Lígia, como a minha mãe, linda como a manhã
Doce, como a minha tia, doce de abóbora espelhada
Sofisticada, como a irmã, leve como uma pluma levada
Mãe e avó, quem há de crer? Dançarina cristã e pagã
Cheiro de alfazema nos lençóis de água lavada
Luz do sol, entrando pela porta-janela sobre o divã
Agilidade diurna, sensualidade noturna, senhora sã
Dior, cuscuz, Prada, Ipanema, cocada baiana queimada
Loura como os trigos de Portugal, olhos verdes, esperteza
Longa como um manequim de chez Chanel
Maquiada com a classe de uma princesa escoceza
Ela evolui na Montenegro, a caminho do mar, alteza
Carioca, sem pulseira, sem colar, sem anel
Apenas o biquíni e a canga, como a musa de Tom e Vinícius, realeza.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Aqui encontrarão contos, poesias e reflexões de vários amigos e/ou poetas amorosos, amigos e queridos, de várias partes do mundo, em um trabalho muitas vezes inconcluso. Esperamos que gostem. Luciana Gaffrée; Luiz Fernando Gaffrée Thompson materportugues@gmail.com
A minha vida imita a minha arte
Espero que gostem
das nossas imitações
colocadas em palavras
virgulando, reticenciando
Nossos mergulhos
Nessa loucura chamada
Pensamento
Luciana Gaffrée
segunda-feira, 30 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Trava-línguas deliciosos.
Chuchu + chicória + maxixe e giló = hummmm...que deleite!
Christophine + chicorée + maxixe et giló = hummmm...quel régal!, Ces deux derniers sont des légumes à l´apparence d´une figue de barbarie, mais très amère. J´ai fait la composition parce que ces mets ne sont pas très prisés par les Brésiliens, mais ils sont maigrissants et, surtout, j´aime leur sonorité, quand ils sont mis ensemble. C´est le même cas pour:
Ora-pro-nóbis + alcaçuz + cardamomo = hummm...que deleite!
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Accents
Quelle vilanie: le "e" est dépourvu de son son, c´est
Cependant, il a des béquilles à l´envers pour l´éclairer: elles sont aiguës ou graves et trônent au-dessus de lui, mais à part ces aide-soignantes, les consonnes libres qui le suivent lui permettent de se prononcer.
L´accent aigu est têtu, quelle peste, il reste, et il allonge le son.
Ah, mais l´accent grave est meilleur, plus rare et gai, il n´est pas sévère, il est allègre et criard il fait "è, è, è", comme les chèvres qui bêlent.
Il y a encore le circonflexe, petit bibi élégant qui nous rappelle savamment la lignée noble des origines du français...néanmoins il est partout, sur les "a", les "e", les "i", les "o" ou les "u"...démocratiquement!
Finalement, parlons du tréma qui, méchant, sépare celles qui sans lui s´exprimeraient à l´unisson, tout bonnement, "ai", sans souffrance, au lieu d´un "aïe, aïe, aïe" angoissé et solitaire.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Cependant, il a des béquilles à l´envers pour l´éclairer: elles sont aiguës ou graves et trônent au-dessus de lui, mais à part ces aide-soignantes, les consonnes libres qui le suivent lui permettent de se prononcer.
L´accent aigu est têtu, quelle peste, il reste, et il allonge le son.
Ah, mais l´accent grave est meilleur, plus rare et gai, il n´est pas sévère, il est allègre et criard il fait "è, è, è", comme les chèvres qui bêlent.
Il y a encore le circonflexe, petit bibi élégant qui nous rappelle savamment la lignée noble des origines du français...néanmoins il est partout, sur les "a", les "e", les "i", les "o" ou les "u"...démocratiquement!
Finalement, parlons du tréma qui, méchant, sépare celles qui sans lui s´exprimeraient à l´unisson, tout bonnement, "ai", sans souffrance, au lieu d´un "aïe, aïe, aïe" angoissé et solitaire.
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
Acentos
O acento agudo berra, fere, pois é pontudo
o circunflexo é grave, o Antônio no Brasil é severo, porém o António de Portugal é alegre como se fora brasileiro.
Ah, mas há o acento grave, que não é grave, nem agudo, pois ele é mudo, mudinho da Silva, é gramatical, para lembrar que nossa língua é genial e racional.
E o trema? Tremei! pois o trema foi catapultado para o cemitério dos pés juntos, os dois pontinhos, juntinhos, como os dois pés de um defunto.
Finalmente, vamos considerar nosso "tio", quero dizer "til", como um acento, fanhoso!!! está sempre resfriado: ã, ã, ã, õ,õ,õ, hem, hem, hem, in, in, pois é, o som do "hem" sai pelo nariz, o do "in" também, como, o de todas as vogais sobrevoadoas pelo nosso amigo, contudo, o til está cansado, resfriãdõ e não consegue subir para cima do "e", muito menos do"i", que já apresenta um acento deletério, um ponto!
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
o circunflexo é grave, o Antônio no Brasil é severo, porém o António de Portugal é alegre como se fora brasileiro.
Ah, mas há o acento grave, que não é grave, nem agudo, pois ele é mudo, mudinho da Silva, é gramatical, para lembrar que nossa língua é genial e racional.
E o trema? Tremei! pois o trema foi catapultado para o cemitério dos pés juntos, os dois pontinhos, juntinhos, como os dois pés de um defunto.
Finalmente, vamos considerar nosso "tio", quero dizer "til", como um acento, fanhoso!!! está sempre resfriado: ã, ã, ã, õ,õ,õ, hem, hem, hem, in, in, pois é, o som do "hem" sai pelo nariz, o do "in" também, como, o de todas as vogais sobrevoadoas pelo nosso amigo, contudo, o til está cansado, resfriãdõ e não consegue subir para cima do "e", muito menos do"i", que já apresenta um acento deletério, um ponto!
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
A Laura Inés Martínez Coronel/ El barco secreto
A Laura Inés Martínez Coronel:
Conheço teu interior, arquitetura e torrentes
Marqueteria trabalhada em detalhes mínimos e lancinantes
Líquidos rubros e leitosos extravantes
Transportes úmidos de tuas seivas ferventes
Obra de um ourives inquieto que trabalha os sons sibilantes
Que entram por tuas peças incrustradas e saem carregadas de diamantes
Penetram em teu útero e seguem odorantes
Para constituir teus sentidos de amor dormentes
Princesa do Prata, poetisa da escultura, filha do silêncio e do dizer
Transformas a dor de ser mulher em cicatrizes de rubis
Afeitas à síntese feminina que é fazer nascer
Ligação erudita entre estetas jovens e senis
Entre escrever, delirar e desvanescer
Entre os desejos mais recônditos da sensualidade e as fomas de desenhos pueris
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Nada de mí puede estar deshabitado
tú apagas la conciencia del mundo, su borde descosido de agujas, los faros caídos en la calle
me duermo en el destierro de tu rostro
como si el mar fuera una esfera y yo el canto del libro sobre el agua
lo que veo no es una flor no es el silbido del vino ni esos alfabetos silenciosos
lo que veo es tus manos sobre el vientre mudo cuya planicie fluye
tu pecho encarcelado por la noche buscando aquel destino
nuestra lluvia conmovida
nuestra infancia de cálida agonía
nuestra manera de incendio sobre el aire
el maleficio de lo infinito lo obligatorio e imposible
la ropa inactiva sobre los dedos un manantial de relámpagos
íntegro lívido
te veo a través de los ojos de los senos
Nada de mí puede no pertenecerte
al inicio enredaba en el pubis las tremendas tijeras del mundo
múltiples cabezas de sueño al principio eras solo aquella silueta grisácea
por la que descuidadamente y amarilla de ruegos me iba en la mañana por la calle
a fotografiarme triste como un muerto
El invierno apagado de los perros encendidos yo toda roja como un trueno de sal
el vestigio de una idea en el entrecejo en la cintura la plenitud del espanto
nunca miré los relojes como ahora
a veces siento que se caen desde algun lugar del piso como espigas de grito innumerable
nunca sentí la tierra subir por escaleras a cascadas
nosotros perforados por el espacio minúsculo de las cadenas
uno sobre el otro rehénes atónitos de una soledad gigante
preguntándole a la vida la suave puerta que conduce al barco secreto
donde callan al fin los gemidos hirientes de un desusado pliegue genital
Nada de mí puede serte extraño
la geometría en desorden o la cábala grotesca
a la medida oscura del frío solo arroja cicatrices
y cuando estés dentro del cuerpo de la vida
escúchame nombrarte si es que puedes.
de Laura Inés Martínez Coronel ..
.
Conheço teu interior, arquitetura e torrentes
Marqueteria trabalhada em detalhes mínimos e lancinantes
Líquidos rubros e leitosos extravantes
Transportes úmidos de tuas seivas ferventes
Obra de um ourives inquieto que trabalha os sons sibilantes
Que entram por tuas peças incrustradas e saem carregadas de diamantes
Penetram em teu útero e seguem odorantes
Para constituir teus sentidos de amor dormentes
Princesa do Prata, poetisa da escultura, filha do silêncio e do dizer
Transformas a dor de ser mulher em cicatrizes de rubis
Afeitas à síntese feminina que é fazer nascer
Ligação erudita entre estetas jovens e senis
Entre escrever, delirar e desvanescer
Entre os desejos mais recônditos da sensualidade e as fomas de desenhos pueris
de Luiz Fernando Gaffrée Thompson
Nada de mí puede estar deshabitado
tú apagas la conciencia del mundo, su borde descosido de agujas, los faros caídos en la calle
me duermo en el destierro de tu rostro
como si el mar fuera una esfera y yo el canto del libro sobre el agua
lo que veo no es una flor no es el silbido del vino ni esos alfabetos silenciosos
lo que veo es tus manos sobre el vientre mudo cuya planicie fluye
tu pecho encarcelado por la noche buscando aquel destino
nuestra lluvia conmovida
nuestra infancia de cálida agonía
nuestra manera de incendio sobre el aire
el maleficio de lo infinito lo obligatorio e imposible
la ropa inactiva sobre los dedos un manantial de relámpagos
íntegro lívido
te veo a través de los ojos de los senos
Nada de mí puede no pertenecerte
al inicio enredaba en el pubis las tremendas tijeras del mundo
múltiples cabezas de sueño al principio eras solo aquella silueta grisácea
por la que descuidadamente y amarilla de ruegos me iba en la mañana por la calle
a fotografiarme triste como un muerto
El invierno apagado de los perros encendidos yo toda roja como un trueno de sal
el vestigio de una idea en el entrecejo en la cintura la plenitud del espanto
nunca miré los relojes como ahora
a veces siento que se caen desde algun lugar del piso como espigas de grito innumerable
nunca sentí la tierra subir por escaleras a cascadas
nosotros perforados por el espacio minúsculo de las cadenas
uno sobre el otro rehénes atónitos de una soledad gigante
preguntándole a la vida la suave puerta que conduce al barco secreto
donde callan al fin los gemidos hirientes de un desusado pliegue genital
Nada de mí puede serte extraño
la geometría en desorden o la cábala grotesca
a la medida oscura del frío solo arroja cicatrices
y cuando estés dentro del cuerpo de la vida
escúchame nombrarte si es que puedes.
de Laura Inés Martínez Coronel ..
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