A minha vida imita a minha arte

Espero que gostem
das nossas imitações
colocadas em palavras
virgulando, reticenciando
Nossos mergulhos
Nessa loucura chamada
Pensamento

Luciana Gaffrée

sábado, 31 de dezembro de 2011

Lobos callando/Lobos calando-se

Nada agita el incendio de la música salvo tus dedos



espera médula azul



espera tierra indócil



espera fósil de luna



espera, espera



estambre de reloj excesivo pozo.



Yo en mí soy pulpo con lágrimas tentáculo de puentes



glóbulo cruento, espada invertebrada, candado en la sombra



ábreme



Después están las manos amputando bosques



calle de mirarte desterrado insomne



párpados en el aire



mar en monosílabos



luz de tigres implacables



Yo en tí



no sobrevivo.



Anoche ví el tesoro confuso crecerse



el poderío de quien recién despierta de un suplicio desnudo



con toda la cara empapada de sangre



y busca entre los jirones de sueño



algun vegetal volador, un animal zigzagueante



la belleza en los volcanes oscuros



en los cuellos arropados por ritos universales



Todo el año he sentido frío



severa e implacable



agasajada por bailarinas descalzas de nieve



apenas lloviendo en hojarascas



Todo el año he visitado catedrales abandonadas



para ponerme de rodillas ante un cráneo informe, desconocido



temblando



la sinrazón aparente de toda cicatriz



lavando copas rebosantes de miel



lobos callando.



Todo el año me supe desplegado relámpago



habité mediodias



me consumí frutal



redactando el viaje indiferente de las cosas



Eso soy.



Un monologo de espantos.


de Laura Inés Martínez Coronel


Os tigres volteiam como borboletas estranhas, sarapintadas de traços negros e caramelo
as borboletas avançam, ferozes e famintas de sangue e, como pássaros de Hitchcock investem
lobos sonsos e fingindo serem mansos oferecem mel em caçamba...s de caminhões

eu, guloso, como os tigres alados
trepo com as borboletas em atos sado-masoquistas
mato os lobos de indisgestão de tanto mel enfiado por suas guelas abaixo!


de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Lugar

A la vera del Sí



hay un desierto

de adjetivos



donde el tiempo es ritmo



savia de los ojos



modo de escuchar



el aliento



con la punta de los dedos.



Alejandra Alma







de adjetivos de modo y tiempos sentidos

de eso se trata.....

tomados "con la punta de los dedos" porque son frágiles y distantes ..

con las manos generosamente abiertas porque son resistentes y cercanos ..



Vivian Rabinovich







Os adjetivos são melhores que os substantivos!

Moldam-se ao sujeito, são plurais...ou singulares! femininos ou...masculinos! Ah e podem vir antes...ou depois, pois dependem do gosto ou da necessidade do enunciador! Dão qualidades ou protegem da maldade!!!

Mas os substantivos, são tão estanques!!!



de Luiz Fernando Gaffrée Thomspon.







Aliento sin adjetivo /

con tiempo rítmico /

solo para presenciar... /

caricias del suave roce, /

y un látido en el medio del alma.



Cris Gimenez







en la memoria

del horizontel liquido

alli, donde la cronica y la sabia

se amarran en el pecho



... alli,donde el modo equivoco

suda desiertos

hallo en tus ojos el abrigo



tiritando entre cristales...



Marcelo Belingieri

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Poema Sinleté/ ("Poème Sinleté"), do poeta português/ du poète portugais Manoel de Freitas

Não vale a pena empurrar o discurso
até aos nulos e fulgurantes
limites da linguagem. Não vale a pena
nomear o vazio com palavras mais estéreis ainda.
Que pereça sozinho este mundo onde
por descuido regressámos a um corpo
e lhe ensinámos a ruína, os vários
rostos da morte.
[...]
Tudo existe mas nada é real,
nem sequer o vazio. Digamos adeus
à alma que se nos nega
como uma salsicha sem lata,
deixando o poema esquecido
a um canto de si, liquefeito e atroz.

De nosso só temos a morte,
o que não vale a pena sabermos


Ça ne vaut pas la peine de pousser le discours
jusqu´aux nulles et flamboyantes
limites du langage. Ça ne vaut pas la peine de
nommer le vide avec des mots plus stériles encore.
Qu´il périsse tout seul ce monde où
par mégarde on revient à un corps
et où on lui enseigne la ruine, tous
les visages de la mort.
[...]
tout existe mais rien n´est réel,
même pas vide. Disons adieu
à l´âme qui nous évite
comme à une saucisse sans boîte,
laissons le poème oublié
dans son coin à lui, liquéfié et atroce.

A nous, il ne reste que la mort,
ce qu´il vaut de pas savoir

Tradução para o francês/ Traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.

Centro Comercial ("Centre Comercial"), do poeta português/ du poète portugais de Manoel de Freitas

Agora a morte é diferente,
facilitaram-nos o desespero, a angústia
tem já ar condicionado. Em vez
dos bancos de jardim, por certo demasiado
rudes, temos enfim lugares amplos
onde apodrecer a miséria simples do corpo.

Que incalculável felicidade a de percorrer
galerias de nada tresandando a limpeza
e segurança. Aí se abandonam jovens
rebanhos sentados sorrindo ao
vazio palpável, ou ferozmente no meio
dele. Revezam-se – mas quase diríamos
que os mesmos ainda, exaustos
de contentamento. Demos pois as boas – vindas a
esses
heróis do betão consagrado. Só eles nos fazem
acreditar no advento do romantismo cibernético.

É doce a merda que nos sepulta
e o cancro que um dia destes nos matará
há-se de ser muito limpo, quase ecológico.


Maintenant, la mort est différente,
on nous a facilité le désespoir, l´angoisse
il y a déjà la clime. Au lieu
des bancs de jardin, évidemment trop
rudes, on a enfin de vastes endroits
où faire pourir la msère simple du corps

Quel bonheur que de parcourir,
des galleries de rien puant la propreté
et la sécurité. On y abandonne de jeunes
toupeaux assis souriant dans le
vide touchable, ou férocement dans
son milieu. Ils se relaient - mais nous dirions presque
que c´est les mêmes, épuisés
de satisfaction. Nous avons souhaité, donc la bien - venue à
ces
héros du béton consacré. Rien qu´eux nous font
croire à l´avènement du romantique cybernétique.

Elle est douce la merde qui nous ensevelit
et le cancre qu´un jour nous tuera
il faut être très propre, presque écologique.

Tradução para o francês/ Traduction en trançais de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.

Montras/ Vitrines, do poeta português/ du poète portugais Carlos Bessa.

Folheiam o jornal e nada acontece,
o cabelo dele continua preto, o dela,
louro alvo, pintado, com nuances.
A cerveja, de horas, está morta, azeda.
Juntos reparam nas saídas e entradas,
com um olhar que se torna insistente
se entra alguém que é, pela aparência,
urbano. […]
[…] Há gestos que são tudo, tréguas,
desejos, perguntas. Por isso fala do
novo apartamento. Ela sublinha,
vagarosa, o número da porta e
o nome da rua. Momentos depois, o
do andar. Um telemóvel começa a
tocar e impressiona o excesso
de solidão com que todos se sentem
o centro das atenções. A loura abre
ostensivamente o jornal na página
dos anúncios. Sabe que quando o jogo
chegar ao fim regressarão as montras,
a procura desenfreada, o mesmo
vazio de sempre


On jette un coup d´oeil sur le journal et rien n´arrive,
ses cheveux sont toujours noirs, les siens,
blonds platinés, teints, avec des mèches.
La bière, ça fait des heures, est morte, amère.
Ensemble ils font attention aux entrées et aux sorties,
avec un regard qui devient insistant
si quelqu´un entre qui est, par l´apparence
urbain. [...]
[...] Il y a des gestes qui sont tout, des trèves,
des envies, des questions. Pour ça elle parle du
nouvel appartement. Elle souligne,
lente, le numéro de la porte et
le nom de la rue. Quelques instants après,
celui de l´étage. Un portable se met à
sonner et impressionne le trop
de solitude avec laquelle tous se sentent
le centre des attentions. La blonde ouvre
ostensiblement le journal à la page
des petites annonces. Elle sait que quand le jeu
sera fini, ils reviendront aux vitrines
à la recherche effenée, le même vide de toujours

Versão para o francês/ Version en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.

China Doll, de Rui Pires Cabral

Eu ia na passadeira com um propósito mas

a gravata de um homem atirou-me para o coração
do abismo. Uma insuspeitada gravata de seda
com pintas discretas, o catalizador

da vertigem. Aquilo que o vento levantava
na avenida era uma espécie
de música, um barulho de sinos remoto

e descompassado, viam-se algumas flores
a entrar na boca do esgoto como se fosse ali
a casa delas. E sem deixar eco qualquer coisa ruía

nas fachadas, o próprio oxigénio era nesse instante
como uma língua estrangeira. Eu sentia na garganta os tambores
do sangue e os prédios enfadonhos pulsavam
na taquicardia, caíam em desamparo

para a cova do meu peito. Do outro lado da rua
um sinal de trânsito foi a minha âncora.


J´allais sur le tapis avec un but mais

la cravate d´un homme m´a jeté vers le coeur
de l´abîme. Une insoupçonnée cravate de soie
aux pois discrets, le catalisateur

du vertige. Ce que le vent poussait
dans l´avenue était une espèce
de musique, un bruit de cloche lointain

et déréglé, on voyait queques fleurs
qui entraient dans la bouche des égouts comme si c´était là
leur maison. Et sans laisser d´écho quelque chose s´écroulait

sur les façades, même l´oxigène était en ce moment
comme une langue étrangére. Je sentais à la gorge des tambours
du sang et les immeubles ennuyeux battaient
leur tachycardie, ils tombaient en abandon

vers le caveau de ma poitrine. De l´autre côté de la rue
un feu rouge a été mon ancre.

Tradução para o francês/ traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson

p.24. de Rui Pires Cabral

Uma casa foi inventada para sustentar o espaço
sobre aquela praça, obrigava aos caminhos que tomavas,
trazia a claridade em todas as hastes. Por quem esperavas
se a paisagem estava vazia?
[…]
[…] Tu contavas quantos obstáculos os dias traziam
à terra, eram pequenas armadilhas para os teus movimentos.
E desde o primeiro, todos os corpos ganharam a sua distância
como barcos a que não podias dar sentido.

Une maison a été inventée pour soutenir l´espace
sur cette place-là, elle obligeait aux chemins que tu prenais,
elle apportait la clarté sur toutes les tiges. Qui attendais-tu
si le paysage était vide?
[...]
[...] Tu comptais combien d´obstacles les journées apportaient
à la terre, c´étaient de petits pièges pour tes mouvements.
Et depuis le premier, tous les corps ont gagné ta distance
comme des bateaux auxquels tu ne pouvais pas donner de sens.

Tradução para o francês/ traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.

Fora do Lugar/Déplacé, do/du poeta/poète português/portugais Rui Pires Cabral.

A dor é uma desordem inimiga
das palavras com o silêncio todo fora
do lugar. Saberemos tomar um caminho
por essa floresta escura? Poderemos
sequer recuperar a pequena bússola partida,
a caneta e o papel, as nossas certezas
de trazer no bolso?

Não nos avisaram contra o medo,
não nos disseram que pode chegar
a qualquer hora, deslealmente,
enquanto o sol dorme na paisagem e as ervas
se levantam para receber o Verão. E agora
que nos perdemos quase, sem mapa ou sentido
que nos sirva, o nosso único guia é o amor
dos que nos esperam numa sala branca
onde o chão nos falta e não há estações


La douleur est un désordre ennemi
des mots avec le silence tout en
dehors. On saura prendre un chemin
par cette forêt sombre? On ne pourra
même pas récupérer la petite boussole brisée,
le stylo et le papier, nos certitudes
d´en apporter dans la poche?

On ne nous a pas averti contre la peur,
on ne nous a pas dit qu´elle peut arriver
à n´importe quelle heure, déloyalement,
pendant que le soleil dort dans le paysage et les herbes
se lèvent pour recevoir l´Eté. Et maintenant
qu´on s´est égaré presque, sans carte ou sens
qui nous serve, notre dernier guide est l´amour
de ceux qui nous attendent dans une salle blanche
où le sol ne nous échappe pas et où il n´y a pas de gare

Tradução para o francês/ traduction en français de
Luiz Fernando Gaffrée Thompson.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Street lights (Trem da hora) (de Luciana Gaffrée)

Vivendo qualquermente
A garota solitária
Pega um qualquer trem
meianoitemente

Meianoitemente atrasado
O garoto ocupado
Perdeu um qualquermente
Trem da hora 

Calças justas
Janelas embaçadas
Olhos abertíssimos
Sonhavamente

Estranhos 
Estranhamente
Extrañan
Nossas
Mentes

Ela a garota procura 
Na noite escura
Ele o garoto descuida
Nas Luzes da rua

(She) se esconde na noite
(He) acha emoções
(Ele) street lights 
(Ela) shadows

Não pegaram o mesmo trem
Duramente trabalhando 
Caminhos rolam
Dadaísticamente

"Some will win, some will lose
Some were born to sing the blues"

Filmes de amor clássicos
Necessariamente
Nunca acabam

Bem.. Bem.. Bem...

Oh... Oh... Oh...

de Luciana Gaffrée



Train... Train... Train...

Journey -  Dont Stop believing
http://www.youtube.com/watch?v=eq5eF0DIZfU&feature=context&context=G22df44cRVAAAAAAAAAA


sábado, 17 de dezembro de 2011

Um Coração Marinho (Un Coeur Marin) do poeta português/du poète portugais João Fernandes Macedo Jorge

Vivemos sobre a terra. Apresento-te
a nossa casa, os nomes que damos às coisas,
as honras que nos são destinadas,
este corpo de sangue e nervos.

Sobre ele que julgamos vivo
dizes minha razão. A da vida
e a de outras coisas que se percebem.

Os barcos retomam lentos seu lugar
em volta de um coração marinho.
Como se morre aqui


On vit sur la terre. Je me présente
notre maison, le nom qu´on donne aux choses,
les honneurs qui nous sont destinés,
ce sang de corps et de nerfs.

Sur lui qu´on juge vivant
tu dis ma raison. Celle de la vie
et celle des autres choses qu´on apperçoit.

Les bâteaux reviennent lents à leur place
autour d´un coeur marin.
Comment meurt-on ici?


Tradução para o francês/traduction en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Caracol Emergente.

El dolor inacabable gutural frío de máscaras



he salido con los ojos manantial sangriento de la gata



ella padece ajena el dolor matinal de la hojarasca



salvajemente desnuda, muro de barro perdido



al descuido del volcán y las palabras.



He quedado donde la llama enceguecida



desterrada de la sustancia inanimada de la lámina



tenía lamentos detenidos entre orugas



el vientre desatado y las entrañas amargas



mientras llovía sobre la mañana



Imploré de la catástrofe su navío descalzo



navegante de espuma, trigo arrecife en estrecha enramada



bronce de bruces y calor incesante



Imploré por la herida tropical del veneno



mientras caian manos desprendidas del aire.



El mundo dispararon contra mí



la confusa carretera enmarañada



la orfandad peligrosa con sus copas delgadas



el escombro metálico de los hombres rasgados.



Me detuve y ardían los cerezos abiertos



una mujer temblaba.



Multiplicaban sombras entre cántaros de piel



araban desafiantes esqueletos y espinas



nadie daba la frente resbalosa y sembrada



para ser los recuerdos mas vivos de la trama.



Cedí el paso al caracol emergente, estupefacto



el sótano desaparecía con los niños apurados



estaba la habitación con tigres iluminados



precipitando luna sobre cartones manzana.



Llueve



pero nadie ha dicho nada.



de Laura Inés Martínez Coronel


Do caracol emergem jatos de sangue luminosos como fogos de artifício

seguindo à risca os lampejos das cavidades arredondadas

do casulo de pedra da lesma


semre igual a ela mesma


tranquila!


de Luiz Feranando Gaffrée Thompson

sábado, 10 de dezembro de 2011

Napoléon lll et l´Amérique Latine

Napoleão III aproveitou-se deste termo criado por um chileno para fundar a ideia de uma panlatinidade, onde a França, país latino e católico por excelência, pudesse ter maior proximidade et consequente influência sobre os países latinos/católicos das Amérias.

Le concept d’une Amérique catholique et latine s’opposant à une Amérique anglo-saxonne et protestante a été repris par l’entourage de Napoléon III[3]. En 1861, c’est au nom de la défense de ces pays « latins », considérés comme culturellement proche de la France, que l’empereur envoie une expédition au Mexique[5] dans un contexte de panlatinisme[6].

Le développement de l'expression « Amérique latine » est donc lié aux visées coloniales de Napoléon III dans cette région, aux alentours de 1860, lors de l'aventure mexicaine. C'est le Français Michel Chevalier qui mit alors en avant un concept de « panlatinité » destiné à promouvoir les ambitions françaises en opposant les régions de langue latine (espagnol, portugais, et français) dans les Amériques, aux régions de langue anglaise.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Les femmes dans les pays latins.

Affaire DSK : « Dans les pays latins, le pouvoir politique va de pair avec la domination des femmes »
famillechretienne.fr
20/05/2011
Par Benjamin Coste
11 commentaires
Alors que Dominique Strauss-Kahn, mis en examen le 19 mai par la justice américaine, a été remis en liberté sous haute surveillance dans l’attente de son procès, Dominique Folscheid, professeur de philosophie à l’université Paris-Est, livre son analyse sur cette affaire. Auteur de Sexe mécanique, la crise de la sexualité contemporaine, il revient sur l’émoi planétaire qu’a suscité l’emprisonnement du patron du FMI.


© LUDOVIC - REA

Sommaire
DSK, embryon : toutes les transgressions…
Le dessin d’Ixène : le festival de Strauss-Kahn
Des cantonales à la présidentielle, remettre la laïcité à l’endroit
Collectif féministe contre le viol
Sexe mécanique – La crise contemporaine de la sexualité
L’impact de l’affaire DSK : retour au réel ?
« L’affaire DSK a réveillé notre inconscient collectif malade »
Sur le même sujet
Le dessin d’Ixène : le festival de Strauss-Kahn
Le dessin d’Ixène : Obama lance l’après Ben Laden
DSK, embryon : toutes les transgressions…
Violences conjugales : accepter d'être accompagné
Mots clés
justicepersonnages politiquesviolenceÉtats-UnispolitiquefemmeadultèreEn tant que philosophe, comment avez-vous réagi à l’annonce des accusations qui pèsent sur Dominique Strauss-Kahn ?

Je me suis dit que nous assistions à une tragédie de l’époque moderne. Une affaire de destin, accompagnée d’une série de hasards qui frappent en plein vol – et juste avant son envol – un homme porté au pinacle, en route pour, au vu des sondages, un couronnement en France.

D’un instant à l’autre, Dominique Strauss-Kahn s’est retrouvé extirpé de son avion, envoyé dans un cul de basse-fosse, troquant la Porsche pour une voiture de police et son costume de patron du FMI pour la tenue bleue réglementaire de prisonnier américain. Le contexte mêlant pouvoir et sexe m’a fait penser au poème de Shakespeare Le Viol de Lucrèce.

C'est aussi une tragédie pour la présumée victime qui, d’après ce que l’on sait, se trouvait là par hasard.

Si les faits s’étaient produits en France, cette histoire aurait certainement pris un tour encore plus dramatique. J’imagine les réactions si un homme politique français avait commis les mêmes actes dans un hôtel parisien… Imaginez, un homme de gauche, candidat du Parti socialiste, s’en prenant à une immigrée, noire, veuve, mère célibataire, musulmane…

Est-ce que le philosophe que vous êtes comprend cette sidération du grand public devant ce qui est reproché à Dominique Strauss-Kahn ?

Le terme de sidération, que l’on a beaucoup entendu et qui exprime une surprise que l’on ne peut mettre en mots, évoque une nouvelle fois la tragédie, puisque l’étymologie latine renvoie aux astres qui décident des destinées.

Nous voilà face à un personnage emporté comme un fétu de paille dans une machine à broyer au sein de laquelle il n’y a pas d’issue possible. Alors que nous évoluons dans une société où tout est habituellement sous contrôle, nous sommes confrontés à des forces telluriques, à une sorte de tsunami où la liberté n’a plus cours.

Dans le cas de Dominique Strauss-Kahn, si sa culpabilité est avérée, nous nous trouvons face à un comportement pulsionnel, irrésistible. Je pense à ce vers tiré d’Andromaque : « Je me livre en aveugle au destin qui m’entraîne ».

Dans quelle mesure les citoyens français sont en droit d’attendre une certaine exemplarité d’un homme politique et, encore plus, d’un chef d’État ?

Il existe des traditions politiques extrêmement différentes. Dans les pays anglo-saxons ou scandinaves, il n’est pas envisageable de séparer vie publique et vie privée. Qui agit de telle sorte dans sa vie privée en fera autant dans sa vie publique. L’adultère est mal vu dans ces pays.

Les pays latins, eux, s’appuient sur une tradition différente, voire opposée. En Italie, les affaires autour de Silvio Berlusconi sont abordées à la rigolade. En France, Henri IV, Louis XIV ou Louis XV ont beaucoup œuvré en matière de séduction. Et cela apparaissait dans l’imaginaire politique de nos pays latins comme quelque chose allant de soi. Le pouvoir politique va avec le pouvoir sur les femmes. C’est même souvent une sorte de garantie. Un homme qui n’aurait pas de pouvoir sur les femmes serait suspect. P’tit Gibus, dans La Guerre des boutons, ne dit-il pas : « Le chef, c’est celui qui a le plus long zizi » ? La longueur du sexe est l’emblème du pouvoir sous toutes ses formes. Chez les hommes politiques, le jeu vaut dans les deux sens : on a le pouvoir, donc on a les femmes ; et les femmes – certaines tout du moins – sont attirées par les hommes qui ont le pouvoir.

Les deux façons, anglo-saxonne d’un côté et latine de l’autre, d’envisager le rapport entre vie privée et vie publique constituent selon moi des excès. Il y a un minimum à respecter, une ligne rouge à ne pas dépasser. Il semble que Dominique Strauss-Kahn ait longtemps oscillé entre ligne jaune et ligne rouge, et on peut craindre qu’il ait cette fois franchi la limite. Dans ce cas, notre position latine n’est plus tenable. Un roi « chaud lapin » comme Henri IV pouvait être aimé de ses sujets ; mais un président violeur, ce n’est pas tolérable.

Le fait qu’un candidat à la présidence française soit supposé fréquenter un célèbre club échangiste de la capitale pose également problème. Cela implique que les personnes humaines sont substituables, indifférentes, et que l’on peut passer de l’une à l’autre et en faire des objets de jouissance que l’on délaisse ensuite.

Mais la politique fait avec la nature humaine, telle qu’elle est, et non pas telle qu’elle devrait être. Si la morale devait diriger la politique comme le prônait en leur temps Saint-Just ou Robespierre, nous nous dirigerions vers une nouvelle Terreur !

L’anthropologie chrétienne n’a-t-elle pas quelque chose à dire sur ces questions ?

Le christianisme a plusieurs choses à dire. La première est qu’en matière de politique il distingue Dieu et César. César n’est pas Dieu et inversement, excluant ainsi la notion de théocratie. Le moralisme, qui voudrait que la vie politique soit soumise à une transparence totale, à un régime de vertu obligatoire, est également écarté par le christianisme. En effet, la logique du christianisme est de considérer que les hommes sont pécheurs et qu’il faut la miséricorde de Dieu pour qu’ils puissent se relever.

Bien que l’on veuille nous présenter le christianisme comme dépassé et défendu par des papes « pères la vertu », il est en réalité beaucoup plus proche de l’humanité telle qu’elle est. La sainteté est proposée aux hommes, mais l’Église a tout à fait conscience que les hommes ne sont pas des saints.

Ceci dit, dans le christianisme, il n’est pas question que des humains servent d’objet de consommation et de jouissance pour d’autres. Le corps étant le temple de l’Esprit, il ne peut être instrumentalisé par autrui.

Le chrétien doit ainsi être beaucoup moins tenté par l’idolâtrie dont sont l’objet aujourd’hui les personnalités médiatiques. Dieu est un chasseur d’idoles. Si Dieu n’est plus perçu comme Dieu, un futur président de la République peut apparaître comme un sauveur. L’engouement suscité par la candidature de Dominique Strauss-Kahn était en cela déjà inquiétante.

Dans un de mes livres, je parle d’un « nouvel Olympe » peuplé de divinités de la chanson, de « tops » de toute nature auxquels est désormais voué un culte. Pour effacer le visage du Sauveur, nous avons multiplié des petits sauveurs, dont font partie les hommes politiques

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

6.12

tropos que liberan

notas de jazmín

construyen las formas



curvan las guitarras

tejiendo su sexo



saben a futuro

pétalos de un son



con aroma múltiple.



Alejandra alma



‎...aroma de jasmins

som de violões

tecido de pétalas:


curvas, formas do sexo!


Luiz Fernando Gaffrée Thompson

domingo, 4 de dezembro de 2011

"Nos finais do verão"/" Les fins de l´été" de Ruy Belo

“Nos finais do verão”:

[…] dou por isso exactamente no fim do mês/ ao levantar os olhos da máquina de escrever e procurar em vão o sol prestes a pôr-se / no estreito intervalo de duas casas à beira-mar onde antes o via / e além disso a passagem do tempo será também visível por exemplo / na altura da pilha dos jornais acumulados a um canto do quarto / no progressivo desgaste do enorme sabonete que dia a dia utilizei / para lavar distraidamente as mãos as diversas vezes que as lavei / Alguma coisa passou para sempre passou irremediavelmente para sempre / alguma coisa que não será principalmente isso mas será também isso / alguns rostos pousados no verão de linhas suaves como certos sulcos na areia / […] Que é feito daqueles rostos de verão / daquelas silhuetas ao pôr-do-sol interpostas por vezes entre a luz e o livro que lia / a que profundidade se encontram agora determinados passos / ainda não há muito indubitavelmente impressos na areia do verão / perguntarei na falta de outras pessoas talvez ao mar esse mar que mora / sempre aqui e não vai para longe com o verão. Ficarei à escuta procurarei distinguir no marulho do mar qualquer esboço de resposta / olharei os contrastes da luz incidindo na superfície do mar / Sei que é em vão que tudo será decerto em vão e que mais uma vez / assisti sem remédio de braços caídos à implacável destruição do verão / […] (“Nos finais do verão” in 2000, p. 34-35)


"Les fins de l´été"

[...] je m´en apperçois exactement à la fin du mois/ quand je lève les yeux de la machie à écrire et je cherche en vain le solei presque au coucher/ dans l´espace étroint d´entre deux maisons au bord de la mer, où avant je le voyais/ et en plus à la hauteur de la pile de journaux entassés à un coin de la chambre/ au progrès de l´usure provoquée par l´utilisation cotidienne de l´énorme savon/ pour me laver le mains toutes le fois que je me les suis lavées/ Quelque chose a fini, sans pitié a fini pour toujours/ quelque chose qui ne sera surtou pas ça mais qui sera aussi ça/ quelques visages posés sur l´été de lignes suaves comme les sillons sur le sable/ [...] Que sont-ils devenus les visages de l´été/ ces silhouettes au coucher de soleil interposées des fois entre la lumière et le livre que je lisais/ quelle est la profondeur actuelle de certais pas/ il n´y en a plus beaucoup empreints sur le sable/ je demanderai faute d´autres personnes peut-être à la mer cette mer qui habite/ toujours là et ne s´en va pas au loin avec l´été. Je resterai à l´écoute je chercherai à distinguer au clapotis de la mer n´importe quel signe de réponse/ je regarderai les contrastes de la lumière tappant sur la surface de la mer/ Je sais que c´est en vain que tout sera sûrement en vain et qu´encore une fois/ j´assisterai impuissant à l´inexorable destruction de l´été/ [...] "Les fins d´été" in 2000.

Versão para o francês/version en français
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Apperçu (pas scientifique!) des différences de prononciation et d´ortographe entre le portugais du Brésil et celui du Portugal.

Non, Lisa Betinha, là, pour "Alexandra", c´est "ch" aussi, comme au Portugal. Notre "tch", c´est quand il y a "ti" et "di" et à la fin des mots où il y un "e" muet que les Portugais prononcent comme comme en français: un "a" sourd et nous un "i" sourd. Exemples: "diferente" au Portugal c´est "diferent"a petit a", comme en français, pour nous (ça depend aussi de la région, mais en gros c´est ça), c´est djiferentch"i petit i". Titia ("tata", en français, la tante) pour nous c´est tchitchia, dia (jour), pour nous, c´est djia, Catete, un quartier do Rio c´est Catetch "i" "petit i" . Nos rr aussi sont différents, mais aussi selon la région, "rr", "r" en début de mot ou avant consonne sont guturaux (de gorge) comme en français, ex Rio, carro, Carlos, mais les autres sont roulés, tandis qu´au Portugal ceux qu´on fait guturaux sont doublement roulés (pas partout non plus, il y a des Portugais qui font aussi les "rr" de gorge et les autre sont pareils, L´ortographe est la même, mais il y a de petites différences permises selon la prononciation, comme Antônio au Brésil et António au Portugal, ou "louro" (blond) dans la partie Nord du Brésil et "loiro", dans la partie Sud du Brésil. Les accords d´ortographe sont toujours singnés par l Academia Brasileira de Letras et l´Academia de Ciências de Lisboa. Après les indéndances des ex-colonies portugaises, évidemment les 8 pays de la communauté lusophne doivent signer tout accord de changement de la langue. Il est intéressant de remarquer que le dictionnaire de langue portugaise le plus reconnu dans l´espace lusophone, y cpmpris le Portugal, est brésiliien, c´est celui de Aurélio Buarque de Holanda.