É abandono mesmo!
Ninguém mais procura macular as minhas páginas virtuais
Cada vez mais virgem, vou-me tornando órfã de meus pais
Nem Luciana, ainda um pouco Luiz, é verdade, os Gaffrée me desdouram
Ah, que saudades das flores d´Alma, das entranhas de Laura Inês, das ravinas de Vivian
Das formas agudas e do cinza grafite de Júlio
das análises de Maria.
Queria perder-me nos meandros dos sons da flauta de meu noivo
Ser pisoteada pelas patas de ratos que me marcassem de poemas, ainda que sórdidos
Ser reconhecida como o cúmulo da mediocridade, porém viva, ofegante, louca
Falar várias línguas, todas mal faladas, eivadas de erros senis
Obrigado, merci, gracias, grazie, thank you!
Ser primária no meu dialeto poliglota
Mas estar viva!
Fazer críticas literárias canhestras, análises antropológicas de botequim
Viajar pela lusofonia, pelos países hispanoparlantes, pela Europa, França, Bahia
Sempre carregada de clichês, de preconceitos, de visões acientíficas
Mas sentir-me pulsar
Que se danem mes erros tipográficos e minhas imprecisões
Eu, Papagena, peço socorro Luciana, Luiz, Alma, Laura, Júlio, Vivian e tantos outros
Brasileiros, uruguaios e argentinos
Aos franceses, corsos, parisienses ou normandos
Estou perdendo as forças, não me esvaio...feneço!
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
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