A minha vida imita a minha arte

Espero que gostem
das nossas imitações
colocadas em palavras
virgulando, reticenciando
Nossos mergulhos
Nessa loucura chamada
Pensamento

Luciana Gaffrée

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Soneto para a minha prima Liginha

Lígia, como a minha mãe, linda como a manhã
Doce, como a minha tia, doce de abóbora espelhada
Sofisticada, como a irmã, leve como uma pluma levada
Mãe e avó, quem há de crer? Dançarina cristã e pagã

Cheiro de alfazema nos lençóis de água lavada
Luz do sol, entrando pela porta-janela sobre o divã
Agilidade diurna, sensualidade noturna, senhora sã
Dior, cuscuz, Prada, Ipanema, cocada baiana queimada

Loura como os trigos de Portugal, olhos verdes, esperteza
Longa como um manequim de chez Chanel
Maquiada com a classe de uma princesa escoceza

Ela evolui na Montenegro, a caminho do mar, alteza
Carioca, sem pulseira, sem colar, sem anel
Apenas o biquíni e a canga, como a musa de Tom e Vinícius, realeza.

de Luiz Fernando Gaffrée Thompson



Nenhum comentário: