A minha vida imita a minha arte

Espero que gostem
das nossas imitações
colocadas em palavras
virgulando, reticenciando
Nossos mergulhos
Nessa loucura chamada
Pensamento

Luciana Gaffrée

sexta-feira, 26 de março de 2010

O poema é

Um fato consumado
Um silêncio emprestado
Um sono sem testemunhas
Um desejo mal-passado

de Luciana Gaffrée

Un fait prenant
Un silence méchant
Un sommeil dérangeant
Un désir saignant

Versão de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

Um fato mal-passado
Um desejo emprestado
Um silêncio sem testemunhas
Um sono consumado

de Julio Pereira

Um fato consumado
Um silêncio emprestado
Um sonho sem testemunhas
Um desejo mal-passado

UM SILÊNCIO CONSUMADO
UM DESEJO EMPRESTADO
UM SONHO SEM TESTEMUNHAS
UM CONSUMADO EM SONHADO

de Zulema Solla Pérez

UM FATO DO SONHO
UM SONHO SEM TESTEMUNHAS
UM SILÊNCIO CONSUMADO
UM DESEJO EMPRESTADO

de Zulema Solla Pérez para María Vidal

"UM SILÊNCIO MAL PASSADO
UM DESEJO SEM TESTEMUNHAS
UM FATO EMPRESTADO
UM SONO CONSUMADO"

de Tatiana Lapenne

"un silencio culminado;
un deseo intestiguado;
un hecho alcanzado;
un sueño realizado"

UM FATO ENSONHADO
Un silencio terminado;
un deseo culminado;
un sueño intestiguado;

un ensueño realizado.
Un hecho soñado;
un sueño intestiguado;
un silencio culminado;
un deseo acabado

de Zulema Solla Pérez

quarta-feira, 24 de março de 2010

A tempestade do besouro

A mente é una Mentecapta
Que no-capta
Ou melhor: Mente-cápita
Mentecata
A mente pensa que pensa
A mente é o nada
Drogado naturalmente
E no seu orgânico mundo
Químico-virtual
Ela presa em sua caveira
Mente como Ariel
Desejosa de ser
Calibã




Pero su DNA no le programó para eso


De Luciana Gaffrée

sexta-feira, 19 de março de 2010

A multiplicação dos pontos

Dá o ponto homem
Dá no ponto mulher
Põe um ponto homem
Dê-lhe um ponto mulher

São tão
Ponteiros
Pontiagudos
Pontilhados
Pontuados
Pontificados

Ponto a ponto
Encontrei um ponto comum
O ponto de sinuca
Cheguei ao ponto
Era um ponto cruz
Perdi o ponto
O ponto certo
Tava no ponto
No ponto de encontro
Prenderam o ponto
O ponto de luz
Roubaram o meu ponto
O ponto de fuga
Não ouvi o ponto
O ponto de equilíbrio
Acho que está no ponto
O ponto g

Eis o ponto final
O ponto frio



Cadê o ponto de convergência
Meu Deus!!!!!


De Luciana Gaffrée
Pontilhado por Julio Pereira





La multiplication des points

Donne un point - homme
Donne sur le point - femme
Mets un point - homme
Donne-lui un point - femme

Tant de
Pointes
Pointues
Pointillées
Ponctuées
Ponctuelles

Je cherche le point
J´ai rencontré un point commun
Le point de chutte
Arrivé au point,
Un point brodé,
Ah, j´ai manqué le point!
Le bon point,
J´ai vendu, le point
Mon point de fuite
J´ai pas entendu le point,
Le point de repère
Enfin le point!
Le point que chavire

C´est le point final
Le point froid

OÚ est le point de convergence?
Il esta désapointé!

On fait le point?!
Je change le dernier point
Parce que ce poème
N´est pas encore à point

(Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson)

terça-feira, 16 de março de 2010

LIBER-Cárcer

Estoy determinada
A no determinarme
Pero en que lengua
Lo determino?

Observo in-traducción-off
Que hay que libertarse
De todo y cualquier
Sistema Linguístico

Conspiratoriamente
La Formación de la Lengua Nación
Ningunea la anarquía
Y humilla a los que comenten
Errores de ortografía

Pese a eso
Sigo determinada
A no determinarme
Solo no consigo
Desprenderme
Del hecho
Que para pensarme
Me pienso
En una lengua
Predeterminada

De Luciana Gaffrée

sexta-feira, 12 de março de 2010

Confissões de uma Enlouquecida

Dentro dela tem:
Migranha
Ira de tucumã
Guatemala
Saco de pancada
Deus e o Diabo na terra do sol
Fé forte em dia de turbulência
Jesus Cristo em aeroporto






E.... um Qorpo quase Santo












... Coma o Cavalo mas deixe a Rainha




De Luciana Gaffrée







Confessions d´une folle

Dans sa tête il y a
Migranha et migraine
Haine de Tucuman
Guatemala
Receptacle à coups de poing
Dieu et le diable dans le pays du soleil
Beaucoup de foi en Saint Pierre, malgré son sommeil
Jésus Christ dans un aéroport

Et un Qorps
Presque saint

...avale la reine mais laisse le cheval.

( versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson)

quarta-feira, 10 de março de 2010

A Esposa atual de Sócrates

Engulo o convívio
Envergonho o argumento
Torturo o impulso
Mato a palavra
Olfateio o silêncio
Desconfio da pausa

Me orgulho dos filhos
Invejo patrimônios
Anseio beleza
Aprisiono marido

Descuido da água
Cultivo vitrines
Me humanizo ligando a tevê
Lipoaspiro meu cérebro
Sou ecologicamente sexy

Siliconei a filosofia
Marketinei a fé
Depilei a história
Pari

Opção política: VISA internacional

de Luciana Gaffrée





L´épouse actuelle de Socrates

J´avale la convivialité
Je vexal´argument
je tortur le y aller
Je tue la mort
Je sens le silence
Je me méfie de l´arrêt

Je suis fière de ms enfants
Je suis jalouse des investissements
La beauté me fait envie
J´attache mon mari

Je m´fous de l´eau
Je fais pousser des vitrines
Je m´humanise regardant la télé
Je fais faire l´hypossuction de mon cerveau
Je suis éclologiquement sexy

J´inflige du silicone à ma philosophie
Je fais le marketing de la foi
J´ai épílé l´histoire
J´ai mis bas

Option politigue: VISA internationnal

Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson

domingo, 7 de março de 2010

A dialética da existência

Se você vive cada minuto da sua vida como se fosse o último, a sua existência fica insustentável, já que será tão intensa, que a morte lhe será impensável. O passado pesará tanto, que envelhecer será torturante de se ver, porque pesará demais despedir-se do que você foi "ayer"

Se você vive a vida de uma forma mediocremente aceitável ou previsível, quem sabe uma "quase" boa vida ou até mesmo uma "quase podia ser pior", o passado, isto é, o momento que já passou vira uma benção de Deus, já que será um alívio, virou passado, Graças a Deus!!!!

De tão insuportável que foi para o segundo, melhor nem pensar e desnecessário da vida se despedir. A Morte é a amiga que vem lhe dar a paz esperada.

Já para o primeiro, de tão grosso o livro da vida por tão tamanha memória, que encontrar com a Morte é o mesmo que despedir-se do paraíso e começar o seu inferno.

E assim o morto-vivo que antes era vivo-morto nem percebe a diferença enquanto o outro, arrasta-se nas células mortas do carcoma que é o seu futuro em formato presente.

Vou piscar os olhos e cuspir essa água morna, quero dizer, morta.



De Luciana Gaffrée


"La dialectique de l´existence

Si tu vis chaque minute de ta vie comme si c´était la dernière, l´existence reste insoutenable, puisqu´elle sera si  intense
que la mort lui sera insupportable.  Le passé lui sera tellement
lourd que vieillir deviendra de la torture insupportalbe á supporter, parce que ce fera trop mal de faire ses adieux à ce que tu as été "ayer"

Si tu vis la vie d´une manière médiocre, acceptable ou prévisible, peut-être, une "presque" vie comme il faut ou peut-être même une "ça aurait été être  pire", le passé, c`est-à dire", le moment passé, deviendra une bénédiction de Dieu, puisque ce sera un soulagement... c´est du passé! Dieu merci!

Si elle a été si insupportbale pour le second, il vaut mieux de ne pas y penser et c´est pas la peine de faire ses adieux à la vie.  La mort est l´amie qui vient te donner la paix espérée

Pour le premier, le livre de la vie si épais à cause de tant de mémoire, trouver la mort lui sera comme s´en aller du paradis et commencer son enfer.  Et ainsi le mort-vivant qui avant était vivant-mort ne se rendra pas compte de la différence, tandis que l´autre traîne les cellules mortes du carcinome qui est son avenir en forme de présent.

Je vais cligner de l´oeil et cracher cette eau tiède, c´est-à-dire, morte.

Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson

A fórmula cubista do amor

A fórmula cubista
Do amor
Está na sombra
No sombreado
No sombreiro
Na contra-luz
No fora de foco
Em evitar a precisão
Em sair sempre
Pela culatra
E se levar tiro
Faça-se de morto
Mas feche os olhos antes
Porque senão
Vira filme de terror

Agora nunca finja
O orgasmo precisa
Ser ridículo
Senão desconfiam...

Aliás, desconfie
Faz bem pro outro
Se sente transgressor
E isso perverte
O amor

Nao ame demais
Simplesmente coma
Nem de menos
Porque cairá em
Lost

Se o outro ser
For cubista
Entao vale a pena
Mas não escolha
Um impressionista
Ele fica na paisagem
Nunca quebra
A perspectiva

É necessário sempre
Provar
Outros
Pontos de vista

de Luciana Gaffrée



"Formule cubiste de l´amour

La formule cubiste
De l´amour
Est dans l´ombre
Dans l´ombrageux
Sous l´ombrelle
Dans le contre-jour

Dans le flou
Dans l´absence du vrai trait
Dans le filer comme les Anglais
Et si l´on t´attrape
Fais-toi de glace
Mais ferme tes yeux avant
Parce que sinon
Ça devient enfin un film d´épouvante

Je te dis
Ne fais jamais semblant
L´orgasme doit être ridicule
Autrement on se méfie

D´ailleurs méfie-toi
Ça fait du bien à autrui
Il se sent transgresseur
Et cela perverti
L´amour

N´aime pas trop
Mange tout simplement
De moins non plus
Parce que sinon tu chuttes dans
Lost

Si l´autre ètre est cubiste
Alors ça vaut la la peine
Mais ne choisis pas un impressionniste
Il reste dans le paysage
Il ne brise jamais
La perspective

Il faut toujours
Goùter
D´Utres
Points de vue

Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson

sábado, 6 de março de 2010

É

Eu tô medicada
Eu tô medicada
Eu tô medicada
O fato é
Que a existência
Não se pensa
E ao fazê-lo
Me foi
Insuportável

De Luciana Gaffrée

quinta-feira, 4 de março de 2010

Intransitivei

E se dentro está vazio?
E se tudo é uma grande instalação?
Dentro de minha instalação, gero uma performance
Dentro de minha performance, gero uma ação
Dentro de minha ação, gero um ato
Dentro de meu ato, gero um ator
Dentro de meu ator, gero um indivíduo
Dentro de meu indivíduo, gero uma vida
Dentro de uma vida, gero uma morte
Dentro de uma morte, gero um nada
Dentro de um nada, gero o vazio
Dentro de um vazio, gero o silêncio
Com o silêncio, descubro o verbo intransitivo....

de Luciana Gaffrée


Et si à l´intérieur tout était vide?
Et si le tout n´était plus qu´une grande instalation?
Dans l´instalation, j´enfante une perfromance
Dans ma performance, j´enfante une action
Dans mon aciton, j´enfante un individu
Dans mon individu, j´enfante une vie
Dans une vie, j´enfante la mort
Dans la mort, j´enfante le néant
Dans le néant, j´enfante le vide
Le silence m´amène au verbe intransitif

Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson

COMO ESTRANHO SER ESTRAÑO ou O DESESTRANGEIRO NO CAMBIO

O turista adora tudo. Ri de tudo. É a curiosidade em pessoa. Fotos, compras, amigos, paixões, choques culturais rapidamente perdoados, mapas e taxistas, deixar-se levar, em uma identidade ainda intacta. As fotos levam na mala o “outro”. E o “outro” ainda é aquilo que eu quero que seja: bonitinho. Ele aí e eu aqui. Eu vou embora, e ele sabe. Um pacto confortável. Eu curto, porque o tempo é curto.

Já o imigrante perde o humor. Decididamente o tempo já não é curto. De repente, tudo perde a graça. O imigrante chora, sente saudades e não curte nada. Exige “ser ele” como ele era “no Brasil”. Quer falar português como na “sua cidade”, como com os “seus amigos”, discutindo a “sua história”, e vendo a sua Globo, que ficou lá, flutuando num tempo que, sabe-se lá, quando volta. E se volta, volta dublada, a novela, claro.

O imigrante ama o pronome possessivo, porque carece. O telefone que não toca. A casa que não fica cheia. O padeiro que não atende rápido. O garçom que não é cortês. O taxista que não é servil. A empregada que não é eficiente. Poucas frutas. Uma comida que não é rica. Um povo que não é tão divertido. Como nós. Uma gente que não pensa direito. Como nós. Esse é o problema! Eles decididamente não são como nós!

O imigrante é o estrangeiro em seu estado ainda estranho. Ele não se encaixa. Sente que tudo é mais complicado para ele. Fica com mania de perseguição: ninguém gosta de mim. Ou passa a delirar: o Brasil é o melhor país do mundo! Agarrou na sua brasilidade porque tem medo de perder a identidade. Medo de perder o seu “eu” possessivo. Medo. Medo de amar o “outro” e se esquecer de si. Resiste em cruzar a fronteira. Mas, já pisou a corda-bamba. A da identidade.

Quando o estrangeiro perde o medo da corda-bamba, consegue cruzá-la. Nessa travessia muda, troca, cambia. Sua identidade está maleável, flutuando entre lá e cá. Anda sem pisar em terra firme. Nessa corda-bamba ele se vê como de fato é: desterritorizado. Ele agora é um desestrangeiro. Aquele que voltou a rir. A rir em português e em espanhol. A falar em português e em espanhol. A comer em português e em espanhol. A ler em espanhol e em português. A amar em português e em espanhol. E tanto faz.

É dizer “nós uruguaios” sem querer. É pensar em espanhol sem perceber. É amar o outro sem o outro saber. É passar como eles, é estar com eles, é saber ser como eles. É olhar pra trás e pensar, como estraño ser estranho a eles. Agora já nem sei quem sou. Só sei que sou parecido a eles e eles a mim.

Luciana Gaffrée
Conselheira Cidadã
Mãe de um menino e uma menina, ambos binacionais
13 anos no Uruguai

Karmaval

A culpa é como a gordura
Entra no teu corpo
Sem tua aprovação
Aperta tuas roupas
Impede que feche botões
Te deforma
Te desnuda
E gruda
Deixa o que nao devia
Na vista do outro
Com ela presente
Acabou a harmonia
Só mesmo a bateria
Pra levar você
Na euforia
A esquecê-la
Apenas por
Um dia


... Nada que o karmaval não cure...

de Luciana Gaffrée


La graisse est méchante
Comme la mauvaise conscience
Sans te demander pardon
Elle s´installe
Serre tes habits
Fais péter tes boutons
Elle te déshabille
Tortille tes formes
Elle colle
Elle déforme
Sous le regard des hommes
Elle est omniprésente
Finie l´harmonie
Ainsi que la batterie
Elle chasse l´euphorie
De l´oublier
Rien que pour une journée

Mia le carnaval est là
Lui qui tout guérit


Versão de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

Poesia Conaprólica

Do copo de leite achocolatado
Engulo um gole
Com ele
Desce aquela deliciosa indiferença
Virgulada em
Um pensamento
Desses bem gelados
Que deixamos em secreto
Pra esconder a cara
De antipática que tenho

Outro gole
Irônico, diga-se de passagem
Ri, debocha e menospreza
Nem eu mesmo acredito
Que ser antipático
Seja uma coisa antipática

O terceiro gole é pra
Engordar sem culpa
Que de gordas
Todas temos um pouco
E de anoréxicas
Também

Onde eu estava mesmo?
Ah lembrei
Na tua insignificância
Tardia


de Luciana Gaffrée


Je bois un coup du verre,
Du lait au chocolat,
L´indifférence délicieuse descend avec,
Comme marquée par les virgules d´une pensée,
Très froide,
De celles qu´on cache pour déguiser la tronche que j´ai,
Antipathique

Un autre coup,
ironique, d´ailleurs,
Il rit, moqueur, et méprise
Mais, moi, je ne crois pas
A l´ antipathie d´être antipathique

Troisième coup!
C´est pour faire grossir en bonne conscience,
Puisque nous sommes toutes à la fois
Grosses et anorexiques

Où en étais-je?
Ah, oui, je me rappelle:
Sur ta nullité
Tardive.

Versão: Luiz Fernando Gaffrée Thompson

A torneira que pinga

A vida
Pinga aqui
Pinga lá
Nem parece
Que molha direito
E quando sinto
Que bailo nágua
Afogada
Abaforada
Acalorada
A chuva acaba
ôoo saquinho
Será que deus
É apenas
a droga
da toalha?

de Luciana Gaffrée

La vie coule ici
Elle coule là-bas
Trempe-t-elle?
Mais quand je m´apperçois
Que le bal est sous l´eau
Je me noie
Je suffoque
Je brûle
Voilà que la pluie tarit!
Merde!
Je constate que Dieu
Il n´est peut-être plus
Que cette serviette de bain.

Versão de Luiz Fernando Gaffrée Thompson

Na parede tem um relógio

Não misture
Não toque
Não prove
Nem mexa
Desanda

Não interrompa
Não desloque
Não altere
Nem sacuda
Espanta

Não isso
Não aquilo
Não nada
Nem porra nenhuma
Cansa

Finalmente
Interne-se
Medique-se
Escureça-se

Porque dói
Pulsa
Corroi
E acaba


(de Luciana Gaffrée)
.....

Mélange pas
Touche pas
Goûte pas
Faut remuer non plus
Ça gâte

Interromps pas
Déplace pas
Trafique pas
Faut secouer non plus
Ça mate

Pas ci
Pas ça
Pas rien
Rien du tout
Ça lasse

Finalement
Fais-toi renfermer
Fais-toi soigner
Sombre!

Parce que ça fait mal
Ça corrompt
Ça vit
Et ça finit!

(Tradução de Luiz Fernando Gaffrée Thompson)