Levanto-me cedo
Ouço o estampido do solo
Aproximo a minha cabeça
Sei que há o que carregar
Sou operária, combatente, trabalho!
Não trepo, não temo,
Não ponho ovos
Mas não sou estéril:
Produzo néctar para a Minha Rainha
Lavo as minhas mãos, amiúde!
Pego a estrada
A pé!
Seis, oito, todas as patas!
Encontro minhas companheiras
Um dedo de prosa
Mais outra outra conversinha
E lá vou eu...diligente!
Minha Patroa é divina
Ela voa, fode, choca, põe ovos, procria!
Tem todos os machos só para Ela
Eu venero a Rainha!
E lá vou eu, célere, séria e ocupada
Vou ajudar a carregar a barata morta.
Tornar-se-á mel
Para a Minha Soberana alimentar
O produto do meu lavor
Pesado, braçal e intelectual
É para dar de comer às Princesas
Aos futuros machos, príncipes presguiçosos e lascivos
E às trabalhadoras, escravas como eu, sóbrias!
De repente escarcéu no céu
Uma cigarra canta
Batem forte no chão
Ouço!
É o chamado de emergência:
Todas árvore acima, já!
O exército se forma, sobe
O ferrão em brasa, todas!
Chegamos ferimos de morte a cantora
Ela cai!
Vingadas!
Voltamos para a nossa faina
Carregar, agora a alada de verão,
Alada como Sua Majestade,
Fazer comida
Alimentar
Fazer a corte...
Serenas!
Je me lève tôt!
J´entends le son du sol
J´approche ma tête
Je sais qu´il y a de quoi porter
Je suis ouvrière, combattante, je travaille!
Je ne baise pas et je suis courageuse
Je ne ponds pas
Mais je ne suis pas stérile
Puisque je produis du nectar pour Ma Reine
Je lave mes mains, souvent!
Je prends la route
A pied!
Six, huit, maintes pattes!
Je retrouve mes compagnes
Quelques mots
Un petit sourire par ci par là
Et je m´en vais...sage!
Ma Maîtresse est rare
Elle vole, fout, couve, enfante!
Elle a le goût des mâles rien que pour Elle
Je vénère Madame La Reine
Je part de suite, sérieuse et occupée
Je vais aider à porter le cafard mort
Qui deviendra du miel
Pour Ma Souveraine alimenter
Le produit de ma labeur
Lourde, physique et intellectuelle
Va nourrir les Princesses,
Les futurs mâles, princes fainéants et lascifs
Et les travialleuses comme moi, sobres!
Soudain du fracas sur le toit
Une cigale chante
On tape fort sur le sol
J´entends!
C´est l´appel d´urgence
Toutes sur cet arbre tout de suite!
L´armée se range,
Monte
L´aiguillon en braise
Toutes!
Vengées!
On revient à nos tâches
Porter, maintenant l´ailée d´été,
Ailée comme Sa Majesté,
Faire de la bouffe
Nourrir
Faire la cour...
Sereines!
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
y también algo se siente
y algo se huele y disputa...
decir, escribir, trabajar, vivir
algo del instante que no es vano
recrear...
o labor da mulher
et aussi on sent quelque chose
et quelque chose pour laquelle on lutte
dire, écrire, travailler, vivre
quelque chose de l´instant qui n´est pas en vain
récréer...
la labeur de la femme
de Alejandra Alma,
versão francesa de Luiz Fernando Gaffrée Thomposon.
Aqui encontrarão contos, poesias e reflexões de vários amigos e/ou poetas amorosos, amigos e queridos, de várias partes do mundo, em um trabalho muitas vezes inconcluso. Esperamos que gostem. Luciana Gaffrée; Luiz Fernando Gaffrée Thompson materportugues@gmail.com
A minha vida imita a minha arte
Espero que gostem
das nossas imitações
colocadas em palavras
virgulando, reticenciando
Nossos mergulhos
Nessa loucura chamada
Pensamento
Luciana Gaffrée
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário