Um fato consumado
Um silêncio emprestado
Um sono sem testemunhas
Um desejo mal-passado
de Luciana Gaffrée
Un fait prenant
Un silence méchant
Un sommeil dérangeant
Un désir saignant
Versão de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Um fato mal-passado
Um desejo emprestado
Um silêncio sem testemunhas
Um sono consumado
de Julio Pereira
Um fato consumado
Um silêncio emprestado
Um sonho sem testemunhas
Um desejo mal-passado
UM SILÊNCIO CONSUMADO
UM DESEJO EMPRESTADO
UM SONHO SEM TESTEMUNHAS
UM CONSUMADO EM SONHADO
de Zulema Solla Pérez
UM FATO DO SONHO
UM SONHO SEM TESTEMUNHAS
UM SILÊNCIO CONSUMADO
UM DESEJO EMPRESTADO
de Zulema Solla Pérez para María Vidal
"UM SILÊNCIO MAL PASSADO
UM DESEJO SEM TESTEMUNHAS
UM FATO EMPRESTADO
UM SONO CONSUMADO"
de Tatiana Lapenne
"un silencio culminado;
un deseo intestiguado;
un hecho alcanzado;
un sueño realizado"
UM FATO ENSONHADO
Un silencio terminado;
un deseo culminado;
un sueño intestiguado;
un ensueño realizado.
Un hecho soñado;
un sueño intestiguado;
un silencio culminado;
un deseo acabado
de Zulema Solla Pérez
Aqui encontrarão contos, poesias e reflexões de vários amigos e/ou poetas amorosos, amigos e queridos, de várias partes do mundo, em um trabalho muitas vezes inconcluso. Esperamos que gostem. Luciana Gaffrée; Luiz Fernando Gaffrée Thompson materportugues@gmail.com
A minha vida imita a minha arte
Espero que gostem
das nossas imitações
colocadas em palavras
virgulando, reticenciando
Nossos mergulhos
Nessa loucura chamada
Pensamento
Luciana Gaffrée
sexta-feira, 26 de março de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010
A tempestade do besouro
A mente é una Mentecapta
Que no-capta
Ou melhor: Mente-cápita
Mentecata
A mente pensa que pensa
A mente é o nada
Drogado naturalmente
E no seu orgânico mundo
Químico-virtual
Ela presa em sua caveira
Mente como Ariel
Desejosa de ser
Calibã
Pero su DNA no le programó para eso
De Luciana Gaffrée
Que no-capta
Ou melhor: Mente-cápita
Mentecata
A mente pensa que pensa
A mente é o nada
Drogado naturalmente
E no seu orgânico mundo
Químico-virtual
Ela presa em sua caveira
Mente como Ariel
Desejosa de ser
Calibã
Pero su DNA no le programó para eso
De Luciana Gaffrée
sexta-feira, 19 de março de 2010
A multiplicação dos pontos
Dá o ponto homem
Dá no ponto mulher
Põe um ponto homem
Dê-lhe um ponto mulher
São tão
Ponteiros
Pontiagudos
Pontilhados
Pontuados
Pontificados
Ponto a ponto
Encontrei um ponto comum
O ponto de sinuca
Cheguei ao ponto
Era um ponto cruz
Perdi o ponto
O ponto certo
Tava no ponto
No ponto de encontro
Prenderam o ponto
O ponto de luz
Roubaram o meu ponto
O ponto de fuga
Não ouvi o ponto
O ponto de equilíbrio
Acho que está no ponto
O ponto g
Eis o ponto final
O ponto frio
Cadê o ponto de convergência
Meu Deus!!!!!
De Luciana Gaffrée
Pontilhado por Julio Pereira
La multiplication des points
Donne un point - homme
Donne sur le point - femme
Mets un point - homme
Donne-lui un point - femme
Tant de
Pointes
Pointues
Pointillées
Ponctuées
Ponctuelles
Je cherche le point
J´ai rencontré un point commun
Le point de chutte
Arrivé au point,
Un point brodé,
Ah, j´ai manqué le point!
Le bon point,
J´ai vendu, le point
Mon point de fuite
J´ai pas entendu le point,
Le point de repère
Enfin le point!
Le point que chavire
C´est le point final
Le point froid
OÚ est le point de convergence?
Il esta désapointé!
On fait le point?!
Je change le dernier point
Parce que ce poème
N´est pas encore à point
(Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson)
Dá no ponto mulher
Põe um ponto homem
Dê-lhe um ponto mulher
São tão
Ponteiros
Pontiagudos
Pontilhados
Pontuados
Pontificados
Ponto a ponto
Encontrei um ponto comum
O ponto de sinuca
Cheguei ao ponto
Era um ponto cruz
Perdi o ponto
O ponto certo
Tava no ponto
No ponto de encontro
Prenderam o ponto
O ponto de luz
Roubaram o meu ponto
O ponto de fuga
Não ouvi o ponto
O ponto de equilíbrio
Acho que está no ponto
O ponto g
Eis o ponto final
O ponto frio
Cadê o ponto de convergência
Meu Deus!!!!!
De Luciana Gaffrée
Pontilhado por Julio Pereira
La multiplication des points
Donne un point - homme
Donne sur le point - femme
Mets un point - homme
Donne-lui un point - femme
Tant de
Pointes
Pointues
Pointillées
Ponctuées
Ponctuelles
Je cherche le point
J´ai rencontré un point commun
Le point de chutte
Arrivé au point,
Un point brodé,
Ah, j´ai manqué le point!
Le bon point,
J´ai vendu, le point
Mon point de fuite
J´ai pas entendu le point,
Le point de repère
Enfin le point!
Le point que chavire
C´est le point final
Le point froid
OÚ est le point de convergence?
Il esta désapointé!
On fait le point?!
Je change le dernier point
Parce que ce poème
N´est pas encore à point
(Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson)
terça-feira, 16 de março de 2010
LIBER-Cárcer
Estoy determinada
A no determinarme
Pero en que lengua
Lo determino?
Observo in-traducción-off
Que hay que libertarse
De todo y cualquier
Sistema Linguístico
Conspiratoriamente
La Formación de la Lengua Nación
Ningunea la anarquía
Y humilla a los que comenten
Errores de ortografía
Pese a eso
Sigo determinada
A no determinarme
Solo no consigo
Desprenderme
Del hecho
Que para pensarme
Me pienso
En una lengua
Predeterminada
De Luciana Gaffrée
A no determinarme
Pero en que lengua
Lo determino?
Observo in-traducción-off
Que hay que libertarse
De todo y cualquier
Sistema Linguístico
Conspiratoriamente
La Formación de la Lengua Nación
Ningunea la anarquía
Y humilla a los que comenten
Errores de ortografía
Pese a eso
Sigo determinada
A no determinarme
Solo no consigo
Desprenderme
Del hecho
Que para pensarme
Me pienso
En una lengua
Predeterminada
De Luciana Gaffrée
sexta-feira, 12 de março de 2010
Confissões de uma Enlouquecida
Dentro dela tem:
Migranha
Ira de tucumã
Guatemala
Saco de pancada
Deus e o Diabo na terra do sol
Fé forte em dia de turbulência
Jesus Cristo em aeroporto
E.... um Qorpo quase Santo
... Coma o Cavalo mas deixe a Rainha
De Luciana Gaffrée
Confessions d´une folle
Dans sa tête il y a
Migranha et migraine
Haine de Tucuman
Guatemala
Receptacle à coups de poing
Dieu et le diable dans le pays du soleil
Beaucoup de foi en Saint Pierre, malgré son sommeil
Jésus Christ dans un aéroport
Et un Qorps
Presque saint
...avale la reine mais laisse le cheval.
( versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson)
Migranha
Ira de tucumã
Guatemala
Saco de pancada
Deus e o Diabo na terra do sol
Fé forte em dia de turbulência
Jesus Cristo em aeroporto
E.... um Qorpo quase Santo
... Coma o Cavalo mas deixe a Rainha
De Luciana Gaffrée
Confessions d´une folle
Dans sa tête il y a
Migranha et migraine
Haine de Tucuman
Guatemala
Receptacle à coups de poing
Dieu et le diable dans le pays du soleil
Beaucoup de foi en Saint Pierre, malgré son sommeil
Jésus Christ dans un aéroport
Et un Qorps
Presque saint
...avale la reine mais laisse le cheval.
( versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson)
quarta-feira, 10 de março de 2010
A Esposa atual de Sócrates
Engulo o convívio
Envergonho o argumento
Torturo o impulso
Mato a palavra
Olfateio o silêncio
Desconfio da pausa
Me orgulho dos filhos
Invejo patrimônios
Anseio beleza
Aprisiono marido
Descuido da água
Cultivo vitrines
Me humanizo ligando a tevê
Lipoaspiro meu cérebro
Sou ecologicamente sexy
Siliconei a filosofia
Marketinei a fé
Depilei a história
Pari
Opção política: VISA internacional
de Luciana Gaffrée
L´épouse actuelle de Socrates
J´avale la convivialité
Je vexal´argument
je tortur le y aller
Je tue la mort
Je sens le silence
Je me méfie de l´arrêt
Je suis fière de ms enfants
Je suis jalouse des investissements
La beauté me fait envie
J´attache mon mari
Je m´fous de l´eau
Je fais pousser des vitrines
Je m´humanise regardant la télé
Je fais faire l´hypossuction de mon cerveau
Je suis éclologiquement sexy
J´inflige du silicone à ma philosophie
Je fais le marketing de la foi
J´ai épílé l´histoire
J´ai mis bas
Option politigue: VISA internationnal
Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Envergonho o argumento
Torturo o impulso
Mato a palavra
Olfateio o silêncio
Desconfio da pausa
Me orgulho dos filhos
Invejo patrimônios
Anseio beleza
Aprisiono marido
Descuido da água
Cultivo vitrines
Me humanizo ligando a tevê
Lipoaspiro meu cérebro
Sou ecologicamente sexy
Siliconei a filosofia
Marketinei a fé
Depilei a história
Pari
Opção política: VISA internacional
de Luciana Gaffrée
L´épouse actuelle de Socrates
J´avale la convivialité
Je vexal´argument
je tortur le y aller
Je tue la mort
Je sens le silence
Je me méfie de l´arrêt
Je suis fière de ms enfants
Je suis jalouse des investissements
La beauté me fait envie
J´attache mon mari
Je m´fous de l´eau
Je fais pousser des vitrines
Je m´humanise regardant la télé
Je fais faire l´hypossuction de mon cerveau
Je suis éclologiquement sexy
J´inflige du silicone à ma philosophie
Je fais le marketing de la foi
J´ai épílé l´histoire
J´ai mis bas
Option politigue: VISA internationnal
Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson
domingo, 7 de março de 2010
A dialética da existência
Se você vive cada minuto da sua vida como se fosse o último, a sua existência fica insustentável, já que será tão intensa, que a morte lhe será impensável. O passado pesará tanto, que envelhecer será torturante de se ver, porque pesará demais despedir-se do que você foi "ayer"
Se você vive a vida de uma forma mediocremente aceitável ou previsível, quem sabe uma "quase" boa vida ou até mesmo uma "quase podia ser pior", o passado, isto é, o momento que já passou vira uma benção de Deus, já que será um alívio, virou passado, Graças a Deus!!!!
De tão insuportável que foi para o segundo, melhor nem pensar e desnecessário da vida se despedir. A Morte é a amiga que vem lhe dar a paz esperada.
Já para o primeiro, de tão grosso o livro da vida por tão tamanha memória, que encontrar com a Morte é o mesmo que despedir-se do paraíso e começar o seu inferno.
E assim o morto-vivo que antes era vivo-morto nem percebe a diferença enquanto o outro, arrasta-se nas células mortas do carcoma que é o seu futuro em formato presente.
Vou piscar os olhos e cuspir essa água morna, quero dizer, morta.
De Luciana Gaffrée
"La dialectique de l´existence
Si tu vis chaque minute de ta vie comme si c´était la dernière, l´existence reste insoutenable, puisqu´elle sera si intense
que la mort lui sera insupportable. Le passé lui sera tellement
lourd que vieillir deviendra de la torture insupportalbe á supporter, parce que ce fera trop mal de faire ses adieux à ce que tu as été "ayer"
Si tu vis la vie d´une manière médiocre, acceptable ou prévisible, peut-être, une "presque" vie comme il faut ou peut-être même une "ça aurait été être pire", le passé, c`est-à dire", le moment passé, deviendra une bénédiction de Dieu, puisque ce sera un soulagement... c´est du passé! Dieu merci!
Si elle a été si insupportbale pour le second, il vaut mieux de ne pas y penser et c´est pas la peine de faire ses adieux à la vie. La mort est l´amie qui vient te donner la paix espérée
Pour le premier, le livre de la vie si épais à cause de tant de mémoire, trouver la mort lui sera comme s´en aller du paradis et commencer son enfer. Et ainsi le mort-vivant qui avant était vivant-mort ne se rendra pas compte de la différence, tandis que l´autre traîne les cellules mortes du carcinome qui est son avenir en forme de présent.
Je vais cligner de l´oeil et cracher cette eau tiède, c´est-à-dire, morte.
Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Se você vive a vida de uma forma mediocremente aceitável ou previsível, quem sabe uma "quase" boa vida ou até mesmo uma "quase podia ser pior", o passado, isto é, o momento que já passou vira uma benção de Deus, já que será um alívio, virou passado, Graças a Deus!!!!
De tão insuportável que foi para o segundo, melhor nem pensar e desnecessário da vida se despedir. A Morte é a amiga que vem lhe dar a paz esperada.
Já para o primeiro, de tão grosso o livro da vida por tão tamanha memória, que encontrar com a Morte é o mesmo que despedir-se do paraíso e começar o seu inferno.
E assim o morto-vivo que antes era vivo-morto nem percebe a diferença enquanto o outro, arrasta-se nas células mortas do carcoma que é o seu futuro em formato presente.
Vou piscar os olhos e cuspir essa água morna, quero dizer, morta.
De Luciana Gaffrée
"La dialectique de l´existence
Si tu vis chaque minute de ta vie comme si c´était la dernière, l´existence reste insoutenable, puisqu´elle sera si intense
que la mort lui sera insupportable. Le passé lui sera tellement
lourd que vieillir deviendra de la torture insupportalbe á supporter, parce que ce fera trop mal de faire ses adieux à ce que tu as été "ayer"
Si tu vis la vie d´une manière médiocre, acceptable ou prévisible, peut-être, une "presque" vie comme il faut ou peut-être même une "ça aurait été être pire", le passé, c`est-à dire", le moment passé, deviendra une bénédiction de Dieu, puisque ce sera un soulagement... c´est du passé! Dieu merci!
Si elle a été si insupportbale pour le second, il vaut mieux de ne pas y penser et c´est pas la peine de faire ses adieux à la vie. La mort est l´amie qui vient te donner la paix espérée
Pour le premier, le livre de la vie si épais à cause de tant de mémoire, trouver la mort lui sera comme s´en aller du paradis et commencer son enfer. Et ainsi le mort-vivant qui avant était vivant-mort ne se rendra pas compte de la différence, tandis que l´autre traîne les cellules mortes du carcinome qui est son avenir en forme de présent.
Je vais cligner de l´oeil et cracher cette eau tiède, c´est-à-dire, morte.
Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson
A fórmula cubista do amor
A fórmula cubista
Do amor
Está na sombra
No sombreado
No sombreiro
Na contra-luz
No fora de foco
Em evitar a precisão
Em sair sempre
Pela culatra
E se levar tiro
Faça-se de morto
Mas feche os olhos antes
Porque senão
Vira filme de terror
Agora nunca finja
O orgasmo precisa
Ser ridículo
Senão desconfiam...
Aliás, desconfie
Faz bem pro outro
Se sente transgressor
E isso perverte
O amor
Nao ame demais
Simplesmente coma
Nem de menos
Porque cairá em
Lost
Se o outro ser
For cubista
Entao vale a pena
Mas não escolha
Um impressionista
Ele fica na paisagem
Nunca quebra
A perspectiva
É necessário sempre
Provar
Outros
Pontos de vista
de Luciana Gaffrée
"Formule cubiste de l´amour
La formule cubiste
De l´amour
Est dans l´ombre
Dans l´ombrageux
Sous l´ombrelle
Dans le contre-jour
Dans le flou
Dans l´absence du vrai trait
Dans le filer comme les Anglais
Et si l´on t´attrape
Fais-toi de glace
Mais ferme tes yeux avant
Parce que sinon
Ça devient enfin un film d´épouvante
Je te dis
Ne fais jamais semblant
L´orgasme doit être ridicule
Autrement on se méfie
D´ailleurs méfie-toi
Ça fait du bien à autrui
Il se sent transgresseur
Et cela perverti
L´amour
N´aime pas trop
Mange tout simplement
De moins non plus
Parce que sinon tu chuttes dans
Lost
Si l´autre ètre est cubiste
Alors ça vaut la la peine
Mais ne choisis pas un impressionniste
Il reste dans le paysage
Il ne brise jamais
La perspective
Il faut toujours
Goùter
D´Utres
Points de vue
Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Do amor
Está na sombra
No sombreado
No sombreiro
Na contra-luz
No fora de foco
Em evitar a precisão
Em sair sempre
Pela culatra
E se levar tiro
Faça-se de morto
Mas feche os olhos antes
Porque senão
Vira filme de terror
Agora nunca finja
O orgasmo precisa
Ser ridículo
Senão desconfiam...
Aliás, desconfie
Faz bem pro outro
Se sente transgressor
E isso perverte
O amor
Nao ame demais
Simplesmente coma
Nem de menos
Porque cairá em
Lost
Se o outro ser
For cubista
Entao vale a pena
Mas não escolha
Um impressionista
Ele fica na paisagem
Nunca quebra
A perspectiva
É necessário sempre
Provar
Outros
Pontos de vista
de Luciana Gaffrée
"Formule cubiste de l´amour
La formule cubiste
De l´amour
Est dans l´ombre
Dans l´ombrageux
Sous l´ombrelle
Dans le contre-jour
Dans le flou
Dans l´absence du vrai trait
Dans le filer comme les Anglais
Et si l´on t´attrape
Fais-toi de glace
Mais ferme tes yeux avant
Parce que sinon
Ça devient enfin un film d´épouvante
Je te dis
Ne fais jamais semblant
L´orgasme doit être ridicule
Autrement on se méfie
D´ailleurs méfie-toi
Ça fait du bien à autrui
Il se sent transgresseur
Et cela perverti
L´amour
N´aime pas trop
Mange tout simplement
De moins non plus
Parce que sinon tu chuttes dans
Lost
Si l´autre ètre est cubiste
Alors ça vaut la la peine
Mais ne choisis pas un impressionniste
Il reste dans le paysage
Il ne brise jamais
La perspective
Il faut toujours
Goùter
D´Utres
Points de vue
Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson
sábado, 6 de março de 2010
É
Eu tô medicada
Eu tô medicada
Eu tô medicada
O fato é
Que a existência
Não se pensa
E ao fazê-lo
Me foi
Insuportável
De Luciana Gaffrée
Eu tô medicada
Eu tô medicada
O fato é
Que a existência
Não se pensa
E ao fazê-lo
Me foi
Insuportável
De Luciana Gaffrée
quinta-feira, 4 de março de 2010
Intransitivei
E se dentro está vazio?
E se tudo é uma grande instalação?
Dentro de minha instalação, gero uma performance
Dentro de minha performance, gero uma ação
Dentro de minha ação, gero um ato
Dentro de meu ato, gero um ator
Dentro de meu ator, gero um indivíduo
Dentro de meu indivíduo, gero uma vida
Dentro de uma vida, gero uma morte
Dentro de uma morte, gero um nada
Dentro de um nada, gero o vazio
Dentro de um vazio, gero o silêncio
Com o silêncio, descubro o verbo intransitivo....
de Luciana Gaffrée
Et si à l´intérieur tout était vide?
Et si le tout n´était plus qu´une grande instalation?
Dans l´instalation, j´enfante une perfromance
Dans ma performance, j´enfante une action
Dans mon aciton, j´enfante un individu
Dans mon individu, j´enfante une vie
Dans une vie, j´enfante la mort
Dans la mort, j´enfante le néant
Dans le néant, j´enfante le vide
Le silence m´amène au verbe intransitif
Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson
E se tudo é uma grande instalação?
Dentro de minha instalação, gero uma performance
Dentro de minha performance, gero uma ação
Dentro de minha ação, gero um ato
Dentro de meu ato, gero um ator
Dentro de meu ator, gero um indivíduo
Dentro de meu indivíduo, gero uma vida
Dentro de uma vida, gero uma morte
Dentro de uma morte, gero um nada
Dentro de um nada, gero o vazio
Dentro de um vazio, gero o silêncio
Com o silêncio, descubro o verbo intransitivo....
de Luciana Gaffrée
Et si à l´intérieur tout était vide?
Et si le tout n´était plus qu´une grande instalation?
Dans l´instalation, j´enfante une perfromance
Dans ma performance, j´enfante une action
Dans mon aciton, j´enfante un individu
Dans mon individu, j´enfante une vie
Dans une vie, j´enfante la mort
Dans la mort, j´enfante le néant
Dans le néant, j´enfante le vide
Le silence m´amène au verbe intransitif
Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson
COMO ESTRANHO SER ESTRAÑO ou O DESESTRANGEIRO NO CAMBIO
O turista adora tudo. Ri de tudo. É a curiosidade em pessoa. Fotos, compras, amigos, paixões, choques culturais rapidamente perdoados, mapas e taxistas, deixar-se levar, em uma identidade ainda intacta. As fotos levam na mala o “outro”. E o “outro” ainda é aquilo que eu quero que seja: bonitinho. Ele aí e eu aqui. Eu vou embora, e ele sabe. Um pacto confortável. Eu curto, porque o tempo é curto.
Já o imigrante perde o humor. Decididamente o tempo já não é curto. De repente, tudo perde a graça. O imigrante chora, sente saudades e não curte nada. Exige “ser ele” como ele era “no Brasil”. Quer falar português como na “sua cidade”, como com os “seus amigos”, discutindo a “sua história”, e vendo a sua Globo, que ficou lá, flutuando num tempo que, sabe-se lá, quando volta. E se volta, volta dublada, a novela, claro.
O imigrante ama o pronome possessivo, porque carece. O telefone que não toca. A casa que não fica cheia. O padeiro que não atende rápido. O garçom que não é cortês. O taxista que não é servil. A empregada que não é eficiente. Poucas frutas. Uma comida que não é rica. Um povo que não é tão divertido. Como nós. Uma gente que não pensa direito. Como nós. Esse é o problema! Eles decididamente não são como nós!
O imigrante é o estrangeiro em seu estado ainda estranho. Ele não se encaixa. Sente que tudo é mais complicado para ele. Fica com mania de perseguição: ninguém gosta de mim. Ou passa a delirar: o Brasil é o melhor país do mundo! Agarrou na sua brasilidade porque tem medo de perder a identidade. Medo de perder o seu “eu” possessivo. Medo. Medo de amar o “outro” e se esquecer de si. Resiste em cruzar a fronteira. Mas, já pisou a corda-bamba. A da identidade.
Quando o estrangeiro perde o medo da corda-bamba, consegue cruzá-la. Nessa travessia muda, troca, cambia. Sua identidade está maleável, flutuando entre lá e cá. Anda sem pisar em terra firme. Nessa corda-bamba ele se vê como de fato é: desterritorizado. Ele agora é um desestrangeiro. Aquele que voltou a rir. A rir em português e em espanhol. A falar em português e em espanhol. A comer em português e em espanhol. A ler em espanhol e em português. A amar em português e em espanhol. E tanto faz.
É dizer “nós uruguaios” sem querer. É pensar em espanhol sem perceber. É amar o outro sem o outro saber. É passar como eles, é estar com eles, é saber ser como eles. É olhar pra trás e pensar, como estraño ser estranho a eles. Agora já nem sei quem sou. Só sei que sou parecido a eles e eles a mim.
Luciana Gaffrée
Conselheira Cidadã
Mãe de um menino e uma menina, ambos binacionais
13 anos no Uruguai
Já o imigrante perde o humor. Decididamente o tempo já não é curto. De repente, tudo perde a graça. O imigrante chora, sente saudades e não curte nada. Exige “ser ele” como ele era “no Brasil”. Quer falar português como na “sua cidade”, como com os “seus amigos”, discutindo a “sua história”, e vendo a sua Globo, que ficou lá, flutuando num tempo que, sabe-se lá, quando volta. E se volta, volta dublada, a novela, claro.
O imigrante ama o pronome possessivo, porque carece. O telefone que não toca. A casa que não fica cheia. O padeiro que não atende rápido. O garçom que não é cortês. O taxista que não é servil. A empregada que não é eficiente. Poucas frutas. Uma comida que não é rica. Um povo que não é tão divertido. Como nós. Uma gente que não pensa direito. Como nós. Esse é o problema! Eles decididamente não são como nós!
O imigrante é o estrangeiro em seu estado ainda estranho. Ele não se encaixa. Sente que tudo é mais complicado para ele. Fica com mania de perseguição: ninguém gosta de mim. Ou passa a delirar: o Brasil é o melhor país do mundo! Agarrou na sua brasilidade porque tem medo de perder a identidade. Medo de perder o seu “eu” possessivo. Medo. Medo de amar o “outro” e se esquecer de si. Resiste em cruzar a fronteira. Mas, já pisou a corda-bamba. A da identidade.
Quando o estrangeiro perde o medo da corda-bamba, consegue cruzá-la. Nessa travessia muda, troca, cambia. Sua identidade está maleável, flutuando entre lá e cá. Anda sem pisar em terra firme. Nessa corda-bamba ele se vê como de fato é: desterritorizado. Ele agora é um desestrangeiro. Aquele que voltou a rir. A rir em português e em espanhol. A falar em português e em espanhol. A comer em português e em espanhol. A ler em espanhol e em português. A amar em português e em espanhol. E tanto faz.
É dizer “nós uruguaios” sem querer. É pensar em espanhol sem perceber. É amar o outro sem o outro saber. É passar como eles, é estar com eles, é saber ser como eles. É olhar pra trás e pensar, como estraño ser estranho a eles. Agora já nem sei quem sou. Só sei que sou parecido a eles e eles a mim.
Luciana Gaffrée
Conselheira Cidadã
Mãe de um menino e uma menina, ambos binacionais
13 anos no Uruguai
Karmaval
A culpa é como a gordura
Entra no teu corpo
Sem tua aprovação
Aperta tuas roupas
Impede que feche botões
Te deforma
Te desnuda
E gruda
Deixa o que nao devia
Na vista do outro
Com ela presente
Acabou a harmonia
Só mesmo a bateria
Pra levar você
Na euforia
A esquecê-la
Apenas por
Um dia
... Nada que o karmaval não cure...
de Luciana Gaffrée
La graisse est méchante
Comme la mauvaise conscience
Sans te demander pardon
Elle s´installe
Serre tes habits
Fais péter tes boutons
Elle te déshabille
Tortille tes formes
Elle colle
Elle déforme
Sous le regard des hommes
Elle est omniprésente
Finie l´harmonie
Ainsi que la batterie
Elle chasse l´euphorie
De l´oublier
Rien que pour une journée
Mia le carnaval est là
Lui qui tout guérit
Versão de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Entra no teu corpo
Sem tua aprovação
Aperta tuas roupas
Impede que feche botões
Te deforma
Te desnuda
E gruda
Deixa o que nao devia
Na vista do outro
Com ela presente
Acabou a harmonia
Só mesmo a bateria
Pra levar você
Na euforia
A esquecê-la
Apenas por
Um dia
... Nada que o karmaval não cure...
de Luciana Gaffrée
La graisse est méchante
Comme la mauvaise conscience
Sans te demander pardon
Elle s´installe
Serre tes habits
Fais péter tes boutons
Elle te déshabille
Tortille tes formes
Elle colle
Elle déforme
Sous le regard des hommes
Elle est omniprésente
Finie l´harmonie
Ainsi que la batterie
Elle chasse l´euphorie
De l´oublier
Rien que pour une journée
Mia le carnaval est là
Lui qui tout guérit
Versão de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Poesia Conaprólica
Do copo de leite achocolatado
Engulo um gole
Com ele
Desce aquela deliciosa indiferença
Virgulada em
Um pensamento
Desses bem gelados
Que deixamos em secreto
Pra esconder a cara
De antipática que tenho
Outro gole
Irônico, diga-se de passagem
Ri, debocha e menospreza
Nem eu mesmo acredito
Que ser antipático
Seja uma coisa antipática
O terceiro gole é pra
Engordar sem culpa
Que de gordas
Todas temos um pouco
E de anoréxicas
Também
Onde eu estava mesmo?
Ah lembrei
Na tua insignificância
Tardia
de Luciana Gaffrée
Je bois un coup du verre,
Du lait au chocolat,
L´indifférence délicieuse descend avec,
Comme marquée par les virgules d´une pensée,
Très froide,
De celles qu´on cache pour déguiser la tronche que j´ai,
Antipathique
Un autre coup,
ironique, d´ailleurs,
Il rit, moqueur, et méprise
Mais, moi, je ne crois pas
A l´ antipathie d´être antipathique
Troisième coup!
C´est pour faire grossir en bonne conscience,
Puisque nous sommes toutes à la fois
Grosses et anorexiques
Où en étais-je?
Ah, oui, je me rappelle:
Sur ta nullité
Tardive.
Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Engulo um gole
Com ele
Desce aquela deliciosa indiferença
Virgulada em
Um pensamento
Desses bem gelados
Que deixamos em secreto
Pra esconder a cara
De antipática que tenho
Outro gole
Irônico, diga-se de passagem
Ri, debocha e menospreza
Nem eu mesmo acredito
Que ser antipático
Seja uma coisa antipática
O terceiro gole é pra
Engordar sem culpa
Que de gordas
Todas temos um pouco
E de anoréxicas
Também
Onde eu estava mesmo?
Ah lembrei
Na tua insignificância
Tardia
de Luciana Gaffrée
Je bois un coup du verre,
Du lait au chocolat,
L´indifférence délicieuse descend avec,
Comme marquée par les virgules d´une pensée,
Très froide,
De celles qu´on cache pour déguiser la tronche que j´ai,
Antipathique
Un autre coup,
ironique, d´ailleurs,
Il rit, moqueur, et méprise
Mais, moi, je ne crois pas
A l´ antipathie d´être antipathique
Troisième coup!
C´est pour faire grossir en bonne conscience,
Puisque nous sommes toutes à la fois
Grosses et anorexiques
Où en étais-je?
Ah, oui, je me rappelle:
Sur ta nullité
Tardive.
Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson
A torneira que pinga
A vida
Pinga aqui
Pinga lá
Nem parece
Que molha direito
E quando sinto
Que bailo nágua
Afogada
Abaforada
Acalorada
A chuva acaba
ôoo saquinho
Será que deus
É apenas
a droga
da toalha?
de Luciana Gaffrée
La vie coule ici
Elle coule là-bas
Trempe-t-elle?
Mais quand je m´apperçois
Que le bal est sous l´eau
Je me noie
Je suffoque
Je brûle
Voilà que la pluie tarit!
Merde!
Je constate que Dieu
Il n´est peut-être plus
Que cette serviette de bain.
Versão de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Pinga aqui
Pinga lá
Nem parece
Que molha direito
E quando sinto
Que bailo nágua
Afogada
Abaforada
Acalorada
A chuva acaba
ôoo saquinho
Será que deus
É apenas
a droga
da toalha?
de Luciana Gaffrée
La vie coule ici
Elle coule là-bas
Trempe-t-elle?
Mais quand je m´apperçois
Que le bal est sous l´eau
Je me noie
Je suffoque
Je brûle
Voilà que la pluie tarit!
Merde!
Je constate que Dieu
Il n´est peut-être plus
Que cette serviette de bain.
Versão de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Na parede tem um relógio
Não misture
Não toque
Não prove
Nem mexa
Desanda
Não interrompa
Não desloque
Não altere
Nem sacuda
Espanta
Não isso
Não aquilo
Não nada
Nem porra nenhuma
Cansa
Finalmente
Interne-se
Medique-se
Escureça-se
Porque dói
Pulsa
Corroi
E acaba
(de Luciana Gaffrée)
.....
Mélange pas
Touche pas
Goûte pas
Faut remuer non plus
Ça gâte
Interromps pas
Déplace pas
Trafique pas
Faut secouer non plus
Ça mate
Pas ci
Pas ça
Pas rien
Rien du tout
Ça lasse
Finalement
Fais-toi renfermer
Fais-toi soigner
Sombre!
Parce que ça fait mal
Ça corrompt
Ça vit
Et ça finit!
(Tradução de Luiz Fernando Gaffrée Thompson)
Não toque
Não prove
Nem mexa
Desanda
Não interrompa
Não desloque
Não altere
Nem sacuda
Espanta
Não isso
Não aquilo
Não nada
Nem porra nenhuma
Cansa
Finalmente
Interne-se
Medique-se
Escureça-se
Porque dói
Pulsa
Corroi
E acaba
(de Luciana Gaffrée)
.....
Mélange pas
Touche pas
Goûte pas
Faut remuer non plus
Ça gâte
Interromps pas
Déplace pas
Trafique pas
Faut secouer non plus
Ça mate
Pas ci
Pas ça
Pas rien
Rien du tout
Ça lasse
Finalement
Fais-toi renfermer
Fais-toi soigner
Sombre!
Parce que ça fait mal
Ça corrompt
Ça vit
Et ça finit!
(Tradução de Luiz Fernando Gaffrée Thompson)
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