A minha vida imita a minha arte

Espero que gostem
das nossas imitações
colocadas em palavras
virgulando, reticenciando
Nossos mergulhos
Nessa loucura chamada
Pensamento

Luciana Gaffrée

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ceia de Natal.

Poema macerado no divinadalho
....................................(a expressão correta é "vinha d´alhos")
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Ai! diz a porca quando lhe torcem o rabo
Ui! diz a vaca quando tosse
Ei! chama o galo quando amanheceCor do texto
Glugluglu! diz o peru antes do abate

Abate de Natal, sagrado, divino:
"Não faz parte da minha religião", diz o peru bêbado.

Acordar os cozinheiros para preparar a festa:
"Não faz parte da minha função acordar p´ra torturar",
Diz o galo, revoltado

"A-rrá, a-rrá, a-rrá", reclama a vaca que tosse,
Horrorizada com os eventos que a fazem engolir em seco

"Oinque, oinque, oinque", berra a porca, no martírio:
Vai virar pernil e tênder!

A festa pagã, com ar de história infantil,
Celebra o nascimento da paz para todos,
Tão branca no Hemisfério Norte,
Tórrida, aqui nos trópicos.
Tão "pura?", liberada do pecado original, no presépio de Maria
Tão dionisíaca, prazer sexual liberado, no casario das favelas do Rio

Dubiedade benfaseja:
Prazer e parto,
Paz e bebedeira
Uvas e abacaxis
Tâmaras e farofa
Pão e vinho da comunhão de Natal.
...................................de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
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Fatia-dourada
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Abro-me em dó menor
Choro-nos em fé maior
Deslizo-os em teclas macias
In memorial, d'amour

Ave Gospel
Molho-te em leite
Regada em vinho
Canoninal Christ

Fatia-de-parida
Consulto aos mortos
Conecto-me no ritual

Meu Jewish com açúcar
Meu Judah com afeto
Be glad, atheos

be glad
be glad
be glad
...........................de Luciana Gaffrée



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