A minha vida imita a minha arte

Espero que gostem
das nossas imitações
colocadas em palavras
virgulando, reticenciando
Nossos mergulhos
Nessa loucura chamada
Pensamento

Luciana Gaffrée

domingo, 11 de julho de 2010

As línguas portuguesa e espanhola nas Américas: uma questão de identidade?

Há pouco tempo passei a ter um contato mais próximo com on hispanófonos da América Latina. Passei a ter a seguinte impressão que, peço, os "hispanohablantes" me corijam, aí compreendidos os bilingues português/espanhol: a nossa relação, de brasileiros, com o idioma português é diferente daquele dos hispânicos como o espanhol (ou castelhano). Parece-me que isso acontece por três razões primordiasi: históricas; econômicas e linguísticas. 
Primeiramente, no que se refere à História, o Brasil, única ex-colônia de povoamento de Portugal (os portugueses causaram um genocídio dos índios, que já eram pouco numerosos, ocupando os seus territórios com os imigrantes da Europa e da África, estes sendo aqui "aportuguesados", sendo que eles, por outo lado, contribuíam para a afircanização de cultura brasileira, mas sempre em língua portuguesa). As outras colônias, da África e da Oceania, sofreram colonização de população, istou é, os portugueses aí se instalaram, minoritariamente em confronto com populações autóctones que já possuiam suas proprias culturas, passando-lhes um "verniz de cultura portuguesa. Sendo assim o Brasil constitui hoje, com Portugal, os únicos únicos países em que o português é a língua materna de toda o população. Junte-se a isso que até os anos cinquenta era grande o fuxo de imigrantes portugueses para cá, aumentado pelos contingentes vindos de Angola e Moçambique quando da indepência das ex-colonias portuguesas. Há fatos ainda símbólicos de importância marcante no inconsciente coletivo brasileiro: o Rio de Janeiro, foi a capital do Império Português, no lugar de Lisboa, durante alguns anos, durante as invasões napoleônicas; foi um príncipe português, D. Pedro I do Brasil ( D. Pedro !V de Portugal), que fez a independência do Brasil. estabelencendo, aqui a monarquia até o fim do século XIX, cuja famílala real era um ramo do mesmo tronco da família real de Portugal. Foi uma princesa desta casa real, Da. Isabel de Orleãs e Bragança que aassinou a lei de Abolição de escravatura. 
O Brasil, é hoje em dia, o país mais importante e poderoso de língua protuguesa do mundo, por sua economia, por sua pujança intelectual - rivalizando aí com Portugal - por sua população de quase 200 milhões de habitantes, por sua influência diplomática no mundo. 
Retornando ao ponto de vista liguístico, é bom lembrar que as novelas brasleiras disseminam a vertente americana do português na Europa, na África ou na Oceania, tornando o mundo lusófono mais coeso, pois, salvo variantes do português em algumas províncias portuguesas (sobretudo nas ilhas do Atlântico Norte), tolos nos entendemos sem grandes problemas, é uma questão de sotaque. O Brasil fez de sua llíngua de sua literatura um marco de sua indentidade; em termos de literatura, podemos dizer que Camões, Eça de Queiros, Fernando Pessoa e Saramago têm a mesma importância para nós, e para os portugueses, angolanos ou moçambicanos, que Machado de Assis, Guimarães Rosa, Jorge Amado ou Chico Buarque. No Brasil não há dialetos (salvo as línguas indígenas que são pouco numerosas e que estão desaparacendo, desafortunadamente, pela aculturação dos índios que restam) e em Portugal há o Mirandense e o sotaque das ilhas, o que é bem minoritário. Cabe lembrar que o Museu da Língua Portuguesa se encontra em São Paulo, e não em Lisboa ou no Porto. 
Tenho a impressão que o fato das histórias dos paìses "hermanos" não apresentarem ligações tão fortes como a ex- metrópole, senão de conflito; que, como uma grande quantidade de países são hispanófonos; que como na Espanha, além do "espanhol" (castelhano) há diversas línguas regionais, assim como em vários países da América espanhola (línguas remanescentes dos impérios indígenas) e que, enfim, como o país mais poderoso do mundo "hispanohablante" é a própria Espanha, os países da América hispânica não contam como a língua espanhola como um fator de indentidade. 
Peço que para os nossos vizinhos da América hispânica respondam e para que todos leiam e vejam o vídeo com a múcica Língua, de Caetano Veloso, que de uma forma saborosa, inteligente, sensível e culta clarifica o fenômeno do português na Luso-América. 

(Autor: Luiz Fernando Gaffrée Thompson) 

Um comentário:

Luiz Fernando Gaffrée Thompson disse...

Veja a letra e música de Caetano Veloso,Língua, no Youtube ou no meu Facebook, obra que ilustra o que digo no meu artigo.