé. Et il crie
que la nuit s´éloigne. Mais la nuit vient
l´encercler encore plus
Une maison et un pépé très vieux
lui envoie des magazines, des sanglots, des lettres
s´efface au loin. (Mais la peur vient
l´encercler encore plus).
Le poète écrit ses papiers
furtivement
Il mange avec des gestes lents et précis.
il boit en silence. Il regarde tout autour les forêts.
Il dort enroulé dans sa couverture
comme le pèlerin du Seigneur de la Sierra
mais pire, et moins, parce qu´il n´y pas de Dieu.
Le poète cintille péniblement
dans le brouillard.
Versão francesa/version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
O poeta está cercado. Espera-o
um avô muito velho.
As cartas chegam com pequenas manchas
de lágrimas – alguém ao longe invoca
o poeta cercado. E ele grita:
afaste-se a noite. Mas vem a noite
cercá-lo ainda mais.
Uma casa com um avô muito velho
manda revistas, soluços, cartas,
apaga-se na distância. (Mas vem o medo
cercá-lo ainda mais.)
O poeta escreve os seus papéis
furtivamente.
Come com gestos lentos e imprecisos.
Bebe em silêncio. Olha as matas em volta.
Dorme enrolado no seu cobertor
como o romeiro do Senhor da Serra,
mas pior, e menos, porque não há deus.
O poeta cintila penosamente
entre o nevoeiro.
de Fernando Assis Pacheco
Le poète encerclé
Le poète est encerclé. On l´attend
c´est un pépé très vieux.
Les lettres arrivent tachées de petites taches
de larmes - quelqu-un au loin invoque
le poète encerclé. Et il crie
que la nuit s´éloigne. Mais la nuit vient
l´encercler encore plus
Une maison et un pépé très vieux
lui envoie des magazines, des sanglots, des lettres
s´efface au loin. (Mais la peur vient
l´encercler encore plus).
Le poète écrit ses papiers
furtivement
Il mange avec des gestes lents et précis.
il boit en silence. Il regarde tout autour les forêts.
Il dort enroulé dans sa couverture
comme le pèlerin du Seigneur de la Sierra
mais pire, et moins, parce qu´il n´y pas de Dieu.
Le poète cintille péniblement
dans le brouillard.
Versão francesa/version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
No es tu muerte/Poema escrito por um sapo.
No es tu muerte ni el sorprendente ruido de los ojos
no son los veinte años en que no tuve nombre, ese crespo animal,ese blue gata indómita
tampoco el humo de cemento ni los tatuajes en la madera
no es tu piel ni la música lo que me devora quejumbrosa las sienes
Soy yo que disipo la nostalgia con todas las palabras del invierno.
Anónima la frente
la mendiga horizontalidad de las paredes
cascada de voces hundida en algun sueño indiferente
cruje el cuerpo de tu boca.
No es tu muerte.
La agonía del hijo es la que duele
no tiene pausa la geometría abierta de las miradas urbanas
el cuerpo caído
los paisajes rotos de la ventana húmeda
los colores secretos del pan misterioso
Tal vez esté dormida la cicatriz
y todo sea un ritual sombrío de máscaras y cadenas
he visto la ceremonia táctil, los troncos amarillos reproducirse
en tierra infértil
fui por quien amaba
con el alma atada a la cintura.
Todo menos tu muerte.
Lo que grita es la siesta sin historia
los tendones rasgados
la inexplorada verticalidad de los abismos nutridos
la locura en los ojos de las hormigas.
Disuelvo los papeles amputados en el siempre nacer de los relámpagos de la hierba
recuerdo tu voz de luz unánime
en los pueblos oscuros tejado primavera
llovías colérica sobre pentagramas de trigo
y los trenes entreabrian las compuertas de los faros
en tu cabellera baldía.
Los gemidos que traficabas hoy amanecen en los brazos de los ciegos
como la nunca apacible vida del otro que no vé
caida sobre el abierto temporal de los engendros medusa espasmo de estambres
con una grata indiferencia de reina derrotada
en su circunferencia de péndulos y brújulas
de Laura Inés Martínez Coronel
Poema escrito por um sapo:
Cheiro de madeira molhada, textura de troncos em decomposição, odor de mato echarcado, lua obscura na noite morna, silêncio entrecortado de raios e do chacoalhar da lama nos pés hirtos dos insetos e dos homens, em meio ao sabor de estrume fresco.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
no son los veinte años en que no tuve nombre, ese crespo animal,ese blue gata indómita
tampoco el humo de cemento ni los tatuajes en la madera
no es tu piel ni la música lo que me devora quejumbrosa las sienes
Soy yo que disipo la nostalgia con todas las palabras del invierno.
Anónima la frente
la mendiga horizontalidad de las paredes
cascada de voces hundida en algun sueño indiferente
cruje el cuerpo de tu boca.
No es tu muerte.
La agonía del hijo es la que duele
no tiene pausa la geometría abierta de las miradas urbanas
el cuerpo caído
los paisajes rotos de la ventana húmeda
los colores secretos del pan misterioso
Tal vez esté dormida la cicatriz
y todo sea un ritual sombrío de máscaras y cadenas
he visto la ceremonia táctil, los troncos amarillos reproducirse
en tierra infértil
fui por quien amaba
con el alma atada a la cintura.
Todo menos tu muerte.
Lo que grita es la siesta sin historia
los tendones rasgados
la inexplorada verticalidad de los abismos nutridos
la locura en los ojos de las hormigas.
Disuelvo los papeles amputados en el siempre nacer de los relámpagos de la hierba
recuerdo tu voz de luz unánime
en los pueblos oscuros tejado primavera
llovías colérica sobre pentagramas de trigo
y los trenes entreabrian las compuertas de los faros
en tu cabellera baldía.
Los gemidos que traficabas hoy amanecen en los brazos de los ciegos
como la nunca apacible vida del otro que no vé
caida sobre el abierto temporal de los engendros medusa espasmo de estambres
con una grata indiferencia de reina derrotada
en su circunferencia de péndulos y brújulas
de Laura Inés Martínez Coronel
Poema escrito por um sapo:
Cheiro de madeira molhada, textura de troncos em decomposição, odor de mato echarcado, lua obscura na noite morna, silêncio entrecortado de raios e do chacoalhar da lama nos pés hirtos dos insetos e dos homens, em meio ao sabor de estrume fresco.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
domingo, 30 de outubro de 2011
Soneto/sonnet LXXXVIV de LUÍS DE CAMÕES (1524-1580)
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É um estar-se preso por vontade;
É servir aquem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode o seu favor
Nos mortais corações conformidade,
Sendo a si tão contrário o mesmo Amor?
de Luís de Camões.
Ouso traduzir Camões para o Francês
(J´ose traduire du Camoëns - cet auteur est pour la langue portugaise, le correspondant à Dante pour l´italien, Cevantès pour l´espagnol ou le théâtre classique français, pour le français - en français);
L´amour, c´est du feu en braise sans qu´on le voit;
C´est une blessure qui fait mal et on ne sent pas;
C´est être mécontent, malgré toute la joie;
C´est la douleur qui dérègle sans qu´elle déchoit;
C´est ne pas vouloir plus que de se donner;
C´est, solitaire, se faufiler entre les gens;
C´est ne pas se contenter du contentement;
C´est croire qu´on se perd de tant gagner;
C´est être prisonnier par volonté;
C´est servir à celui qui vaint, le vainqueur;
C´est avoir avec celui qui nous tue, loyauté;
Mais comment peut-on provoquer en sa faveur
Dans les coeurs mortels de la conformité,
Si elle est si contraire à elle-même, cette Ardeur?
Version française de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É um estar-se preso por vontade;
É servir aquem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode o seu favor
Nos mortais corações conformidade,
Sendo a si tão contrário o mesmo Amor?
de Luís de Camões.
Ouso traduzir Camões para o Francês
(J´ose traduire du Camoëns - cet auteur est pour la langue portugaise, le correspondant à Dante pour l´italien, Cevantès pour l´espagnol ou le théâtre classique français, pour le français - en français);
L´amour, c´est du feu en braise sans qu´on le voit;
C´est une blessure qui fait mal et on ne sent pas;
C´est être mécontent, malgré toute la joie;
C´est la douleur qui dérègle sans qu´elle déchoit;
C´est ne pas vouloir plus que de se donner;
C´est, solitaire, se faufiler entre les gens;
C´est ne pas se contenter du contentement;
C´est croire qu´on se perd de tant gagner;
C´est être prisonnier par volonté;
C´est servir à celui qui vaint, le vainqueur;
C´est avoir avec celui qui nous tue, loyauté;
Mais comment peut-on provoquer en sa faveur
Dans les coeurs mortels de la conformité,
Si elle est si contraire à elle-même, cette Ardeur?
Version française de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Fui feito p´ra vadiar!
Tancrède croit que tous les Freds et tous les Franks sont aussi beaux que les mots des Maries, Paule, France, Margot.
Les ténèbres rejoignent les vallons, les monts et les collines et mettent tous les pays de France dans le silence.
Luiz, le Brésilien aimant, est là pour déranger leur ramadan et y mettre du son et de la samba comme dans les hanches de Clementina.
"Não vadeia, Clementina, fui feita p´ra vadia´!"
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Les ténèbres rejoignent les vallons, les monts et les collines et mettent tous les pays de France dans le silence.
Luiz, le Brésilien aimant, est là pour déranger leur ramadan et y mettre du son et de la samba comme dans les hanches de Clementina.
"Não vadeia, Clementina, fui feita p´ra vadia´!"
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Oh Luiz!
Luiz de toutes les frontières,
écoute seulement ma prière!
Je suis Marie l'aimante du monde entier,
Marie qui ne vit que pour l'amitié,
Marie de France éxilée en Corse
parce qu'elle a pensé conjurer la mort:
celle des grandes villes et des pollutions,
des inimitiés et des trahisons;
ici elle s'exprime en toute liberté
comme l'ont fait avant elle ses aînés.
Aînés venus de Bretagne et Russie,
du Sénégal et Guadeloupe aussi.
Marie qui adore la poésie
a apprécié ce que tu lui dédies,
à partager avec ton adulée M Ange
Rassure-toi, je ne suis pas un ange!!!!
de Marie-France Soumare-Lorenzi
écoute seulement ma prière!
Je suis Marie l'aimante du monde entier,
Marie qui ne vit que pour l'amitié,
Marie de France éxilée en Corse
parce qu'elle a pensé conjurer la mort:
celle des grandes villes et des pollutions,
des inimitiés et des trahisons;
ici elle s'exprime en toute liberté
comme l'ont fait avant elle ses aînés.
Aînés venus de Bretagne et Russie,
du Sénégal et Guadeloupe aussi.
Marie qui adore la poésie
a apprécié ce que tu lui dédies,
à partager avec ton adulée M Ange
Rassure-toi, je ne suis pas un ange!!!!
de Marie-France Soumare-Lorenzi
Castanhas portuguesas.
São cinzentas por dentro, marrom por fora
Sempre importadas, trazem-nos o Natal
Com as nozes, as avelãs e as frutas de cristal
Impõem-nos as tradiçóes do frio, de lá fora
Frutas secas vindas, maternais, de Portugal
Ameixas pretas, passas de figo e de tâmara
De uva, de damasco, de prata, como na Câmara
Servem para celebrar nossa ceia europeia de Natal
Nos palácios de Brasília, deputados corruptos
Colhem os louros em ouro de seus malfeitos
Roubam e fogem com valises de dinheiro, abruptos
Pegam os aviões, recheados de champanhe, eleitos
Porque prometaram às populações, de seus púlpitos
Panetones, perus e frutas cistalizadas, únicos feitos!
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Sempre importadas, trazem-nos o Natal
Com as nozes, as avelãs e as frutas de cristal
Impõem-nos as tradiçóes do frio, de lá fora
Frutas secas vindas, maternais, de Portugal
Ameixas pretas, passas de figo e de tâmara
De uva, de damasco, de prata, como na Câmara
Servem para celebrar nossa ceia europeia de Natal
Nos palácios de Brasília, deputados corruptos
Colhem os louros em ouro de seus malfeitos
Roubam e fogem com valises de dinheiro, abruptos
Pegam os aviões, recheados de champanhe, eleitos
Porque prometaram às populações, de seus púlpitos
Panetones, perus e frutas cistalizadas, únicos feitos!
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
L´évolution d´une langue, un fait naturel, puisqu´il s´agit d´un organisme vivant..
François-Xavier Renucci:
Excusez-moi d'intervenir dans cette discussion passionnante. Je suis d'accord avec Luiz Fernando : les langues évoluent, sous l'effet de beaucoup de facteurs, parfois contradictoires. Il faut donc qu'il accepte le fait qu'il y a beaucoup de... facteurs qui la font évoluer, les usages, les situations, les habitudes, les convictions, les choix volontaires ou inconscients, chacun pouvant évoluer au cours de sa vie, etc. Et parmi ces facteurs d'évolution, il y a ceux de Marie-Paule, qui ont autant de légitimité, sinon plus, que ceux des usages officiels. Et qu'importe si de nombreux Corses prononcent le corse différemment des Italiens parlant italien ? C'est une évidence, ils sont francophones, contrairement aux Italiens, cela influe donc évidemment sur leur façon de parler le corse. Où est le problème ? Cela n'enlève rien à leur attachement pour le corse et à leur volonté de le parler ou de l'écrire ici ou là. Se cacher derrière un supposé fatalisme (c'est comme ça, les langues évoluent) pour privilégier un aspect de la réalité est non pertinent. Rien n'est vrai, tout est vivant, comme disait Edouard Glissant
Luiz Fernando Gaffrée Thompson:
Je suis tout à fait d´accord avec Renucci, c´est justement ce que j´allais écrire. Comme dit M. Renucci, les langues vivantes changent tous les jours, qu ón veuille ou pas et c´est normal que des francophes, comme Marie-Paule, et qui en plus ont, évidemment, un système fonateur adapté au français (ce n´est pas mon cas par rapport au français, parce que j´ai commencé à l´apprendre très jeune, donc le mien est adapté au portugais et au français). D´autre part quand on parle une langue étrangère couramment, quand il s´agit de noms propres on les adaptes à la langue qu´on est rain de parler, puisqu´il est pénible de tout arrêter pour passer á un autre systeme phonétique. Quand je parle portugais je prononce Rio de Janeiro á la brésilienne et quand je parle français je prononce le nom de ma ville à la française...c´est nomal. Une langue n´est pas une suite de normes! C´est un organisme vivant pour lequel on essaie de trouver des règles - qui sont basculées tous les jours - pour qu´on puisse avoir une langue standard, passe-partout, qui serve à être un véhicule de communication pour le plus grand nombre de personnes possible et pour qu´il soit possible aussi de l´expliquer, par exemple quand enseigne cet idiome. C´est parce qu´une langue est vivante et ne suis pas les règles figées qui lui sont imposées qu´il y a tellement d´exception dans TOUTES les langues
Excusez-moi d'intervenir dans cette discussion passionnante. Je suis d'accord avec Luiz Fernando : les langues évoluent, sous l'effet de beaucoup de facteurs, parfois contradictoires. Il faut donc qu'il accepte le fait qu'il y a beaucoup de... facteurs qui la font évoluer, les usages, les situations, les habitudes, les convictions, les choix volontaires ou inconscients, chacun pouvant évoluer au cours de sa vie, etc. Et parmi ces facteurs d'évolution, il y a ceux de Marie-Paule, qui ont autant de légitimité, sinon plus, que ceux des usages officiels. Et qu'importe si de nombreux Corses prononcent le corse différemment des Italiens parlant italien ? C'est une évidence, ils sont francophones, contrairement aux Italiens, cela influe donc évidemment sur leur façon de parler le corse. Où est le problème ? Cela n'enlève rien à leur attachement pour le corse et à leur volonté de le parler ou de l'écrire ici ou là. Se cacher derrière un supposé fatalisme (c'est comme ça, les langues évoluent) pour privilégier un aspect de la réalité est non pertinent. Rien n'est vrai, tout est vivant, comme disait Edouard Glissant
Luiz Fernando Gaffrée Thompson:
Je suis tout à fait d´accord avec Renucci, c´est justement ce que j´allais écrire. Comme dit M. Renucci, les langues vivantes changent tous les jours, qu ón veuille ou pas et c´est normal que des francophes, comme Marie-Paule, et qui en plus ont, évidemment, un système fonateur adapté au français (ce n´est pas mon cas par rapport au français, parce que j´ai commencé à l´apprendre très jeune, donc le mien est adapté au portugais et au français). D´autre part quand on parle une langue étrangère couramment, quand il s´agit de noms propres on les adaptes à la langue qu´on est rain de parler, puisqu´il est pénible de tout arrêter pour passer á un autre systeme phonétique. Quand je parle portugais je prononce Rio de Janeiro á la brésilienne et quand je parle français je prononce le nom de ma ville à la française...c´est nomal. Une langue n´est pas une suite de normes! C´est un organisme vivant pour lequel on essaie de trouver des règles - qui sont basculées tous les jours - pour qu´on puisse avoir une langue standard, passe-partout, qui serve à être un véhicule de communication pour le plus grand nombre de personnes possible et pour qu´il soit possible aussi de l´expliquer, par exemple quand enseigne cet idiome. C´est parce qu´une langue est vivante et ne suis pas les règles figées qui lui sont imposées qu´il y a tellement d´exception dans TOUTES les langues
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Los Pulpos Extendidos
.Desangra la impiedad y aquellas instrucciones para la incompleta felicidad
las muecas nunca inofensivas y las monedas escandalizadas sobre la calle
mientras llueve pausadamente la desaparición de los moluscos
y alguien-como siempre sucede- escupe agujas sobre los poros
rumbo al corazón de la nieve cuyos bosques carecen de mortaja pluvial.
En la soledad de la sala, entre sillas uniformadas
se enciende el vino postrero de una mujer abismal
estatua incansable de patios con clavicordios en la mayor orfandad
Leo en el alboroto la sensación de los hombres cóncavos
el propósito hospitalario de la sed
mientras la siempre niebla oprime un brazo con puertas hacia los naufragios
y todo lo hablado es fantasmagórico insustancial.
Estoy en mi ciudad entre pozos, alcohol y autos viejos cuyas vendettas vacías
absortas
caen sobre mis piernas con animales dorados que juran amor
esa impaciencia recóndita ve como huyen ancianas secta de furia
mientras canta el milagro muy por encima de su voz.
En los ataúdes busco guitarras escribo escudos impropios
son serios pulpos extendidos sobre vientres en permanente espasmo
Reinicio siempre la marcha
todo desaparece
la escalera de laurel invade la alegría
gritos dentro de mí que por oficio tengo erratas.
Es fácilmente reconocible el mutismo desplazando sus llaves abiertas
caen candados sobre las cabezas empapadas y los restos de hiel sobre la noche
el destino se burla de mi fiesta de encaje
son los escarabajos
la basura existencial
el nudo tenebroso con su cáscara mísera
los que nunca son
los simplemente heridos de muerte
llevando palos de madera que se desperezan pariendo cabezas múltiples
vacías
ardientes.
Estoy irritada por la fría cicatriz de las mejillas infinitas
nadie conoce el ruido cabizbajo de los senos transparentes
los que desnudos caen sobre el pecho de otro
tambaleantes como peces.
En resumen
la gutural elástica miseria no redime a nadie
de sus largas estrías de ropa pesarosa
deslumbrante toque de lejanas campanadas mustias.
Nadie sabe amar
Imploro el cese del sangriento círculo quebrado
Llego a mi casa destruida pero desamarrada para siempre de la polvareda
nunca misteriosa.
Nadie escucha que grito mientras destruyo música
recostada a la piel de las palomas.
de Laura Inés Martínez Coronel
Encostado à harpa em forma de pomba que alça voo alcanço os céus de misérias nobres
chovo pecados e pecadilhos e roupa velha e lágrimas de sangue até encher a banheira de meu amor
ela transborda e vejo cisnes negros deslizar sobre o alpendre e na cozinha de madeirame castigado
pelos chegam a mim trazidos pela corretenza dos espermas despejados pelos militares de uma tropa aguerrida
escondo minha cabeça, porém eles vêm me acordar com coceira no nariz
desperto, vejo o manto rubro sobre mim e as luzes negras a acariciar meu rosto pálido.
de Luiz Fernando Gaffrée Thomspon.
las muecas nunca inofensivas y las monedas escandalizadas sobre la calle
mientras llueve pausadamente la desaparición de los moluscos
y alguien-como siempre sucede- escupe agujas sobre los poros
rumbo al corazón de la nieve cuyos bosques carecen de mortaja pluvial.
En la soledad de la sala, entre sillas uniformadas
se enciende el vino postrero de una mujer abismal
estatua incansable de patios con clavicordios en la mayor orfandad
Leo en el alboroto la sensación de los hombres cóncavos
el propósito hospitalario de la sed
mientras la siempre niebla oprime un brazo con puertas hacia los naufragios
y todo lo hablado es fantasmagórico insustancial.
Estoy en mi ciudad entre pozos, alcohol y autos viejos cuyas vendettas vacías
absortas
caen sobre mis piernas con animales dorados que juran amor
esa impaciencia recóndita ve como huyen ancianas secta de furia
mientras canta el milagro muy por encima de su voz.
En los ataúdes busco guitarras escribo escudos impropios
son serios pulpos extendidos sobre vientres en permanente espasmo
Reinicio siempre la marcha
todo desaparece
la escalera de laurel invade la alegría
gritos dentro de mí que por oficio tengo erratas.
Es fácilmente reconocible el mutismo desplazando sus llaves abiertas
caen candados sobre las cabezas empapadas y los restos de hiel sobre la noche
el destino se burla de mi fiesta de encaje
son los escarabajos
la basura existencial
el nudo tenebroso con su cáscara mísera
los que nunca son
los simplemente heridos de muerte
llevando palos de madera que se desperezan pariendo cabezas múltiples
vacías
ardientes.
Estoy irritada por la fría cicatriz de las mejillas infinitas
nadie conoce el ruido cabizbajo de los senos transparentes
los que desnudos caen sobre el pecho de otro
tambaleantes como peces.
En resumen
la gutural elástica miseria no redime a nadie
de sus largas estrías de ropa pesarosa
deslumbrante toque de lejanas campanadas mustias.
Nadie sabe amar
Imploro el cese del sangriento círculo quebrado
Llego a mi casa destruida pero desamarrada para siempre de la polvareda
nunca misteriosa.
Nadie escucha que grito mientras destruyo música
recostada a la piel de las palomas.
de Laura Inés Martínez Coronel
Encostado à harpa em forma de pomba que alça voo alcanço os céus de misérias nobres
chovo pecados e pecadilhos e roupa velha e lágrimas de sangue até encher a banheira de meu amor
ela transborda e vejo cisnes negros deslizar sobre o alpendre e na cozinha de madeirame castigado
pelos chegam a mim trazidos pela corretenza dos espermas despejados pelos militares de uma tropa aguerrida
escondo minha cabeça, porém eles vêm me acordar com coceira no nariz
desperto, vejo o manto rubro sobre mim e as luzes negras a acariciar meu rosto pálido.
de Luiz Fernando Gaffrée Thomspon.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
La Corse, pays (surtout) français, le Brésil, pays (surtout) portugais!
Tu m´excuses, Betinha, mais je suis d´accord avec Marie-Sabine et quand je me suis plaint, c´était bien des Corses. Évidemment, je ne généralise pas: j´ai dit que j´en ai marre "des propos iroiques méchants des Français, pour s´assurer qu´ils sont intelligents etc" et je n´ai pas dit que les Français, c´est des démons. Moi, personnellement je n´aime pas cette manière d´être des Français, y compris les Corses. Je ne vois pas de diférence entre les Corses et les autres Français. Le Brésil a été colonisé par le Portugal, c´est-á-dire que la majorité de la population brésilienne est d´origine portugaise, souvent mélangée á d´autres peuples, c´est mon cas: mes noms, c´est Gaffrée de ma mère et Thompson de mon père et je me sens tout à fait d´origine portugaise et africaine, à cause de la culture´où j´ai été élevé et des traditions culturelles de mon pays. Mon grand-père paternel était Anglais et mon père citoyen britanique et je ne me sens pas pour autant, même pas un brin, Anglais. ihihihi..,J´adore la Corse, mais comme Marie-Sabine j´en ai raz le bol de ces lamentations ainsi que de leur ironie grossières, - dont j´avais horreur aussi à l´Aliance Française, où j´ai travaillé la plus grande partie de ma vie - typiquement françaises. Ce n´est pas pour autant que je ne vais pas admirer la culture française dans toutes ses nuances, y compris le versant corse. Le monde a été façonné comme ça Betinha et est encore! Regardez l´intervention américaine en Lybie, sous prétexte que c´est pour maintenir la démoratiie. Le Portugal n´a pas fait mieux, que ça soit ici ou en Afrique. Et pourtant ça y est: nous sommes lusophones, issus de la culture portugaise mélangée, certes, à d´autres cultures, surtout la noire, et ce n´est pas pour autant qu´on va renier notre culture qui s´est formée comme cela.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
17.X
Pregnancia del viento
insomne
destello del cuerpo
que fuga la piel
rumor de una niña
-acallada-
que exuda las formas
del silencio.
Alejandra Alma
tambaleaba,...el cuerpo
tropezaba,...en cada frase
se resbalaba,...en el sudor
por que creerle a las esquirlas?
y sin embargo
en cada punto, en cada tecla
la palabra se ampara en el lirio
y se entrega,...a la trama.
Marcelo Berlingieri
Ofereço minhas rosas, tetas, vagina
ao vento, à luz, ao perfume, à ambrosia
abro-me iconoclasta protegida por uma cruz
Não quero ser molestada!
dou-me inteira, exceto meus ouvidos
dedicados à música única do silêncio.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
insomne
destello del cuerpo
que fuga la piel
rumor de una niña
-acallada-
que exuda las formas
del silencio.
Alejandra Alma
tambaleaba,...el cuerpo
tropezaba,...en cada frase
se resbalaba,...en el sudor
por que creerle a las esquirlas?
y sin embargo
en cada punto, en cada tecla
la palabra se ampara en el lirio
y se entrega,...a la trama.
Marcelo Berlingieri
Ofereço minhas rosas, tetas, vagina
ao vento, à luz, ao perfume, à ambrosia
abro-me iconoclasta protegida por uma cruz
Não quero ser molestada!
dou-me inteira, exceto meus ouvidos
dedicados à música única do silêncio.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
La " haute littérature française" et les littératures "marginales"
Luiz Fernando Gaffrée Thomspon: La culture française est richissime, on ne peut pas le nier. Peut-être la plus variée et sophistiquée de l´Occident. Mais je me rends compte que quand on se trouve dedans on la questionne, on la méprise. Marie-Paule, Bethinha, Michel...vous y êtes: profitez-en au lieu de tout tourner en dérision, ce qui d´ailleurs est très français. En littérature ça va des slameurs à Proust et à Racine. C´est merveilleux, non?
Simonetti Dolovici Marie-Paule: Luiz, je ne tourne certainement pas Proust et Racine en dérision...Et surtout pas Racine...(ni les slameur d'ailleurs, )Mais si je ne tourne pas la littérature française en dérision (et j'en suis très loin) ce n'est pas pour autant que je dois mépriser ma culture et la littérature Corse (qu'elle soit vraie ou pas, n'est ce pas Monsieur Tancrède Paoletti)
Luiz Fernando Gaffrée Thompson: Certainement pas. C´est cela que je voulais entendre de toi. Mais convenons, qu´on ne peut pas comaparer la tradition littéraire corse ou même la luso-brésilienne, qui date du Moyen-âge et qui a des droits de cité, à ce qu´on a fait et fai...t en France. Quand je parle de civilsation française je ne parle pas que de littérature: je vais des ommelettes aux truffes au tac-au-tac, que je déteste, parce qu´il ne fait pas partie de ma culture, mais qu´il faut reconnaître ètre parfois génial (quoique pas commode!) C´est la culture française qui permet le développement du rap et du slam à la française, bien supérieurs à ceux venus des Amériques. Je suis en train de revoir, avec un élève qui ne connaît rien à littérature française, mes Lagarde et Michard, gardés depuis longtemps et acutellement méprisés...que de richesses! Ce sont des trésors!
Simonetti Dolovici Marie-Paule tac au tac?
Luiz Fernando Gaffrée Thompson oui, tu ne sais pas ce que c´est le tac-au-tac? C´est lancer des pointes, souvent au second degré et surtout, c´est une espèce de jeu de société qui joue sur les mots. Tu en fais le temps avec les Paoletti.
Simonetti Dolovici Marie-Paule: c'est répondre du tac au tac...hihihi. oui c'est vrai mais il y a meilleur que moi à ce petit jeux...
Enrico Tosi: On peut apprécier le Slam, Proust ou Racine mais les mettre sur le meme plan est sacrilège...On doit distinguer la sous-culture avec la vraie Culture ! ( pardon si j'écris mal mais je suis en Italie et les italiens utilisent le clavier américain ). Pour le reste je ne vois aucun inconvénient à ce qu'il y ait une littérature corse. En Italie par exemple Pasolini a écrit des poésies en frioulan et meme ses romans sont calqués sur le parler populaire de Rome. Mais il n' y avait aucune démarche politique identitaire contre la langue italienne ou la littérature italienne, bien au contraire. Il déplorait seulement que la modernité consumériste et uniformisante avait laminé la réalité et sa diversité...C'est un peu ma position sur la question mais ça n'engage que moi bien sur.
Simonetti Dolovici Marie-Paule: Je déteste ce terme de " sous" culture...Il ne reflète rien. Parlons plutôt de pluri culture non? (c'est d'ailleurs en accord avec vos propos suivants).
Simonetti Dolovici Marie-Paule: (ne hiérarchisons pas..)
Enrico Tosi: Eh bien si je hiérarchise ! j'aime beaucoup le rock mais je ne mettrais jamais Mick Jagger au meme niveau que Gustave Flaubert.
Simonetti Dolovici Marie-Paule: pas d'accord...ça n'a juste rien à voir...c'est autre chose...et puis falubert à son époque ne devait déjà pas être mis au même niveau que Racine...
Enrico Tosi: Nous n' avons pas la meme conception de la culture et je ne vais pas essayer de vous convaincre...Bonne journée Marie-Paule.
Simonetti Dolovici Marie-Paule: hihihi Bonne journée!
Luiz Fernando Gaffrée Thompson: De toute façon, quand j´ai écrit du slam à Proust ou à Racine, je voulais dire d´un bout à l´autre, on interprète comme on veut; du plus populaire au plus érudit; du meilleur au pire, du pire au meilleur, d´un type de génialité à l´autre, je n´ai pas voulu établir de jugements de valeurs justement!
Simonetti Dolovici Marie-Paule: Luiz, je ne tourne certainement pas Proust et Racine en dérision...Et surtout pas Racine...(ni les slameur d'ailleurs, )Mais si je ne tourne pas la littérature française en dérision (et j'en suis très loin) ce n'est pas pour autant que je dois mépriser ma culture et la littérature Corse (qu'elle soit vraie ou pas, n'est ce pas Monsieur Tancrède Paoletti)
Luiz Fernando Gaffrée Thompson: Certainement pas. C´est cela que je voulais entendre de toi. Mais convenons, qu´on ne peut pas comaparer la tradition littéraire corse ou même la luso-brésilienne, qui date du Moyen-âge et qui a des droits de cité, à ce qu´on a fait et fai...t en France. Quand je parle de civilsation française je ne parle pas que de littérature: je vais des ommelettes aux truffes au tac-au-tac, que je déteste, parce qu´il ne fait pas partie de ma culture, mais qu´il faut reconnaître ètre parfois génial (quoique pas commode!) C´est la culture française qui permet le développement du rap et du slam à la française, bien supérieurs à ceux venus des Amériques. Je suis en train de revoir, avec un élève qui ne connaît rien à littérature française, mes Lagarde et Michard, gardés depuis longtemps et acutellement méprisés...que de richesses! Ce sont des trésors!
Simonetti Dolovici Marie-Paule tac au tac?
Luiz Fernando Gaffrée Thompson oui, tu ne sais pas ce que c´est le tac-au-tac? C´est lancer des pointes, souvent au second degré et surtout, c´est une espèce de jeu de société qui joue sur les mots. Tu en fais le temps avec les Paoletti.
Simonetti Dolovici Marie-Paule: c'est répondre du tac au tac...hihihi. oui c'est vrai mais il y a meilleur que moi à ce petit jeux...
Enrico Tosi: On peut apprécier le Slam, Proust ou Racine mais les mettre sur le meme plan est sacrilège...On doit distinguer la sous-culture avec la vraie Culture ! ( pardon si j'écris mal mais je suis en Italie et les italiens utilisent le clavier américain ). Pour le reste je ne vois aucun inconvénient à ce qu'il y ait une littérature corse. En Italie par exemple Pasolini a écrit des poésies en frioulan et meme ses romans sont calqués sur le parler populaire de Rome. Mais il n' y avait aucune démarche politique identitaire contre la langue italienne ou la littérature italienne, bien au contraire. Il déplorait seulement que la modernité consumériste et uniformisante avait laminé la réalité et sa diversité...C'est un peu ma position sur la question mais ça n'engage que moi bien sur.
Simonetti Dolovici Marie-Paule: Je déteste ce terme de " sous" culture...Il ne reflète rien. Parlons plutôt de pluri culture non? (c'est d'ailleurs en accord avec vos propos suivants).
Simonetti Dolovici Marie-Paule: (ne hiérarchisons pas..)
Enrico Tosi: Eh bien si je hiérarchise ! j'aime beaucoup le rock mais je ne mettrais jamais Mick Jagger au meme niveau que Gustave Flaubert.
Simonetti Dolovici Marie-Paule: pas d'accord...ça n'a juste rien à voir...c'est autre chose...et puis falubert à son époque ne devait déjà pas être mis au même niveau que Racine...
Enrico Tosi: Nous n' avons pas la meme conception de la culture et je ne vais pas essayer de vous convaincre...Bonne journée Marie-Paule.
Simonetti Dolovici Marie-Paule: hihihi Bonne journée!
Luiz Fernando Gaffrée Thompson: De toute façon, quand j´ai écrit du slam à Proust ou à Racine, je voulais dire d´un bout à l´autre, on interprète comme on veut; du plus populaire au plus érudit; du meilleur au pire, du pire au meilleur, d´un type de génialité à l´autre, je n´ai pas voulu établir de jugements de valeurs justement!
Le Carrousel des putes blondes ou Tes Oeufs brouillés ne bougent plus, de l´original en portugais, de Luciana Gaffrée, "A Roda-Viva das Louras Pu..."
La décadence virile a débandé
Avec tes oeufs
Brouillés par la putain secétaire
Blonde malmenée
Qui en possesion de tes secrets
A Paris les a publiés
Ta cote de milliardaire
C´est maintenant de la poudre en filière
Que mon nez a snifé
Pour exploser sur la une
Des journaux de notre terre brune
J´aspirais la poudre
Tu en aspirais encore davantage
Je riais de ta déchéance
Toi édenté riais angoissé
Des postes perdus à cause de scandales mal foutus
Des femmes de chambre puissantes anonymous qui
Font tourner le carrousel des putes blondes foubues
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Version française de "A Roda-Viva das Louras Putas ou
Os Teus Ovos Mexidos já não mexem mais", de Luciana Gaffrée.
Avec tes oeufs
Brouillés par la putain secétaire
Blonde malmenée
Qui en possesion de tes secrets
A Paris les a publiés
Ta cote de milliardaire
C´est maintenant de la poudre en filière
Que mon nez a snifé
Pour exploser sur la une
Des journaux de notre terre brune
J´aspirais la poudre
Tu en aspirais encore davantage
Je riais de ta déchéance
Toi édenté riais angoissé
Des postes perdus à cause de scandales mal foutus
Des femmes de chambre puissantes anonymous qui
Font tourner le carrousel des putes blondes foubues
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Version française de "A Roda-Viva das Louras Putas ou
Os Teus Ovos Mexidos já não mexem mais", de Luciana Gaffrée.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
A Roda-Viva das Loiras Putas ou Os teus Ovos Mexidos já não mexem mais
A decadência viril brochou
Junto com os teus ovos
Mexidos pela puta secretária
Loira mal parida
Que copiando teus secretos
Publicou-os em Paris
Tua fama de ricaço
Virou pó colocado em fila
Que meu nariz aspirou
Para explodir nas capas
Dos jornais tupiniquins
Eu aspirava o teu pó
Você aspirava a mais
Eu ria da tua decadência
Você sem dentes ria de nervoso
Cargos perdidos por escândalos mal-paridos
Felações em quartos Presidenciais
Camareiras donas de poderes anonymous
Giram a nova Roda-Viva das Putas Loiras"
de Luciana Gaffrée
Junto com os teus ovos
Mexidos pela puta secretária
Loira mal parida
Que copiando teus secretos
Publicou-os em Paris
Tua fama de ricaço
Virou pó colocado em fila
Que meu nariz aspirou
Para explodir nas capas
Dos jornais tupiniquins
Eu aspirava o teu pó
Você aspirava a mais
Eu ria da tua decadência
Você sem dentes ria de nervoso
Cargos perdidos por escândalos mal-paridos
Felações em quartos Presidenciais
Camareiras donas de poderes anonymous
Giram a nova Roda-Viva das Putas Loiras"
de Luciana Gaffrée
domingo, 16 de outubro de 2011
Sonnet pour une omelette aux truffes (version française de l´original en portugais "Soneto para uma omelete de trufas")
Au delà de l´imagination
En deçà de mes croyances
Des fruffes, l´odeur dense
Du plaisir de la malnutrion
Des oeufs brouillés à Paris
Au prix de de l´or en poudre
Bavent celui qui va les moudre
Pour cet homme rupin vieilli
Repas symbolique repas sénil
Jouir du rapace, de la brute
Baveuse sur la misère, vil!
Malheureux richard qui lutte
Contre la décadence virile
Désolation du patron qui chutte
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Truffe. Parfum sombre au relent de terre
Truffe, arrachée aux griffes protectrices
Truffes, exposées, éventrée, tailladées
Truffes brulées puis ingérées par une bouche avide
ignorante, égoïste et sans âme,
Qui croit apaiser sa faim mais qui n'apaise que sa vanité
de Marie-Paule Simonetti-Dolovicci
En deçà de mes croyances
Des fruffes, l´odeur dense
Du plaisir de la malnutrion
Des oeufs brouillés à Paris
Au prix de de l´or en poudre
Bavent celui qui va les moudre
Pour cet homme rupin vieilli
Repas symbolique repas sénil
Jouir du rapace, de la brute
Baveuse sur la misère, vil!
Malheureux richard qui lutte
Contre la décadence virile
Désolation du patron qui chutte
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Truffe. Parfum sombre au relent de terre
Truffe, arrachée aux griffes protectrices
Truffes, exposées, éventrée, tailladées
Truffes brulées puis ingérées par une bouche avide
ignorante, égoïste et sans âme,
Qui croit apaiser sa faim mais qui n'apaise que sa vanité
de Marie-Paule Simonetti-Dolovicci
Soneto para uma omelete de trufas
Para além da imaginação
Aquém de minhas crenças
Trufas perfumam, densas
O prazer da escrotidão
Ovos mexidos em Paris
Com preço de ouro em pó
Têm dó do rico homem só
O gozo anela seu nariz
Simbólico repasto senil
O orgasmo do tripudiar
Sobre a miséria, vil!
Infeliz ricaço a relutar
Contra a decadência viril
Já mortos de fome a matar
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Aquém de minhas crenças
Trufas perfumam, densas
O prazer da escrotidão
Ovos mexidos em Paris
Com preço de ouro em pó
Têm dó do rico homem só
O gozo anela seu nariz
Simbólico repasto senil
O orgasmo do tripudiar
Sobre a miséria, vil!
Infeliz ricaço a relutar
Contra a decadência viril
Já mortos de fome a matar
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Justice Taravaise
En haut du châtaigner, suspendu par les noix
Luiz Gaffrée se balance au gré du vent d'hiver
Qu'est-ce qui lui valut ce châtiment sévère
Qui fait frémir d'horreur et nous donne les foies ?
Il semblerait que cet homme de peu de foi
N'aimât la vérité que de façon légère :
Il a menti, dit-on, le répugnant pervers,
Et subit maintenant ce supplice chinois
Ses pauvres génitoires sont tout à l'envers
Il appelle et sanglote en se mordant les doigts
Il ne pourra plus prendre un garçon par derrière
L'affreux brasilhero hurle "Descendez-moi"
On l'exauce aussitôt mais c'est, quelle misère !,
Pour le badigeonner de plumes et de poix
Tancrède Paoletti
Bravo, je vous dis du haut du Taravo
Je trébuche, mais c´est de plaisir
On dirait le sacrifice d´un veau?
Nenni, vos couleurs me font gémir
Ah caresses adoucies par vos pinceaux!
Experts Bronsky et les deux Paoletti
Fins gardiens des traditions du Taravo
Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Feu notre Luiz, déjà pendu avant que ne vienne le jour qui nous apportera la lumière. Ici vendredi se languit, pour vous le supplice s'appelle samedi.. Notre hémisphère vous pardonne et pour ma part, de la vie je vous redonne, assortie de vos noix et de pitié vous ôte plumes et poix
Marie-France Soumare-Lorenzi
Luiz Gaffrée se balance au gré du vent d'hiver
Qu'est-ce qui lui valut ce châtiment sévère
Qui fait frémir d'horreur et nous donne les foies ?
Il semblerait que cet homme de peu de foi
N'aimât la vérité que de façon légère :
Il a menti, dit-on, le répugnant pervers,
Et subit maintenant ce supplice chinois
Ses pauvres génitoires sont tout à l'envers
Il appelle et sanglote en se mordant les doigts
Il ne pourra plus prendre un garçon par derrière
L'affreux brasilhero hurle "Descendez-moi"
On l'exauce aussitôt mais c'est, quelle misère !,
Pour le badigeonner de plumes et de poix
Tancrède Paoletti
Bravo, je vous dis du haut du Taravo
Je trébuche, mais c´est de plaisir
On dirait le sacrifice d´un veau?
Nenni, vos couleurs me font gémir
Ah caresses adoucies par vos pinceaux!
Experts Bronsky et les deux Paoletti
Fins gardiens des traditions du Taravo
Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Feu notre Luiz, déjà pendu avant que ne vienne le jour qui nous apportera la lumière. Ici vendredi se languit, pour vous le supplice s'appelle samedi.. Notre hémisphère vous pardonne et pour ma part, de la vie je vous redonne, assortie de vos noix et de pitié vous ôte plumes et poix
Marie-France Soumare-Lorenzi
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Le Haut Taravo
Dans le Haut Taravo
Il y a des Picassos
Dont les pinceaux
Avertis sont magistraux
La peau des couilles
Arrachée peintulurée
Sculptée minimaliste
Renvoie à l´art sémite
Dans le Haut Taravo
On confond volontiers
Bandaison avec pendaison
Parce que Francescul
Le taré de Tare-à-Veau
Y offre à Bronsky son cul
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Il y a des Picassos
Dont les pinceaux
Avertis sont magistraux
La peau des couilles
Arrachée peintulurée
Sculptée minimaliste
Renvoie à l´art sémite
Dans le Haut Taravo
On confond volontiers
Bandaison avec pendaison
Parce que Francescul
Le taré de Tare-à-Veau
Y offre à Bronsky son cul
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
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