Le meurtre de l´absence
Je sentais la labeur de mes instincts
L´oeuvre de la faim et du désir
Du manque d´odeur et d´énergie
Du corps exempt du toucher
Des yeux blouclés comme un paquet
Je cherchais ta lumière et ta chaleur
J´avais froid, je voulais ta protection
Je voulais brûler ma langue dans ta crème
M´évanouir dans l´odeur sacrée de ta sueur
J´ai réussi à me rendre tout entier à toi
A devenir tout entier des cuvettes profondes
A pouvoir comme des bassins accueiilir tes fuites
Je t´ai attendu comme une vierge
Ta verge n´est jamais venue!
Tradução para o português
O sacrifício da ausência
Eu sentia a força dos meus instintos
A obra da fome e do desejo
A falta de cheiros e de energia
Do corpo repelindo os toques
Os olhos cerrados com papel pardo
Eu buscava tua luz e teu calor
Eu sentia frio e queria tua proteção
Eu queria queimar minha língua nos teus fuidos
Perder-me envolto pelo odor sagrado do teu suor
Consegui entregar-me a ti
Virei um emaranhado de bacias profundas
Podia, com cubas e mais cubas, acolher-te
Esperei como uma virgem
O varão nunca chegou!
Original em francês e tradução para o português
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Prece na roça
O varão pegou o trem
Antes passou no banco
Comprou roupa cara
Até se depilou...
O varão levava malas
Algumas fotos das filhas
Tinha passaporte novo
E transpirava muito
O varão até tocou a maçaneta
Girou com força e sentiu o vento
Lá fora havia muito ar fresco
A porta até se escancarou
Mas a mais novinha cutucou
Ele olhou quase pro chão
A menininha pediu colo
Estava com fome, mosquito picou
Um minutinho não vai fazer diferença
Pra ir lá em cima tem que acender a luz
Clarear a casa de novo
E o trem, pego amanhã
de Luciana Gaffrée
Poema cóncavo
cuencos vasijas
cavando hondura
tocando en sueños
una sedel
hambre cóncava...
hueca hasta el fondo
deshidratado
de tu mirar
ausente.
de Alejandra Alma
Aqui encontrarão contos, poesias e reflexões de vários amigos e/ou poetas amorosos, amigos e queridos, de várias partes do mundo, em um trabalho muitas vezes inconcluso. Esperamos que gostem. Luciana Gaffrée; Luiz Fernando Gaffrée Thompson materportugues@gmail.com
A minha vida imita a minha arte
Espero que gostem
das nossas imitações
colocadas em palavras
virgulando, reticenciando
Nossos mergulhos
Nessa loucura chamada
Pensamento
Luciana Gaffrée
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