A minha vida imita a minha arte

Espero que gostem
das nossas imitações
colocadas em palavras
virgulando, reticenciando
Nossos mergulhos
Nessa loucura chamada
Pensamento

Luciana Gaffrée

quinta-feira, 31 de março de 2011

Caminho do Meio

Refazimento emocional
Elétrons, quarks e glúons
Experiência direta
O presente em profundidade

Não mais 
Correria louca pra lugar nenhum
Não mais
Banquete de palavreados hedonistas
Não mais
Fixação conceitual

Em meu ciclo sagrado
Elimino o vazio do discurso
Abandono o prêmio
Cesso a panacéia

Prefiro o contato direto
Em sua silenciosa profundidade
Realizo meu não-eu no aqui agora
Mesmo consciente de que as moléculas
Não param nunca, não param nunca

Misteriosa natureza
Meus primeiros passos
Sophrosyne
neshamá
Adrian


de Luciana Gaffrée

terça-feira, 29 de março de 2011

Três pontos=reticências...vários pontos=continuação infinita.

O ponto final nunca chega ao seu término!

Pois se é final remete a vários outros, inédito!

Portanto é novidade, posto que os outros são pausas.

Que não fazem mais do que carregar causas.


O ponto final pode ser triplo, multiplicado: ah! paciência!

Três pontos como as Três Marias, esperança no céu.

Tudo depende do que se faz com a consciência.

Ao reinterar as reticências para fazer...reticências, ora!


Mas se ele se prolonga infinitamente...que abundância!

É espaço para respirar, pensar, sumir ou voltar atrás.

Use-os, portanto, os pontos, todos: cheio, cego, cirúrgico, cautelar.


O ponto permite que uma nova narrativa seja contada.

Ou mesmo continuada.

Recheada de pontos; pontos e vírgulas; pontos de exclamação; Ou de interrogação.

Vírgulas; parênteses; traços de união; chaves e colchetes e travessões!...



de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

segunda-feira, 28 de março de 2011

Punto Final Enamorado



He visto en estos días al punto final
En un local perfectamente visible
Ni las dudas me fueron permitidas
La obviedad de su presencia se traduce
En aquel silencio previo al golpe fatal

Desde la perspectiva más enferma
Logré un escapismo conveniente
Afinal solo ahora percibo como
Es insoportable sentirse estúpido
Ridículo y andradianamente frágil 

El punto final se sentó en mi falda
Se puso a mirarme y a preguntarme
¿Hasta cuando, mi vida? ¿Hasta cuando?
¿Por que has malgastado así tu amor?
¿Por que elegistes a una muerte anunciada?

Guardaré estos muchos años en su estado original
Como la única realidad que he conocido hasta ahora
Confiaré en las rotaciones que revelarán mis deseos
A una nueva voluntad con distancia prudente
Lejos de tu ego daré forma a un espacio apropiado

Me dejaré llevar por mis sentidos mas profundos
Recorreré este punto final enamorado
Le llamaré de Devekut ahora que el Rey ha muerto
Y día a día evitaré este enojo que me viene
Cuando recuerdo a la decisión equivocada

de Luciana Gaffrée

asfixia

La noche abre mi pecho cruelmente desoxigenada

agua gélida en el cuello de los días

no puedo perdonarte.


Vendrás naciéndote para mis últimas muecas perezosas y vandálicas

con tu cuerpo actual oscuro de tormento

me perderé en un abrazo acuoso, podrás poner empeño en las nuevas formas del dolor

crear esos chocolates viajeros de la nieve con espátula de lágrimas.


Sólo veo cuevas de árboles

algunas imágenes de piel en la distancia

el año que se resiste a los alfabetos impuros

arterias en la calle, graciosos alfileres desnudos y aquella ventana nocturna

con una remera con alas dónde comí ciertos crocantes restos de cena amarga

y fui paseante infeliz de las encías borrachas.


Si hubiera sabido la muchedumbre del agua enrroscandose en el pequeño cuerpo

su llanto desprendido

ella que se ríe hecha de sí, parida por toda la completud de mi alma.


Me siento como en un banquete, pordio sera maquiavélica

llevando una centella con una cabeza asesinada

dejándola caer sobre la mesa, manzana de azúcar destrozada


Esa mujer con crines cercada por felinos del demonio

esa mujer que ríe distraída sobre una espuma de fábulas.


Esa mujer que mata



de Laura Inés Martinez Coronel




Pois que não quero proteger-te

Meu calor e meus líquídos são para perder-te

num clamor de bálsamo benfasejo e cruel

Exigente como u´a mãe ávida de vida jovem


Quero sufocar teus músculos e tuas atérias

quero lubrificar teus pelos

quero enlouquer-te torturar teus sentidos

que maldigas o amor!


Vem com teus ângulos agudos

tua suntuosa face de pirata

tuas mãos sábias e dominadoras

teus carinhos "muchachos".


Entrego-me

Para te envolver

Te perder

Te enlouquecer.



de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

domingo, 27 de março de 2011

La Corse à l´usage des Brésiliens.

Antes de mais nada, é bom que se diga que ela existe. Quando olharem uma mancha sem cor nos mapas da Globo, acima da Sardenha e ao lado da bota italiana, ou ao Sul da França...é ela que surge, num doce balanço, em pleno mar, a Córsega. Não, não é um fantasma, não é um país independente, que ninguém conhece, como aqueles pedacinhos de ex-Iugoslávia, que nem fazem parte do Mercado Comum, nem tampouco um terreno não habitado: é a Córsega! "Corse" em francês, sim porque faz parte da França metropolitana, como a Provença (que a mídia brasileira teima em charmar de "Provence", ou por esnobismo ou por ignorância, "Provence", palavra francesa - adotada pelos anglófonos - que nós, lusófonos, não podemos nem mesmo pronunciar). Não, os habitantes da Córsega não são "córsegos", mas corsos! Também não estão a milhares de kms. do continente francês, mas a 200 km, ou seja , mais ou menos a mesma distância que separa o Rio de Angra. Não, não se trata de uma ihota como Paquetá (ou como supomos que seja Santa Helena, onde Napoléão morreu! ). É uma ilha que tem as dimensões da terça parte do Estado do Rio, isto é, como se fôssemos daqui do Rio até Búzios e, no interior ,até a divisa com Minas. Não se trata da Argélia! Pois são católicos, europeus (digamos: são italianos afrancesados) e estão a, dependendo do tipo de embarcação que se tome, de 6 a 2 horas de Marselha ou Nice. Também não é Cabo Verde ou o Saara...não imaginem que o terreno seja plano, arenoso e quente! Ao contrário, tem estrutura alpina, com estações de esporte de inverno (no inverno!) - Val d´Èse, por exemplo -; aliás, no inverno, das cidades costeiras veem-se as montanhas nevadas, como aqui no Rio, da praia vemos as montanhas, só que lá são bem mais altas, brancas de nevel. O clima, não, não é quente e seco como um clima senegalesco! É como no Sul do continente francês, como em Portugal...pronto! Só que com altas montanhas, como nos Alpes. Não, não falam um dialeto exquisito. Todos falam francês, com o sotaque mais próximo do parisiense que os das classes populares de Marselha. A infraestrutura turística é excelente e os corsos muito gentis e refinados. Você pode ir de avião de Paris-Orly ou de Marselha ou de Nice. Ou então por mar, a partir de Marselha ou Nice. No inverno a viagem marítima dura 6 horas et tem que ser feita dessas duas cidades da costa provençal até Ajaccio (pronuncia-se Ajacciô) ou Bastia (pronucia: Bastiá). No verão, é o que entendi, pois nunca estive lá nesta estação, pode-se ir até lá de barco de várias outras cidades da Côte d`Azur - e até de algumas cidades italianas - em 2 horas pois há aerobarcos velozes. É chic, intimista (não percam o trabalho manual em cerâmica, cutelaria e lutherie que fazem) e sobretudo, de uma beleza estonteante para quem vem os trópicos.


de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

O A B C da Córsega para brasileiros incautos.

Antes de mais nada, é bom que se diga que ela existe. Quando olharem uma mancha sem cor nos mapas da Globo, acima da Sardenha e ao lado da bota italiana, ou ao Sul da França...é ela que surge, num doce balanço, em pleno mar, a Córsega. Não, não é um fantasma, não é um país independente, que ninguém conhece, como aqueles pedacinhos de ex-Iugoslávia, que nem fazem parte do Mercado Comum, nem tampouco um terreno não habitado: é a Córsega! "Corse" em francês, sim porque faz parte da França metropolitana, como a Provença (que a mídia brasileira teima em charmar de "Provence", ou por esnobismo ou por ignorância, "Provence", palavra francesa - adotada pelos anglófonos - que nós, lusófonos, não podemos nem mesmo pronunciar). Não, os habitantes da Córsega não são "córsegos", mas corsos! Também não estão a milhares de kms. do continente francês, mas a 200 km, ou seja , mais ou menos a mesma distância que separa o Rio de Angra. Não, não se trata de uma ihota como Paquetá (ou como supomos que seja Santa Helena, onde Napoléão morreu! ). É uma ilha que tem as dimensões da terça parte do Estado do Rio, isto é, como se fôssemos daqui do Rio até Búzios e, no interior ,até a divisa com Minas. Não se trata da Argélia! Pois são católicos, europeus (digamos: são italianos afrancesados) e estão a, dependendo do tipo de embarcação que se tome, de 6 a 2 horas de Marselha ou Nice. Também não é Cabo Verde ou o Saara...não imaginem que o terreno seja plano, arenoso e quente! Ao contrário, tem estrutura alpina, com estações de esporte de inverno (no inverno!) - Val d´Èse, por exemplo -; aliás, no inverno, das cidades costeiras veem-se as montanhas nevadas, como aqui no Rio, da praia vemos as montanhas, só que lá são bem mais altas, brancas de nevel. O clima, não, não é quente e seco como um clima senegalesco! É como no Sul do continente francês, como em Portugal...pronto! Só que com altas montanhas, como nos Alpes. Não, não falam um dialeto exquisito. Todos falam francês, com o sotaque mais próximo do parisiense que os das classes populares de Marselha. A infraestrutura turística é excelente e os corsos muito gentis e refinados. Você pode ir de avião de Paris-Orly ou de Marselha ou de Nice. Ou então por mar, a partir de Marselha ou Nice. No inverno a viagem marítima dura 6 horas et tem que ser feita dessas duas cidades da costa provençal até Ajaccio (pronuncia-se Ajacciô) ou Bastia (pronucia: Bastiá). No verão, é o que entendi, pois nunca estive lá nesta estação, pode-se ir até lá de barco de várias outras cidades da Côte d`Azur - e até de algumas cidades italianas - em 2 horas pois há aerobarcos velozes. É chic, intimista (não percam o trabalho manual em cerâmica, cutelaria e lutherie que fazem) e sobretudo, de uma beleza estonteante para quem vem dos trópicos.


de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

sábado, 26 de março de 2011

La Corse à l´usage des Brésiliens/O A B C da Córsega para brasileiros incautos..

Tout d´abord ça existe! C´est une île dans la Méditerranée, entre la France et l`Italie, plus proche de l´Italie. Non, ce n´est pas un îlot - comme on imagine Sainte Hélène aussi, je ne sais pas comment est cette île , d´ailleurs - italien où Napoléon est né. C´est une île française, depuis 1768 et Napoléon y est déjà né Français, Elle fait partie de la France métropolitaine, non, c´est pas une ex-colonie ou en départament d´outre-mer. Les dimensions de l´île correspondent à peu près au tiers de l´Etat de Rio de Janeiro, c´est-á-dire, ça prend la distance qui va de la ville de Rio jusqu`à Búzios et jusqu´à la "frontière" avec le Minas. Non ce n´est pas un terrain sec, sablonneux et plat et où rien ne pousse: c´est une île de structure alpine qui ressemble plutôt à un mélange de la Côte d`Azur avec les Alpes qu´au Sahara (depuis Ajaccio, et Bastia - prononcez "Ajacciô" et "Bastiá", à la française) en hiver, on voit les sommets des montagnes enneigées, où il y a même des stations de sports d´hiver, comme le Val d´Ese. Mais oui, leur climat est méditerranéen, comme celui du Sud du continent français ou... celui du Portugal, voilà, avec des hautes montagnes Les Corses ne sont pas musulmans, non, ni Africains! Ils sont européens, italianisants, très catholiques et ...Français. Bref, c´est comme des Italiens francisés. Ne vous effrayez pas, ils parlent français, comme n´importe quel Français et pas ce dialecte pas possible que vous imaginez - pour ceux qui imaginent quelque chose - qu´ils parlent...Ils ne sont pas à de milliers de kilomètres de la France! A peine 200 km des côtes de la Provence (en portugais "Provença"....et pas Provence comme la presse actuelle brésilenne appelle cette province française, ou par snobisme ou par ignorance, je ne sais pas), c´est-à-dire une distance sur la mer qui correspond au chemin qui sépare la ville de Rio de celle d´Angra, donc pas beaucoup pour nous . A nos yeux de Brésiliens, il y a de la sophistication et de la finesse, française, surtout dans l´accueil et le tourisme. Si vous croisez avec des Corses ici au Brésil, ils vont vous dire fièrement qu´ils sont Corses. Ne désespérez pas, puisque pour vous ça ne veut rien dire du tout. Traîtez les comme des Français, ce qu´il sont officiellement et ce qu´ils vous ressembleront, puisqu´ils parlent français et agissent comme des Français, ce qu´ils sont , d´ailleurs, qu´ils veuillent ou pas. Voilà, chers compatrites, la Corse au mode d´emploi...ne la manquez pas: c´est beau comme tout, c´est délicieux!


de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.



Antes de mais nada, é bom que se diga que ela existe. Quando olharem uma mancha sem cor nos mapas da Globo, acima da Sardenha e ao lado da bota italiana, ou ao Sul da França...é ela que surge, num doce balanço, em pleno mar, a Córsega. Não, não é um fantasma, não é um país independente, que ninguém conhece, como aqueles pedacinhos de ex-Iugoslávia, que nem fazem parte do Mercado Comum, nem tampouco um terreno não habitado: é a Córsega! "Corse" em francês, sim porque faz parte da França metropolitana, como a Provença (que a mídia brasileira teima em charmar de "Provence", ou por esnobismo ou por ignorância, "Provence", palavra francesa - adotada pelos anglófonos - que nós, lusófonos, não podemos nem mesmo pronunciar). Não, os habitantes da Córsega não são "córsegos", mas corsos! Também não estão a milhares de kms. do continente francês, mas a 200 km, ou seja , mais ou menos a mesma distância que separa o Rio de Angra. Não, não se trata de uma ihota como Paquetá (ou como supomos que seja Santa Helena, onde Napoléão morreu! ). É uma ilha que tem as dimensões da terça parte do Estado do Rio, isto é, como se fôssemos daqui do Rio até Búzios e, no interior ,até a divisa com Minas. Não se trata da Argélia! Pois são católicos, europeus (digamos: são italianos afrancesados) e estão a, dependendo do tipo de embarcação que se tome, de 6 a 2 horas de Marselha ou Nice. Também não é Cabo Verde ou o Saara...não imaginem que o terreno seja plano, arenoso e quente! Ao contrário, tem estrutura alpina, com estações de esporte de inverno (no inverno!) - Val d´Èse, por exemplo -; aliás, no inverno, das cidades costeiras veem-se as montanhas nevadas, como aqui no Rio, da praia vemos as montanhas, só que lá são bem mais altas, brancas de nevel. O clima, não, não é quente e seco como um clima senegalesco! É como no Sul do continente francês, como em Portugal...pronto! Só que com altas montanhas, como nos Alpes. Não, não falam um dialeto exquisito. Todos falam francês, com o sotaque mais próximo do parisiense que os das classes populares de Marselha. A infraestrutura turística é excelente e os corsos muito gentis e refinados. Você pode ir de avião de Paris-Orly ou de Marselha ou de Nice. Ou então por mar, a partir de Marselha ou Nice. No inverno a viagem marítima dura 6 horas et tem que ser feita dessas duas cidades da costa provençal até Ajaccio (pronuncia-se Ajacciô) ou Bastia (pronucia: Bastiá). No verão, é o que entendi, pois nunca estive lá nesta estação, pode-se ir até lá de barco de várias outras cidades da Côte d`Azur - e até de algumas cidades italianas - em 2 horas pois há aerobarcos velozes. É chic, intimista (não percam o trabalho manual em cerâmica, cutelaria e lutherie que fazem) e sobretudo, de uma beleza estonteante para quem vem dos trópicos.


de Luiz Fernando Gaffrée Thompson



Francoise Derré: Voui, à l'époque, on achetait et vendait des territoires.. on a acheté la Corse aux Gênois... (tout le nord de l'île est ponctué de tours de guet dites je crois bien, de Gênes. Plus tard Napoléon a vendu aux Américains un bon tiers de l'Amérique de l'époque sous le nom de Louisiane , une énorme bande de terre qui partait du Canada. Et vu qu'il s'en est fallu de peu que Napoléon ne naisse italien, Jean Dutour imaginant que la France n'ait pas acheté la Corse a écrit un roman pseudo-historique qui s'appelle le Feld marechal von Bonaparte où il décrit la carrière de Napoléon se faisant un nom dans les armées autrichiennes, puisque le nord de l'Italie dépendant encore des Habsbourg...



Luiz Fernando Gaffrée Thompson: Et oui, merci, Françoise, mais je le savais. En plus le Brésil a acheté ce qui est aujourd´hui l´Etat de l`Acre à la Bolivie, tardivement, au début du XXe siècle, par dit-on, le teritoire a été échangé par une mulle et 3 chevaux. De toute façon c´était déjà un territoire occupé par des Brésiliens. Par contre je ne savais pas que ce Jean Dutour avait écrit ce roman sur ce nommé von Bonaparte, ça doit être intéressant!



Aurélio Flôres: Amigo Luiz, o Roland, como podes perceber por sua arte, é um artesão espetacular e famoso, um dos dois ou três que ainda resistem, dos mais de 50 que já existiram em Paris, há mais de 30 anos só dedicados ao cibachrome. Faz essas impressões... para grandes fotógrafos do mundo e já foi inclusive homenageado pela Ilford (Ilfordchrome - antigo Cibachrome da Ciba). O que quero dizer com isso? Com certeza ele não possui FB. Assim, te recomendo que o visites em seu maravilho atelier em Paris, próximo da Notre Dame. É um corso adorável e espirituoso, que com sua mulher Christiane, forma um casal lindo e amável.



Luiz Fernando Gaffrée Thompson: Eu não sabia, Aurélio, obrigado pela informação. Mas era de se esperar, pois são mestres em artesanatos delicados, sendo famosos como luthiers, ceramistas e...não sei ou não me lembro como se diz tecnicamente, aqueles que trabalham as lâminas para punhais...ah, trata-se da arte da cutelaria.

terça-feira, 22 de março de 2011

20.3

Empeño pertinaz
de la vida
o de la muerte

Esmero denodado
del acontecer

Parlante

Esfuerzo

De sorderas

Crece

La ironía de la voz
Laxas manos de este mundo
El índice de hipocresía
Y de razones

La declaración de la impotencia.


Alejandra Alma






Lloviznas
Que caen templadas
En rincón
De viento


De mundo


De locos

Acabar la mágica
Trasmutación de la tristeza


Acabar la desiderata


Que empina el misterio

En el ascensor del rascacielos
Viaja un enano


Enamorado

Belleza pura

Osvaldo Norberto Lázaro





Empeñé mis caminos y nada me dieron.


Empeñé la tristeza y me dieron la vida

Ricardo Luis Plaul







En la marea mayor
sueña el concepto
fragil

celdas de ruido
nubes de prueba
cargadas de un viento

anterior

y las paredes del tiempo
que le susurran a la noche

y los navios del tiempo
naufragan en los instintos

en la finitud

del hoy...

Marcelo Belingieri






As mãos atadas/Les mains ligotées

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As mãos atadas/Les mains ligotées

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A mente livre, o céu aberto/La pensée libre, le ciel ouvert

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Liberdade!/Liberté!


Luiz Fernando Gaffrée Thomson






El flácido acto…
marchita la vida
dejando secuelas…

Cuántas impotencias
golpeando con muertes?

Bajo lunas gigantes:
hay dolor para cosechar
y tiempo para desgranar …

Extendamos las manos.
Acariciemos la bronca,
hasta que calme…

Cris Gimenez

"L`Enquête Corse": la Corse vue élégamment par une comédie continentale.

Je la connais assez et je l´adore: la Corse. Un ami, Jean-François Marzocchi, m´a offert une cassette avec un CD dedans: le film "L´Enquête Corse". Je me permet, alors, de lancer un regard brésilien sur cette production. Je commence par le début: la version sous-titrées en français, de ce film d´Alain Berbérian, est adressées aux "sourds et malentendants" et le "making off " devient "U making ofu" Parmi les acteurs, excellents - qui le plus souvent rappellent la beauté, vehiculée par la tradition, des habitants de l`Ile de Beauté - il y a la magnifique Caterina Murino, espèce de Sophia Loren insulaire; Pierre Salasca, l´acteur qui fait Matéo, un grand gars à la tête rasée, très athlétique; et Jean Reno, le charmeur. Les autres personnages montrent des méditerranéens très typés qui parfois tombent dans le ridicule, mais sans offenser, comme Figoli (Pido). Les acteurs qui représentent les Continentaux ont le physique du rôle aussi, comme Christian Clavier, le titi parisien à l´âge mûre; Alain Saratrat, l´acteur qui fait De Vlaminck, le flic du Nord de la France, un roux, il se doit pour un Flammand; ou celui qui a le rôle du propriétaire continental d´une maison secondaire sur la mer, "qui adore la Corse , à tous points vue", pointu comme son accent. L`action se passe dans une Corse de carte postale...beauté authentique pourtant. Léa-Caterina Murino, est la femme corse qui mène les hommes par le bout du nez, y compris, le maffieux de sont frère Ange Léoni-Jean Reno, ainsi que: le soi-disant détective parisien, Jack Palmer/Rémi François-Christian Clavier; son ex-mari Mattéo-Pierre Salasca, tous un peu bêta, naïfs et à l´allure macho. Le scénario se déroule entemêlant: les chimères d´un terrorisme bon-enfant, conduit par la police, les gendarmes et les "patriotes", tous en bonne entente - d´ailleurs, je ne dirais pas "très bonne entente" parce que les deux polices se ne comprennent pas tout à fait comme il faut -; les amours de Jack Palmer (Clavier)- de son mon de guerre - ou Rémi François - de son vrai nom - avec Léa(Murino); et les blagues concernant la fierté et la sensibilité aiguë corse pour tout ce qui touche les traditions locales. C´est amusant, agile, sympathique et cela nous apprend beaucoup de choses sur le pays de Napoléon de ce début de vingt-et-unième siècle.


de Luiz Fernando Gaffrée Thompson


PS:Etant donné les caractéristiques de l´humour à la française: bougon, basé sur la taquinerie et le "tout tourner en dérision", enfin méchant par définiton, la lecture des clichés sur la Corse y est élégante. Elle l´est aussi parce que l´oeuvre fait réhausser les clichés positifs sur l´île, tandis qu´on montre aussi des stéréotypes négatifs sur le Continent et le gouvernement central. Les Français ne sont pas "bonzinhos" (comme on dit en portugais, ce qui veut dire "bons, compréhensifs, par laxisme")d´habitude!

de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

sábado, 19 de março de 2011

Colomba, femme émancipée avant la lettre.

J´ai dû faire, avec plaisir d´ailleurs, une recherche sur le personnage Colomba de Prosper Mérimée en vue d´une thèse de doctorat que j´ai fini (ou presque) , mais je n´ai pas soutenue, à l´Université de Corte. L´un de chapîtres de la thèse analysait le personnage de cette jeune fille corse, de fiction, selon la vision de quelques intelectuels corses et de quelques élèves que j´avais à l´Alliance Française. Les résultats en ont été très intéressants et contradictoires: tandis que les Corses voyait Colomba comme une femme arriérée, rude et grossière, les Brésiliens la voyaient comme une leader naturelle, indépendante du joug des hommes, fine stratégiste, une femme d´action, parmi des mâles indolents, bêtes et frustres. Mlle. Della Rebia tient à assurer la tradition familiale tandis que son frère se "parsianise", dans la capitale. Elle le pousse à la lutte contre la famille ennemie et elle affronte celle-ci, lreprésentés par les frères Barricini. En utilisant son métier de vocératrice, avec son chant lugubre au chevet de mort d´un habitant du village, elle provoque la réaction de ces garçons et puis la lutte armée. Elle est indépendante, forte, et tient à l´identité de son île qui se francise de plus en plus, y compris par la présence de cet Orso Della Rebia, son frère, un dandy, militarie sur le Continent, imbu des valeurs apprises à Paris. Elle a une vie publique par son travail de prier les morts, en plus elle s´intéresse aux affaires judiciaires de la famille, elle en est au courant et elle manipule, par son action et ses entretiens, les politiciens locaux, sa famille et ses adversiares, tout cela à une époque où, dans le monde entier, ou presque, la population féminine était assujetie aux hommes. Elle essaie de sauvegarder l´environnement culturel de sa province, en préservant l´indentité locale, à un momentt où la valeur civilisatrice en Occident était d´adopter les moeurs rococo de Paris ou les bonnes manières anglaises. C´est comme cela que les Brésiliens ont apperçue Colomba Della Rebia. Les intellectuels corses ont une vision négative de cet icône de la culutre insulaire: ils la voient primitive, criminelle, menteuse et sournoise. En fait, des qualites, vues sous une autre perspective, celle des Brésiliens, pour qui Mlle Della Rebia est une héroïne, une féministe naturelle, bien avant que cette idéologie soit créée, en tant que telle. de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

domingo, 13 de março de 2011

O trabalho, o meio ambiente e os povos/Le travail, l´environnement et les peuples.

Luiz Fernando Gaffrée Thompson: Parece-me que existe um princípio moral ancestral, representado nas sociedades cristãs pela culpa do pecado original, segundo o qual o trabalho deve ser penoso. Quando é prazeroso, a sociedade, com chefes e subordinados, trata de transformá-lo em um fardo.


Aurélio Flôres: "Dizem que na Bahia existem tres tempos lógicos: lento, lentíssimo e Dorival Caími, não por acaso deitado plácidamente em sua rede olhando, "o mar se movimentar". É simbólico e diz da nossa natureza. Já imaginastes um mestre joalheiro suíço ...trabalhando no Rio de Janeiro, com todo o nosso calor e possibilidades, como poderia ter concentração fisica e mental para fazê-lo? Já imaginastes o Tchekhov, o Tolstói ou o Dostoievski escrevendo suas densas obras no calor da Bahia? Não dá, cada povo tem, necessariamente que seguir o seu destino... Será que não é por isso que inventaram o ar condicionado? Para trabalharmos mais ..."


Luiz Fernando Gaffrée Thompson: Com certeza. Sempre me lembro de duas cenas de vida que passei na França; na primeira estava numa casa de campo no inverno, todos liam ou escreviam e havia vidraças e neve no jardim Ocorreu-me que se fosse aqui, teríamos insetos voando que não nos deixariam em paz. De outra feita, estava na casa de uns amigos brasileiros, nos arredores de Toulouse. Era uma casa alugada, pois os dois faziam doutorado lá. Lembro-me que com frequencia o proprietário, um homem de certa idade, vinha ver como estava a casa e fazer pequenos consertos, o que não lhe competia. Ele próprio dizia que como não tinha como ocupar o tempo, isto o distraía. Sempre tive a impressão que vivíamos numa sociedade ocidental decadente, porém somos um país novo. Acho que é justamente isso: trouxemos conosco, colonizadores - recuso a ideia: "fomos colonizados pelos portugueses", na verdade "nós", europeus e negros, somos os colonizadores (ou melhor descendentes deles) -, repito, trouxemos, nós, colonizadores da terra e dos índios, esses sim aculturados, uma civilização não adaptada ao meio ambiente. Criamos aqui uma civilização à ocidental, artificial, que só vai realmente vingar com toda a sua pujança, em todos o pontos do território, quando assumirmos e reconhercermos as nossas condições ambientais.




En français:



Luiz Fernando Gaffrée Thompson: Il me semble qu´il y a un principe moral ancestral, représenté dans les sociétés chrétiennes para la culpabilité du péché original, selon lequel le travail doit être une sorte de châtiment. Quand cela donne du plaisir, la société, chefs et employés compris, s´arrange pour le tranformer en un carcan.


Aurélio Flôres: On dit qu´à Bahia il y a 3 temps logiques: lent, très lent et Dorival Caymmi (compositeur bahianais aux belles chansons indolentes), et cela non pas par hasard: on le voyait toujours allongé dans son hamac regarder "la mer qui bouge". C´est symbolique et cela montre notre nature. Figure-toi un maître horloger suisse qui travaillerait à Rio, sous notre chaleur et avec toutes les possibilités, comment pourrait-il se concentrer physiquement et mentalement pour exercer son métier? Imagine si Tchékhov ou Tolstoï ou Dostoïesvski devraient devraient écrire leur oeuvre dense sous la chaleur de Bahia! Ça va pas, non? Chaque peuple doit sans aucun doute suivre son destin...Est-ce que ce ne serait pas pour cela qu´on a inventé la climatisation, pour qu´on puisse travailler davantage?...


Luiz Fernando Gaffrée Thompson: C´est sûr. Je n´oublierai jamais 2 scènes que já vécues en France: pour la première, j´étais dans une maison de campagne pendant l´hiver, tout monde lisait ou écrivait et il y avait des baies vitrées. Dans ma tête, il m´est venu que si c´était ici, on aurait des insectes qui voltigeraient et empêcheraient les activités intellectuelles; une autre situation, j´étais chez des amis brésiliens dans la banlieue de Toulouse. C´etait une maison louée, puisque le couple y faisaient un doctorat. Je me rappelle que souvent le propriétaire, un homme d´un certain âge, venait faire de petits travaux à la maison, ce qui n´était pas prévu par le contrat. Selon lui c´etait una manière de se distraire pendant l´hiver, puisqu´il n´avait pas grand chose à faire. J´ai toujours eu l´impression que nous vivions dans une société occidentale décadente et pourtant nous sommes un pays jeune. Je trouve que c´est justement cela: nous, les colonisateurs - je refuse l´idée selon laquelle "nous avons été colonisé par les portugais", à vrai dire "nous", européens et noirs, nous sommes les colonisateurs (ou mieux leurs descendants) qui avons colonisé le territoire et...les indiens (ceux-là, oui, aculturés), nous avons créé une civilisation non-adaptée à l´environnement. Nous avons créé ici une civilisataion à l´occidentale artificielle, qui ne va vraiment éclore, avec tout son éclat, partout, le jour où on aura assumé et reconnu nos conditions environnementales.



Original em português: Aurélio Flôres e Luiz Fernando Gaffrée Thompson. Versão francesa: Luiz Fernando Gaffrée Thompson

sexta-feira, 11 de março de 2011

La Corse, plus vraie que nature/O feitiço da Córsega.

Je voudrais exorciser l´envoùtement que cette île exerce sur moi. Je me suis toujours demandé pourquoi cette attirance. Je n´y étais jamais allé, mais elle m´inquiétais: apparemment sauvage, chaude comme mon Nordeste brésilien, à la végétation chétive comme ici, dans ce même Nordeste. Française? Italienne? Je ne savais pas, moi, qui cherchais l´évasion à tout prix dans une France si idéalisée. Pays de Napoléon? Cela ne me disait rien. Elle s´est présentée à moi; plus belle que je ne pouvais l´imaginer, montagneuse, avec des paysage d´hiver comme dans les Alpes: à moi, déjà tellement déçu par Paris e et la France continentale. Pour les yeux d´un Brésilien, elle est tout à fait française, mais je pouvais y trouver la Douce France que je n´avais pas rencontré sur le Continent. Les Corses, des Français presque doux comme des agneaus, beaux comme des dieux. L´île sauvage à point et sophistiquée comme il faut. Beauté, nature et raffinement! Gostaria de exorsizar o feitiço que essa ilha exerce sobre mim Sempre me perguntei qual seria a razão desta atração. Nunca havia ido lá e ela me perturbava: aparentemente selvagem, quente comme meu Nordeste brasileiro, com a vegetação seca daqui, neste mesmo Nordeste. Francesa? Italiana? Não sabia! Eu, que procurava a evasão de qualquer jeito numa França fantasiada. Terra de Napoleão? Pouco me importava. Ela apareceu mais bela do que eu poderia imaginar, montanhosa, com paisagens brancas e frias, como nos Alpes: a mim que estava tão decepcionado com Paris e a França continental. Para os olhos de um brasileiro, totalmente francesa, e o melhor, finalmente aí estava a Douce France! Os corsos? Franceses! Porém meigos (também não exageremos, até certo ponto...francês é francês, mesmo na Córsega!) e belos. Uma ilha selvagem e sofisticada, numa mescla bem equilibrada. Beleza, natureza e refinamento!


Original em francês e versão para o portuguès* de Luiz Fernando Gaffrée Thompson


*Obs: quando escrevo nas duas línguas, começo pela língua estrangeira e depois faço a versão para a língua materna. Não se trata de esnobismo, é porque é mais fácil o francês ser contaminado pelo português, materno, do que o oposto.


*Remarque: quand j´écris dans les 2 langues, je commence para la langue étrangère et après je fais la version portugaise, langue maternelle. Il ne s´agit pas de snobisme. C´est parce qu´il est plus probable que le français soit contaminé par la langue maternelle que le contraire.

X.3

Cercaron horas
perdidas de la piel
y las ventanas
sentadas en cemento
pariendo el miedo
el sitio del papel,
de frase higiénica

Tapadas hasta el cuello
cebaron tierra
debajo del hastío
y de la carne
reseca hasta la boca
pujaron los canales
brotando entre rendijas


Hilos de aire


Vientre del caos


Voz
a tiempo.


de Alejandra Alma






Cierro mis ojos, suspiro...

Velos de hastío,
“HILOS DE AIRE” te hacen caer
Y nace la palabra, en el justo momento.
Expulsando el miedo
Olvidando el tiempo perdido
Desarropando la piel
Fortaleciendo la calma
A TIEMPO

Cris Gimenez






Los hilos que nacen de las rendijas,
de la garganta; son lagrímas que ahogamos
vertientes con nombres y apellidos ...
que si al papel las transbordamos, la tinta
en sangres azules ... lagrímas sobre níveo.
Cuando vivíremos la carne en organza y tules
en orgazmos y amores con simiente petreá.
Por mas tormentas que nos azoten; amarémos,
carne fresca y labios finos o turgentes ...
que mas da ... si el amor no lo compras!!!
el amor lo encuentras y si lo pierdes; llorá.

Enrique Hector Twaska






Brizna sin aliento
aire sin caudal
aquel que deshizo ...
la imagen...

y la brasa que consume
y el pulso que irradia
y la luz que gira
para descender

con la noche...

de Marcelo Belingieri



Rendas do Nordeste
por onde passam os prazeres
os pesares
os raios de sol
e a chuva

Redes do Nordeste
onde crescem pênis
vaginas são receptáculos
os lábios se intregam
e se integram

Calor do Nordeste
onde os suores se misturam
os odores se trocam
os sexos se tocam

Lassidão no Nordeste
corpos amontoados
dolentes e dormentes
satisfeitos, plenos de orgasmo.

de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

quarta-feira, 9 de março de 2011

8 de marzo

Soltar amarras palabras lanzas
y cada rito

Dejar lugares, ritmos, modales
Soltar las sogas teñidas sangre
los jeans de más
y la ley de menos

Soltar el Dios bendito
y los tantos otros...

Tornar visible a cada diosa
Ir por el pan
Ir por las rosas
y las caricias que nunca fueron...


La lucha por la equidad entre mujeres y varones es un tema de mujeres y de varones.
Es rebelión contra los procesos que sostienen las relaciones de dominación.

de Alejandra Alma





‎"Ir por las rosas y por el pan "
El alimento y el perfume de la vida que una mujer acerca a cada uno de los que se cruzan en su camino.
Alimento de todo tipo,perfumes de los lindo y feos.
Por eso somos mujeres, por el vientito que sale del abaníco de todo lo que sale de el
contando lo que somos y lo que hacemos.

Silvi Satri






Encontrar las caricias de siempre
en el regazo nacido para ser añorado,
abrazando, consolando, trabajando,
en mi camino mujer tu luz
me hace hombre.

Ricardo Luis Plaul





siempre buscando
al viento
que atraviesa la cancion
vibrantes latidos de lucha
con suavidad de terciepelo
y el agua que baja
en laminas de amor
inesperado canto
que es un grito
que estremece
que alimenta
que enseña
que no cesa

y la mano que se abre...

Marcelo Belingieri





Abreviar la partitura del silencio
Con frases disueltas en alambre
Con dioses vestidos de domingo
Y mujeres desnudas en el aire

Comerse los clavos
en esa sopa de carcajada….siempre

Osvaldo Norberto Lazaro




Desabrochar com meus espinhos dentro do ventre materno
E não feri-lo
Dentro do útero sentir a água , o calor e o conforto
Que não me sufoque ...

Que a rosa seja o cravo e que o cravo seja a rosa
Em troca de identidade poética
Que o a água não apague o fogo, que ele arda
Que o ar espraie a terra, que ela fecunde

Que seja a festa amena do homem
Que seja o lupanar do carnaval feminino
Que seja a celebração d-as e d-os!
Da magia dos dados!

de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

Le carnaval de Bâle/O carnaval da Basileia, na Suíça.

Il faut voir le carnaval de Bâle, la Fasnacht! Il y a quand même un fond qui le "rappoche" du carnaval de Rio: "les cliques" (espèce d´écoles de samba moyennâgeuses et tristes et sérieuses, très sérieuses!), un scénario (politique, sérieux, très sérieux!), des déguisements (moyennâgeux aussi) et des mots d´ordres, du rythme, des tambours et des fifres, qui jouent un lamento, presque funèbre, dans la nuit noire du petit matin de l´hiver européen. C´est très beau! Impressionnant!

O carnaval da Basileia, na Suíça, é impressionante. Tudo se passa muito cedo, ainda noite fechada no inverno europeu. Ouvem-se as batidas fúnebres dos tambores das "cliques" - bumbos solitários -, espécie de escolas de samba, muito sérias e medievais, cujo o enredo é sempre político e as fantasias representam personagens típicos da tradição local, que descem as ladeiras gritando palavras de ordem e críticas políticas. Como as escolas de samba, são agremiações que se reunem durante todo o ano para preparar a "Fasnacht". Tudo se passa no escuro, apenas à luz de velas. Então as "cliques" se encontram na praça principal, onde encontram também o público. E começa o desfile das agremiações ladeira abaixo, ladeira acima. A festa dá-se uma semana depois do nosso carnaval.

de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

domingo, 6 de março de 2011

Infinitas conjunções cancioneiras

Meus olhos produzem silencio
Minha boca quero fechada
Pratico o verbo hebreu
Atenta à simbologia

Meus movimentos me levam
Inspirada pelo sopro das emoções
As vezes me deparo nas bifurcações
E o passageiro invisível ordena

Me movo pelo mundo
Sei que corro perigo
Mas confio na atração
Por carroças de vida

de Luciana Gaffrée

sábado, 5 de março de 2011

Do Canto Mais Remoto do Mundo

Tirei do texto o central
Deixei apenas a experiência
Crescida a partir do meu ser lateral
Não deixei nenhuma referência

Deixei cartas antes de viajar
Beijei minhas almas errantes
Fiz as malas com minhas deidades
Examinei e limpei cada um dos prismas

Agora que sou fruto da navegação
Entrei no terceiro bardo
Escutei o badalar dos sinos
Fui guiada durante 49 dias

Na jornada previsível
Ganhei a Noção 
Voltei à forma humana
E me centralizei na imagem 
Do Meu Canto Mais Remoto

de Luciana Gaffrée

La torre, la manzana y los sapatillos


El retorno de mi mitad
Ay hombre
Fue catastrófico
Traía consigo su pasado arrugado
Del cual unas tantas mentiras salían

Le pedí tanto que volviera
Que hasta a los santos harté
Ay mujer
Pero por castigo se me cumplió
Y a mi lado me lo topé

El amor pródigo
Mueve piezas intimas
Con demasiado cuidado
Ni se da cuenta de los tonos
Ay nene, Sí
Es triste creer en hadas

Soy la de la torre
Manzana y sapatillos
La bestia no debería
Haberse afeitado
ay cristal
Menos aún creído
Que merecía-me
Retener tan prolijo
Y comportado

de Luciana Gaffrée

quinta-feira, 3 de março de 2011

Agarre-me Sublime Catalina - Agarrame Sublime Catalina

Agarre-me Sublime Catalina


Catalina. Bela Catalina. Renasce uma luz no teatro universal. Decididamente o teatro de Atenas ressurgiu!
Milagres existem, Catalina. Você é uma linda e espetacular Musa inspiradora, Arte Maior, Filósofa de Múltiplas Vozes, Teatro Sagrado e Profano, Dionísio é teu pai. Filosofia é tua mãe.

Quando o carnaval acabar, morrerei de saudades. No palco ganhas Eternidade. Ficas enorme para minhas pupilas.
Nasce em mim a fé na Arte e confio em teus sentidos. Minhas emoções são tuas. Meu senso de estética se desperta. Te vejo precisa, te vejo universal. Vejo em ti todas as Artes juntas. Eres o ápice do sentido, Catalina. 

Eres a manifestação artística mais sublime desse país, pois que eres a voz da nossa alma. Eres a mente crítica de nosso povo. Eres imortal porém fugaz. Quero seguir-te mas somos tantos... Lotas todos os nossos verões.

Catalina, não agarrastes a ti mesma, agarrastes a Ésquilo, a Sófocles e a Tabaré. Agarrastes o Teatro de Delfos para ti.   

Todo ator, atriz,  dramaturgo, cenógrafo,  figurinista,  músico, cantor sonha com ser como você Catalina. Musa inspiradora de nossa utopia do retorno ao tempo memorável e transcendente, revolucionário e passional de Homero. 

Teu Coro é Palavra Coletiva, teu Coro é Máscara em Ação, teu Coro está no meio de nós, platéia apaixonada.

 de Luciana Gaffrée




Agarrame Sublime Catalina (Traducción)




Catalina. Catalina Hermosa. Renace una luz universal en el teatro. Definitivamente el teatro de Atenas resurgió! 
Los milagros existen, Catalina. Eres una hermosa e espetacular Musa inspiradora, Arte Mayor. Filósofa de Múltiples Voces. Teatro Sagrado y Profano. Dioniso es tu padre. Filosofía es tu madre. 

Cuando el carnaval ha terminado, me matará la nostalgia. En el escenario ganas Eternidad. Te quedas enorme ante mi pupila.Nace en mí la fe en el Arte y confío en tus sentidos. Mis emociones son tuyas. Mi sentido de la estética se despierta. Dominas la precisión, sos universal. Veo en tí todas las artes juntas. Eres el ápice del sentido, Catalina. 

Eres la manifestación artística más sublime de ese país, ya que Eres la voz de nuestra alma. Eres el espíritu crítico de nuestro pueblo. Eres inmortal, pero de corta duración. Te sigo, pero somos muchos ... Llenas a todos nuestros veranos. 

Catalina no has agarrado a tí misma, agarrastes a Esquilo, Sófocles y a Tabaré. Agarrastes el Teatro de Delphos para tí. 

Cada actor, actriz, dramaturgo, escenógrafo, diseñador de vestuario, músico, cantante sueña ser como tú, Catalina. Musa Inspiradora de nuestra utopía del regreso a la época memorable y trascendente, revolucionaria y apasionada de Homero. 

¡Coro, tu Palabra es Colectiva! ¡Coro, eres Máscara en Acción! Coro, estás en el medio de nosotros, el público apasionado.

 Luciana Gaffrée

quarta-feira, 2 de março de 2011

Je somnole/Sono sonhado/Ensueño...ensoñado

Je ferme les yeux
Mes cils comme un rideau de fer
M´empêchent de dormir
Me font voir le monde par des barreaux

Je referme les yeux
Tous les parums d´Arabie m´envahissent
De longs déserts en daim s´en vont en avant
Des herbes sèches me piquent, je jouis

Les yeux fermés je vais au delà
Je retrouve des cathédrales rondelettes
Saupoudrées de neige, encore impures

Je baisse les paupières, lourdes, en recueillement
La Place Rouge siège au centre du Sahara
Je dort!




Fecho os olhos
Meus cílios são como uma cortina de ferro
Me impedem de dormir
Vejo o mundo através de grades

Fecho os olhos
Os perfumes do Oriente me penetram
Longos desertos de camurça estendem-se à minha frente
O mato seco me espeta, eu ejaculo

Os olhos estão fechados e eu prossigo sempre
Encontro catedrais arredondadas
Salpicadas de neve, ainda impuras

Baixo as pálpebras, pesadas, recolhido
A Praça Vermelha está fincada no meio do Saara
Durmo!


Original francês e tradução para o português
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson




Ensueño...ensoñado...Luiz las rejas dejan ver y apenas salir...pero la mente toma distancia ...se va, se aleja al encuentro de aromas,de distancias,palpa la esterilidad del suelo y no se puede sementar,el impedimento de un suelo.Una nieve ensuciada,que ensucia las viejas moles una vez más,y el desierto de una plaza que nos heló la juventud en el desierto de arenas que calientan y traen sed.Para soñar quizás un espejismo!!!!!
Los cultos ,los europeizados,los ideales,los idealistas,debajo de párpados pesados ,aplastados nuevamente por el peso de la Humanidad caldeada nuevamente en esos sitios.No hay otros,por lo tanto se arremolinan bajo las rejas y vuelan al dormir.Duermo.

de Zulema Solla Pérez

terça-feira, 1 de março de 2011

Atemporal

estar con vos
volver a un recuerdo
sin tiempos

no a ti
ni nosotros
estar sin estar

ser la viva ausencia
tu mano caliente
sobre mi espalda helada

ajena ya
del volver
debiera quedarme

aquí perderme
no encontrar
hilos ni migajas.


de Julio Pereira


Minha mão quente sobre a tua espádua gelada
Recordar-se de um futuro que retomará o que passou
Estar com a alma fincada na lama do presente, hirta!
Esperar...Godot...
Esperar

Até que te encontres
No espelho esmigalhado de minha ausência.


de Luiz Fernando Gaffrée Thompson